Psicologia

Psicólogo, o suporte que conforta e facilita o mecanismo de viver

Uma mulher segurando uma prancheta.
Prostock-studio / Shutterstock

O Dia do Psicólogo representa o reconhecimento aos profissionais que cuidam da área tão necessária na atualidade: a saúde mental. Não há como negar a importância da Psicologia para a humanidade.

No momento em que passamos a valorizar a mente e as emoções, percebemos que não é possível relativizar os sentimentos ou deixar de lado a preocupação com nossa sanidade interior. Caetano Veloso disse que “de perto, ninguém é normal”.

Vamos além e dizemos que todos somos normais, pois o normal é ter questões, dúvidas, incertezas, novelos de situações para desembaraçar, e como tão melhor é fazer isso com o suporte de um mediador!

Quem conhece um pouco de Psicologia, sabe que o papel do terapeuta não é gerar a solução para o problema ou ditar o que o paciente deve fazer, mas sim guiar o caminho, fornecer as ferramentas para que o sujeito autônomo chegue à lógica que permita identificar a raiz do sofrimento.

Mulheres dando a mão uma a outra.
Alena Shekhovtsova de capturenow / Canva

Um determinado comportamento pode estar tão enraizado à pessoa, tão um hábito, que ela não percebe que ocasiona o seu mal. A indicação do profissional que esclarece a patologia ou, mesmo em situações não tão complexas, opina e aconselha com seu olhar vindo de outra perspectiva, oferece o alívio essencial ao entendimento da complexa engrenagem que é a vida.

A história da Psicologia remete-nos ao aparecimento do termo “psicologia”, que teria sido utilizado pela primeira vez pelo filósofo alemão Christian Wolff, no século XVIII, definindo-a como a ciência que estuda a alma.

Não raro era utilizada a palavra alma para designar a constituição do ser como não sendo o corpo. Mas, desde a Grécia antiga, pensadores já indagavam sobre a origem dos pensamentos e dos sentimentos, extenuando possíveis explicações para o surgimento e para a razão de nossas ideias, emoções e atitudes.

O primeiro psicólogo experimental de todos os tempos teria sido Wilhem Wundt, que fez um estudo da hoje considerada Psicologia Social, diferenciando as atitudes do homem na sociedade da sua individualidade.

De acordo com o psicólogo e coordenador de equipes Diego Dewes, o paradigmático “A Interpretação dos Sonhos”, lançado em 1899 pelo pai da Psicanálise, Sigmund Freud, é o primeiro livro-marco da Psicologia.

Freud talvez seja o maior expoente dessa ciência, pois não só trabalhou com a revelação dos significados dos sonhos como manifestações da inconsciência, mas também desenvolveu teorias e conhecimentos como os atos falhos, o complexo de Édipo, id, ego e superego e outros termos aplicados por seus sucessores.

Um retrato de Sigmund Freud.
The Everett Collection / Canva

Posteriormente parceiro de Freud, Carl Gustav Jung, doutor em Psiquiatria e psicoterapeuta suíço, fundador da Psicologia Analítica, teorizou importantes conceitos, como sombra, sincronicidade, arquétipo e inconsciente coletivo. A autobiografia de 1961, intitulada “Memórias, Sonhos, Reflexões”, retrata experiências pessoais e a crença em Deus, embora acreditasse na não aproximação de religião e ciência.

Heráclito, Platão, Pitágoras, Kant, Goethe e Nietzsche foram filósofos que o influenciaram. A relação de Freud e Jung compartilhava muitas similaridades, como a aceitação dos sonhos como reveladores de mensagens importantes da mente, mas também não negava pontos divergentes, pois Jung não concebia a ideia de Freud de atribuir aos conflitos psíquicos origem por traumas sexuais, enquanto Freud não concordava com a crença do amigo na espiritualidade.

Outro nome importante foi Jean Piaget, psicólogo, biólogo, epistemólogo e pedagogo suíço, criador da Psicologia da Educação e da Epistemologia Genética. Investigador dos processos de aprendizagem humana, Piaget propôs quatro estágios (ou estádios) do desenvolvimento cognitivo a partir da observação com infantes, inclusive seus filhos: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal, demonstrando como o sujeito adquire habilidades em cada fase do desenvolvimento.

Não menos relevante, Jacques-Marie Émile Lacan foi outro psicanalista que ressignificou a Psicologia, tendo como escola o Estruturalismo. Nascido no início do século XX, na França, Lacan retomou os ensinamentos de Freud e os fundamentos do simbólico, criando o conceito de RSI (real, simbólico e imaginário) e fundando a Escola Freudiana de Paris. Seu contato com o pintor Salvador Dalí reforçou a ideia de relação entre criação artística e paranoia, concebendo o famoso “a loucura faz arte”.

Poderíamos elencar outros significantes vultos que fundamentaram a Psicologia clássica e contemporânea, mas queremos que este artigo comemore o Dia do Psicólogo, 27 de agosto, agradecendo a todos os profissionais que elegeram a Psicologia como carreira e se dispõem a auxiliar questões e situações sensíveis, que nos causam sofrimento.

Você também pode gostar

Pode ser que o sofrimento cause crescimento, mas não merecemos uma vida angustiante. Devemos buscar o entendimento de nossos conflitos, o autoconhecimento e a superação das consternações, e o profissional psicólogo pode ser o intermediário a nos auxiliar a desenovelar os problemas que nos afligem.

Sobre o autor

Caroline Gonçalves Chaves

Caroline G. Chaves é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui especialização em Psicopedagogia e Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs (UFRGS) e em Educação Infantil: Perspectivas Contemporâneas (Unioeste-PR). Ademais, é graduanda em Licenciatura em Letras-Língua Inglesa (UFRGS) e professora municipal da Educação Infantil de Porto Alegre-RS.
Caroline também é escritora de livros infantis e infantojuvenis, tendo lançado "Dorminhoca" (2019) e "Inverno, Verão e Livros - A História de Martina e Miguel" (2023).

Email; carolinegch@gmail.com
Instagram: @literatura_carol
Livro: autografia.com.br/?s=dorminhoca