Psicologia

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

Mãos segurando uma fita amarela do Setembro Amarelo
Jo Panuwat D / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP), apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. De acordo com a OMS, o suicídio é considerado hoje a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 a 25 anos no Brasil.

O tópico ainda é tabu e pouco discutido pelo coletivo em geral, sendo de extrema importância que o assunto seja debatido e tratado com a seriedade necessária. Quando o assunto é discutido, perdem-se os estigmas associados a ele, facilitando a comunicação e abrindo portas para o diálogo, o que auxilia diretamente em sua prevenção. Se você estiver precisando de ajuda, não hesite em pedir!

Sobre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio tem como objetivo iniciar um diálogo sobre o suicídio. Todo ano, a IASP define uma temática para ser debatida e refletida no dia 10 de setembro. O objetivo é que o assunto seja explorado e levante outros pontos de atenção, para que assim consigamos iniciar essa conversa como sociedade sobre um tema de relevância para a saúde pública.

A data representa esse compromisso global, um ponto que carece de atenção da sociedade, um tema que deve ser levantado todos os dias além do 10 de setembro. Pois é necessário encarar o suicídio como uma epidemia silenciosa, uma ação que encerra uma vida e impacta várias outras que a acompanharam.

Quando é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio?

Como já informamos, a data é celebrada todo dia 10 de setembro, e isso ocorre já há 19 anos. Além disso, no Brasil, o mês de setembro contempla o movimento Setembro Amarelo, estabelecido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização à Vida (CVV) desde 2014.
O movimento que ocorre no mês de setembro recebeu esse nome devido a um caso de suicídio que ocorreu nos Estados Unidos nesse mesmo mês. Mike Emme, um adolescente de 17 anos que não aparentava sinais, tirou sua vida em seu carro, um Mustang amarelo, em 8 de setembro de 1994.

Em seu funeral sua família distribuiu fitas (“ribbon”, em inglês) amarelas (“yellow”, em inglês) com cartões oferecendo apoio a qualquer pessoa que pudesse estar na mesma situação. Em seguida, a família de Mike começou a receber inúmeras ligações e fundaram a Yellow Ribbon, instituição dedicada à prevenção do suicídio.

Como surgiu o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio?

A grande repercussão da morte de Mike Emme e os debates que surgiram após o ocorrido, juntamente com os altos índices de morte por suicídio, fizeram com que a OMS tomasse a iniciativa para a prevenção e combate dessa que pode ser considerada uma epidemia. Junto a isso, estima-se que aconteçam 1 milhão de mortes por autocídio ao redor do mundo.

Com o intuito de conscientizar a sociedade e seu respectivo governo para esse tema de extrema importância, a data foi estabelecida em 2003 pela OMS. O compromisso global tem como intuito incentivar os países a atuar na prevenção do suicídio.

Por que 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio?

Assim como o Setembro Amarelo, essa data também foi criada em homenagem a Mike Emme. O caso ocorreu em Colorado, nos Estados Unidos, e comoveu a população americana, chamando atenção da mídia e do governo americano. O tópico foi tomando relevância até que, em 2003, a OMS decretou o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao suicídio.

Quais as principais formas de prevenção ao suicídio

A Organização Mundial da Saúde aponta que, a cada 10 casos de suicídio, 9 poderiam ser evitados. Para auxiliar na prevenção e combater esse problema, é necessário, antes de qualquer coisa, munir-se de informação. O conhecimento sobre esse ou qualquer outro tema nos dá a possibilidade de identificar padrões, debater sobre o assunto e o mais importante: oferecer ajuda.

Individualmente, podemos ajudar na prevenção ao nos atentarmos ao comportamento das pessoas ao nosso redor. Isto é, observar como amigos, colegas e familiares agem em seu dia a dia, para que seja possível perceber qualquer comportamento diferente do habitual.

Alguns pontos de atenção são mudanças de humor como: falta de ânimo, isolamento social constante, desinteresse em atividades que eram importantes para o indivíduo e constante lamentação. Ao detectar sinais como esses, é importante oferecer ajuda e acompanhamento para essa pessoa e jamais tratar tais condutas como uma mera forma de “chamar atenção”.

Esses sinais podem ou não estar atrelados a alguma doença psiquiátrica, como depressão ou bipolaridade, por exemplo. Mas também pode estar associada a outras condições médicas, dependência química, mudanças bruscas de vida, como a perda de alguma pessoa importante, entre outras.

Além disso, é importante incentivar e participar de programas de apoio à prevenção do suicídio subsidiados pelo governo, ONGs e outras instituições. Tendo em vista que o suicídio é uma questão de saúde pública e cabe principalmente aos órgãos responsáveis atuar na linha de frente do combate a essa epidemia.

Onde posso encontrar ajuda?

Ao identificar algum dos sintomas, ofereça ajuda e incentive a pessoa a procurar acompanhamento psicológico. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que oferecem atendimento médico, psicológico e psiquiátrico aos cidadãos brasileiros.

Mulher sentada ao lado de homem enquanto segura as mãos dele em tom de suporte
GBALLGIGGSPHOTO / Shutterstock

Além disso, o CVV está disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana. O atendimento pode ser feito por meio de ligação para o número 188 ou pelo site https://www.cvv.org.br/chat. Para situações de emergência, ligue para o SAMU (192), Corpo de Bombeiros (193) e/ou encontre um local para atendimento como uma UPA 24h, prontos-socorros ou hospitais.

Qual a importância de falar sobre prevenção ao suicídio?

Nos anos 80, os EUA realizaram um estudo que declarava que os suicídios poderiam acontecer por imitação. O resultado da pesquisa fez com que a mídia não noticiasse casos de morte por suicídio e que as pessoas cada vez menos tocassem no assunto. Todavia, com o avanço dos estudos sobre o tema, entende-se que hoje é imprescindível que o tema seja debatido para que lutemos pela vida.

O silêncio abre precedentes para desinformação e cria tabus, fazendo com que quem precisa de ajuda não saiba onde encontrar ou nem consiga tocar no assunto. Falar sobre o suicídio e saúde mental traz atenção para as temáticas, gera consciência sobre doenças psicológicas, produz conhecimento e dissemina informação.

No entanto, é preciso que o assunto seja tratado com a devida seriedade e responsabilidade que merece. De maneira alguma deve-se divulgar o método que foi utilizado para executar o ato e/ou romantizar a atitude tomada.

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é uma data que nos traz uma reflexão e nos convida a ter pequenas atitudes diárias que podem salvar vidas. Precisamos cuidar das pessoas ao nosso redor observando-as, falando sobre o assunto e oferecendo amparo quando necessário. Além disso, é indispensável que tratemos de nossa saúde mental para que possamos oferecer suporte a quem precisa.

Você também pode gostar:

Se estiver buscando ajuda ou mais informações, contate o CVV (por meio do número do telefone ou pelo site, que já informamos mais acima). A ligação é gratuita e sigilosa.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br