Convivendo

Meu sonho de criança: ser escritor

Ao meio, um livro aberto. Aos lados deste, uma pilha de livros.
Triff / Shutterstock
Escrito por Luis Lemos

Um dia, quando eu tinha de nove para dez anos, a minha mãe me perguntou: “O que você quer ser quando crescer?” Eu, mesmo sem saber exatamente o que aquilo significava, respondi: “Quero ser escritor”. Ela, surpresa, me perguntou, novamente: “Por que você que ser escritor?” Eu, também surpreso, respondi: “Não sei”.

Hoje, se a minha mãe fosse viva — ela faleceu em 2018 — e me fizesse novamente aquela pergunta: “O que você quer ser quando crescer?”, eu responderia exatamente igual: “Quero ser escritor”. Apenas explicaria os motivos:

1 – “Quero ser escritor para recontar as suas histórias — a minha mãe era uma exímia contadora de estórias;

2 – Quero ser escritor para contar belas estórias — tão belas quanto as suas”;

3 – “Quero ser escritor para despertar bons sentimentos nos meus leitores — assim como as suas estórias despertavam em mim”;

4 – “Quero ser escritor para ser lido, debatido, comentado, criticado, falado”.

Um homem pensativo a utilizar uma máquina de escrever.
Andrea Piacquadio de Pexels / Canva

Ser escritor é ser um observador atento da realidade; é transformar os sentimentos, as dores, os prazeres, as mazelas do mundo em textos poéticos, contos, crônicas, reportagens, romances…

Atualmente me identifico como escritor. Já publiquei seis livros: “O primeiro olhar: A filosofia em contos amazônicos” (2010); “O segundo olhar: A filosofia em temas amazônicos” (2012); “O terceiro olhar: A filosofia em lendas amazônicas” (2014); “O homem religioso: A jornada do ser humano em busca de Deus” (2016); “Jesus e Ajuricaba na terra das Amazonas: Histórias do universo amazônico” (2019) e “Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente” (Editora Viseu, 2021).

Apesar de já ter publicado todas essas obras, ainda não vivo exclusivamente de minha literatura, pois sou professor! Costumo dizer que sou um escritor amador, sonhando em um dia poder viver exclusivamente da venda dos meus livros. Sei que isso não é uma tarefa fácil, mas o que é fácil nessa vida?

Ser escritor não é obrigatoriamente uma atividade ligada ao mundo da concorrência, mas ao mundo da criatividade. Por isso penso que trabalhando sério, estudando, lendo e escrevendo, um dia chego lá.

Uma mulher sentada numa pilha de livros. Ela segura, também, uma grande folha de papel.
yulkapopkova de Getty Images Signature / Canva

Há dentro de mim — e não é vaidade — uma força, uma vontade muito grande de marcar positivamente a vida dos meus leitores, de transformar a vida deles, de fazê-los rir, de fazê-los pensar, refletir, enfim, de despertar neles os melhores sentimentos da vida, sentimentos nobres, altruístas, sentimentos de liberdade, de esperança, de justiça, de amor, de perdão, de respeito…

Acredito que somente sendo escritor é que serei feliz. Como é bom poder pensar em cada palavra que eu escrevo. Como é bom saber que alguém leu o meu texto e sentiu os melhores sentimentos do mundo. Como é bom ser visitado pela Deusa Inspiração.
E como essa deusa ainda não me visitou, eu continuou correndo atrás da minha obra perfeita, da obra da minha vida, daquela obra que vai mudar o meu status de “escritor amador” para “escritor profissional”.

Os escritores são sempre pessoas importantes para o mundo. Senão eles, quem nos daria belas histórias de amor como Romeu e Julieta, Capitu e Bentinho, Diadorim e Riobaldo, Fernando e Isaura? Enfim, os escritores são necessários como horizonte, para a construção de um mundo melhor.

Você também pode gostar

E viva todos os escritores do mundo, do Brasil e do Amazonas, os clássicos, os amadores, os profissionais, os marginalizados. Viva aqueles que já publicaram alguma obra e aqueles que nunca publicaram um livro. Que continuem lutando por seus sonhos. O importante mesmo é sermos felizes!

Sobre o autor

Luis Lemos

Luís Lemos é filósofo, professor, autor, entre outras obras, de “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas – Histórias do Universo Amazônico” e “Filhos da Quarentena – A esperança de viver novamente”.

Email: luisc.lemos@hotmail.com
Instagram: @luislemosescritor
Facebook: @luislemosescritor
Twitter: @luisclsilva
Youtube: Gota de Filosofia