O Ser Humano, como ser que busca a evolução — imediata ou não —, muitas vezes se depara com barreiras que aparentemente vêm para dificultar ou incentivar essa evolução; e acreditamos que muitas dessas barreiras sejam as doenças, físicas ou mentais. Há estudos que justificam a causa de certas doenças, mas não compreendem sua real origem. Antes de iniciarmos essa reflexão sobre a Ciência e Medicina da Alma, trago algumas questões: O que é uma doença? O que é estar doente? Quem não está doente? Todos precisamos acreditar na cura, sejam elas externas e internas.
O que muito me encanta e fascina nos estudos psicanalíticos é a profundidade e, ao mesmo tempo, saber que sempre tem algo a mais a ser descoberto ou discutido. Dito isso, quando falamos em doenças, falamos em cura, solução, tratamento. É óbvio, queremos que, se há doença, exista cura; porém o que não é doença, não tem cura, e é importante ressaltar essa ideia, pois antes de querer curar algo, é essencial compreendê-lo.
Podemos visualizar alguns exemplos, como o autismo e a esquizofrenia, que estão presentes no nosso mundo, mas as pessoas autistas e esquizofrênicas (dependendo do tipo e grau) pertencem ao mundo deles, sendo que 1% da população atual tem esquizofrenia e, destro desse 1%, 17% tem uma melhora significativa. A cada 68 crianças, uma é autista, porém não há índice de cura, pois autismo não é doença, é um transtorno de pessoas normais com condições especiais. Por exemplo, a memória de grande parte das pessoas autistas é muito boa, o que os ajuda a se desenvolverem melhor, entre outras habilidades que aguçam de forma mais notória. Dentre eles, alguns são considerados gênios.
Não entrarei no mérito das diferenças entre elas — que são vastas —, falarei do que há de semelhante, como a necessidade de compreensão, de respeito e de amparo, que são indispensáveis nesses casos. Além disso, o que mais chama a atenção é a origem desconhecida. Do ponto de vista espiritual, faria parte desse nosso processo de evolução, o que alguns chamam de “dívida divina”, mas que eu prefiro chamar de redenção espiritual. Nosso espírito carrega experiências ao longo das encarnações que podem ou não se manifestar em nossa mente e nosso corpo como forma de aprendizado, mesmo que rigorosamente triste e dolorosa, e a origem tão desconhecida de certas manifestações, a meu ver, estaria na nossa Alma. Lembrando que falo sobre a real origem, e não simplesmente sobre a razão ou a justificativa.
Partindo desse ponto de vista e visão espiritual sobre alguns mistérios e desafios que encontramos na hora de diagnosticar um paciente, venho com o curioso e tão controverso Efeito Placebo, que nada mais é do que a certeza que um falso remédio, que não interfere em nada no organismo, possa trazer melhora ou até mesmo a cura para determinada doença, desde que o paciente acredite que aquilo poderá, de fato, ajuda-lo em sintomas psicológicos ou físicos, como no caso de uma fratura.
O estudo que comprova esse resultado é o “Estudo clínico duplo cego controlado por Placebo”. Nesse estudo, há muitas pessoas com determinada doença, para metade delas é dado o remédio real e, para a outra metade, o falso remédio. Ninguém sabe qual deles é o real, nem mesmo os médicos, tudo é revelado somente no final para que sejam comparados os efeitos daqueles que tomaram um ou outro. Os resultados foram que 1/3 das pessoas que tomaram o placebo melhoraram e 1/4 das pessoas sentiram efeitos colaterais significativos. Alguns fatores que influenciam na hora de o paciente tomar o remédio e ter algum resultado é a cor, o tamanho, a marca, o preço. Cada detalhe, para nossa poderosa mente, faz a diferença.
A relação entre o Efeito Placebo e a Espiritualidade nada mais é do que para muitos é a Fé.
Existem lugares que fazem as famosas curas espirituais sem tocar no paciente. Como isso é possível? Como alguém toma um falso remédio e se cura? Esses são alguns dos grandes mistérios que me faz crer que é necessário esse saudável equilíbrio entre a Medicina material e a Medicina espiritual e o mesmo se aplica à Ciência. Como citado anteriormente, a própria esquizofrenia pode ter relação com algumas crenças. No espiritismo, muitos casos de obsessão são diagnosticados como esquizofrenia, e são reais, porém há uma grande responsabilidade em como lidar, já que é, sim, uma doença que medicamentos controlam e ajudam no desenvolvimento do paciente, nada impedindo ele de ter fé em si mesmo e praticar o que acredita.
Já é comprovado que o estresse, pensamentos negativos e emoções sem controle interferem e influenciam no nosso corpo fisicamente, e essas mudanças biológicas nos levam a doenças; por isso, a saúde mental é tão importante quanto a física, pois muito parte da nossa mente. Precisamos entender nosso corpo mental para que cada vez mais a Medicina e a Ciência avancem. Acreditar é, em muitos casos, o remédio mais poderoso que temos.
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O médico cirurgião José Genilson, fundador do “Núcleo de Medicina e Espiritualidade”, traz uma reflexão que sintetiza algumas das questões que abordei nesta redação: “Podemos ter um médico vencedor do Prêmio Nobel, mas não somos Deuses, se o paciente não acreditar, não há cura”.