Saúde Integral

O que é transmissão vertical?

Mulher grávida olhando para a janela enquanto acaricia a barriga
Nesolenaya Alexandra / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A transmissão vertical é um assunto que gestantes devem dominar. Isso porque ela é caracterizada pela passagem de uma infecção ou de uma doença da mãe para o bebê durante a gestação, na hora do parto ou durante a amamentação.

Ou seja, se a gestante tiver determinada doença ou infecção, é possível que o bebê se contamine também por meio da transmissão vertical. Aprenda mais sobre as enfermidades que são transmitidas dessa forma e conheça maneiras de evitá-las a seguir.

Quais são as principais doenças que podem ser transmitidas dessa maneira?

Não são todas as doenças da gestante que são transmitidas para o bebê que ela está gerando ou amamentando. Mas as enfermidades mais comuns que estão sujeitas à transmissão vertical merecem atenção. Confira:

1) Rubéola

A rubéola é uma infecção causada por um vírus que pode ser transmitida da mãe para o bebê se a gestante contrair a doença no primeiro trimestre de gestação, por meio do contato com uma pessoa infectada. A partir disso, pode ocorrer um parto prematuro, o bebê pode apresentar surdez, problemas cardíacos e oculares. Felizmente, existe uma vacina contra a rubéola, que protege a mãe do vírus.

2) Toxoplasmose

A toxoplasmose é causada por um protozoário que se aloja nas fezes de gatos. Então, se uma gestante ingerir as fezes contaminadas desses felinos (que podem ter contaminado frutas, vegetais, carnes, leite e ovos), o bebê tem 4% de chance de também contrair a doença. Nesse caso, ele pode apresentar problemas cardíacos, cerebrais, visuais e hepáticos. É fundamental higienizar bem os alimentos antes de comer.

3) Lúpus

O lúpus é uma doença inflamatória e autoimune, cujos auto-anticorpos positivos podem ser transmitidos da mãe para o bebê por meio da placenta. Caso isso ocorra, o bebê corre o risco de ter alterações permanentes no coração e transitórias na pele. Além disso, ele pode desenvolver lúpus quando crescer. É por isso que o acompanhamento médico é fundamental.

4) HIV

O HIV é o vírus causador da AIDS e pode ser transmitido a partir de relações sexuais sem proteção ou do compartilhamento de objetos cortantes contaminados com o sangue de alguém que é soropositivo. Caso a gestante apresente o vírus, existe uma chance de 25% de o bebê ser infectado durante a gravidez. Porém, se ela fizer acompanhamento médico e tomar os remédios necessários, a chance diminui para 1%. Na amamentação, também é importante continuar o acompanhamento médico.

5) HPV

O HPV é um vírus. Nesse caso, o contágio ocorre pelo contato sexual sem proteção, com ou sem penetração. Porém o vírus também pode ser transmitido da gestante para o bebê ao longo da gestação e na hora do parto. Se houver contaminação, o feto pode apresentar problemas nos rins, nas paredes abdominais e lábio leporino. Além disso, o vírus pode causar parto prematuro. No entanto, é possível se vacinar contra HPV e realizar acompanhamento médico, para evitar esses problemas.

6) Sífilis

A sífilis é uma infecção causada por uma bactéria transmitida a partir do sexo. Entretanto o contágio também pode ocorrer por transmissão vertical. Nessa situação, a chance de o feto falecer dentro do útero é de 40%. Além disso, ele pode nascer com surdez, hidrocefalia ou anomalias nos dentes e nos ossos. Apesar disso, a doença pode ser tratada no início da gravidez, com acompanhamento médico.

7) Hepatite B

A hepatite B é uma doença causada por um vírus disseminado por meio do contato com sangue e secreções de uma pessoa contaminada. Há um risco de 50% de o feto contrair a enfermidade durante a gravidez. Porém a transmissão vertical também pode ocorrer na hora do parto. Inclusive, os riscos de um parto prematuro são mais altos. Mantendo a vacinação em dia, a gestante pode evitar o contágio da doença.

8) Herpes genital

A herpes genital é causada por um vírus, sendo transmitida a partir do contato sexual com uma pessoa contaminada, com ou sem penetração. Por transmissão vertical, a doença atinge 1 em 3000 recém-nascidos. Quando tratada no início da contaminação, a doença é restrita a problemas na pele, na boca e nos olhos. No entanto o quadro pode se agravar, comprometendo músculos, cérebro, fígado e sangue. Em algumas situações, pode dificultar a respiração e causar a morte do bebê.

bebê deitado com os pés para cima em destaque
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Transmissão vertical e horizontal: qual é a diferença?

Como vimos anteriormente, a transmissão vertical ocorre da gestante/lactante para o bebê, e em muitos casos pode trazer graves consequências para a criança. Mas a transmissão vertical não é a única que existe.

A transmissão horizontal é outra maneira de transmissão de doenças. Ela ocorre quando uma doença é transmitida de uma pessoa para outra ou de um animal para uma pessoa. No caso da transmissão vertical, o contágio só pode ocorrer da gestante/lactante para o feto/bebê.

Então, quando pensamos em doenças que podem atingir uma criança enquanto ela está sendo gerada, falamos necessariamente sobre transmissão vertical. Mas existe um jeito de evitar isso? Saiba mais, no próximo tópico.

É possível evitar a transmissão vertical?

A transmissão vertical pode trazer muitos problemas para a gestante e para o bebê. É por isso que é essencial entender as principais maneiras de evitá-la. Veja quais são:

1) Manter a vacinação em dia

Muitas das doenças que podem chegar ao feto por transmissão vertical são evitadas pela vacinação. Logo, é de suma importância que a gestante esteja com as vacinas em dia, prevenindo que enfermidades se desenvolvam em seu organismo.

2) Realizar exames pré-natal

Por meio dos exames pré-natal, é possível diagnosticar doenças que seriam transmitidas da gestante para o feto. A partir disso, elas podem ser tratadas adequadamente, e os profissionais da saúde saberão como amenizar os efeitos negativos que poderiam ter no bebê.

3) Informar-se sobre as doenças

Quanto mais uma gestante souber sobre as doenças que podem prejudicar o feto que ela está carregando, mais saberá sobre como se proteger dessas enfermidades, além de conseguir falar sobre elas com o profissional da saúde que a está acompanhando.

4) Priorizar o acompanhamento médico

Finalmente, o acompanhamento médico deve ocorrer durante e após a gestação. Dessa maneira, a gestante consegue descobrir o que está acontecendo dentro do corpo dela, quais são as medidas que ela deve tomar para ter uma gestação segura e saudável e como se proteger de inúmeras doenças.

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A partir do conteúdo apresentado, observamos que a transmissão vertical de doenças entre gestante e bebê pode trazer sérios riscos. Entretanto existem maneiras de evitá-la, sobretudo com acompanhamento médico profissional. Cuide-se!

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