Natureza

Dia da Amazônia: por que essa data é mais importante do pensamos?

Amazônia: Por do sol com reflexo na água do rio e várias árvores ao redor
SL-Photography / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

No dia 5 de setembro, comemora-se o Dia da Amazônia. A data visa a conscientizar sobre a importância desse bioma para o mundo e, portanto, da sua preservação, já que abriga a maior biodiversidade do planeta.

O ano de 2022, em especial, trouxe grandes desafios para a luta pelo cuidado com a Amazônia, que desde sempre vem sendo palco de disputas, assassinatos e desmatamento. Um ano em que ocorreram crimes bárbaros na região, como a morte de indígenas ianomâmis por garimpeiros e o sequestro e assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo. Além disso, o desmatamento na região bateu novo recorde.

Sobre a Amazônia

Para muitos brasileiros, a Amazônia é uma terra desconhecida. De fato, a floresta é um lugar de difícil acesso e com diversas comunidades que a habitam. Sabemos bem pouco sobre esse lugar mágico e, muitas vezes, as notícias que chegam para a maioria de nós mostram um cenário de genocídio, perseguição, violência e exploração.

Para se ter um outro olhar sobre a Amazônia, as fotografias de Sebastião Salgado e o documentário “A Última Floresta”, disponível na Netflix, expõem a beleza e a diversidade da floresta.

O que é a Amazônia

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. A região, além de abrigar a Floresta Amazônica, é berço da maior bacia hidrográfica do planeta.

A Amazônia não é somente um espaço territorial. Ela é também um símbolo das culturas dos diversos povos que a preservam, os quais, nos últimos anos, têm sofrido ainda mais ataques de garimpeiros, madeireiros e exploradores da sua biodiversidade.

Qual é o Dia da Amazônia

Como dissemos mais acima, 5 de setembro foi a data escolhida para simbolizar a importância da Amazônia para o mundo inteiro. Mas devemos lembrar que o Dia da Amazônia tem que ser todos os dias, dada a sua importância para vários povos e para diversas formas de vida. Entretanto, foi escolhida uma data, o 5 de setembro, para simbolizar a sua importância para o planeta.

Como surgiu o Dia da Amazônia

O Dia da Amazônia foi criado pela Lei nº 11.621/2007 em referência à inauguração da Província do Amazonas, hoje o atual estado do Amazonas, pelo imperador Pedro II em 5 de setembro de 1850. O nome Amazonas vem da palavra indígena “amassunu”, que significa “ruído das águas”. Não à toa a região recebeu esse nome, já que o rio Amazonas, que nasce nos Andes, tem quase 7 mil quilômetros de extensão.

A instituição da data tem como motivação práticas de educação ambiental e serve como alerta para a necessidade de preservação da biodiversidade amazônica, que vem sendo sistematicamente destruída, principalmente nos últimos anos.

Na região encontra-se mais da metade das florestas tropicais do mundo. É por meio da informação e da conscientização, sobretudo dos jovens, que se pode chegar a uma mudança de mentalidade para que o Brasil consiga conservar a floresta, com ações de preservação dos seus recursos naturais, e respeitar os povos originários, que são os seus principais protetores.

Onde se localiza a floresta Amazônica

A Floresta Amazônica está situada em nove países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela), em uma área de cerca de 6,9 milhões de km2, sendo mais de 4 milhões de km2 no Brasil, segundo dados do IBGE divulgados pelo Brasil Escola.

A maior parte da floresta amazônica está localizada na região Norte do país. Os estados nos quais a floresta se situa são: Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.

Crianças indígenas remando barco de madeira no rio
Photo Spirit / Shutterstock

O desmatamento na Amazônia


A Amazônia é palco de disputas há anos. Garimpeiros, grileiros, madeireiros, pescadores ilegais, traficantes de drogas e latifundiários devastam a floresta em busca da exploração predatória de seus recursos.

Na década de 1980, a Serra Pelada, localizada no estado do Pará, foi invadida por milhares de pessoas vindas de todos os estados brasileiros em busca de ouro. O resultado da exploração sem limites deixou um rastro de morte, trabalho sem regulação e dano ambiental em Serra Pelada.

Também na década de 1980, a região ficou em evidência devido ao assassinato do ativista ambiental Chico Mendes, que já lutava, nessa época, contra o desmatamento e por melhores condições de trabalho para os seringueiros, explorados pelo extrativismo.
O assassinato de Mendes reverbera até hoje no desmatamento da Amazônia. Isso porque, na década de 1970, o regime militar começou a incentivar a substituição da exploração da borracha pela pecuária, dando início aos conflitos fundiários na região e ao desmatamento, expulsando os seringueiros da floresta.

Desde 2019, o desmatamento tem batido recordes na Amazônia. O menor índice de desmatamento na região é de 2012. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2021 foi o pior ano em uma década para a floresta, que teve mais de 10 mil km² de mata nativa destruídos pelo desmatamento. Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, mostram que, em relação a 2020, houve um aumento de 29% de áreas desmatadas na região.

Inegavelmente, tais registros deixam evidente a falta de compromisso do atual governo federal em preservar a Amazônia, fato que já foi discutido em cenários internacionais, inclusive. Devido a isso, a União Europeia vem exigindo do governo brasileiro um plano concreto contra o desmatamento, sob pena de impor sanções às relações comerciais com o Brasil.

O assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo escancarou para a comunidade internacional aquilo que os povos indígenas sentem na pele: o risco de serem mortos. As declarações de integrantes do alto escalão do governo brasileiro só deixaram mais evidente o desinteresse nesse “plano concreto” almejado por todo o mundo, que entende e defende a importância do ecossistema amazônico para a ecologia mundial.

Qual a importância da floresta amazônica?

O assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo escancarou para a comunidade internacional aquilo que os povos indígenas sentem na pele: o risco de serem mortos. As declarações de integrantes do alto escalão do governo brasileiro só deixaram mais evidente o desinteresse nesse “plano concreto” almejado por todo o mundo, que entende e defende a importância do ecossistema amazônico para a ecologia mundial.

Qual a importância da floresta amazônica?

A floresta amazônica é o lugar de maior biodiversidade do planeta Terra. Até 2020, foram registradas mais de 1.300 espécies de aves, mais de 3.000 de peixes e mais de 300 de mamíferos. Só de plantas, foram mais de 30 mil espécies, e, de borboletas, mais de 1.800. Números que podem crescer, já que há ainda muito que se explorar na região, e frequentemente são encontrados novos espécimes.

O futuro da Medicina pode estar escondido nessa biodiversidade, além de ela regular outros ecossistemas que estão a milhares de quilômetros de distância. Tocar na Amazônia é interferir nas formas de vida que nela habitam e que vivem em outros lugares.

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Preservar a floresta passa, também, por preservar seus principais habitantes: os povos indígenas, que vêm sendo dizimados. Os ianomâmis estão sendo assassinados por garimpeiros, e não parece haver nenhuma ação por parte do Estado, em especial da Funai, para defendê-los.

Por isso, o dia 5 de setembro é de suma importância, porque ele expõe os danos pelos quais a floresta amazônica tem sofrido, como o desmatamento, a exploração dos seus recursos, o assassinato dos seus defensores, ao mesmo tempo em que chama a atenção do Brasil e do mundo para a importância de preservar esse bioma de valor incalculável.

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