Dificuldade para ler, interpretar textos e escrever sem cometer erros ortográficos estão entre os principais sintomas da dislexia, mas esse problema é mais complexo do que isso.
Confira nosso artigo sobre os sintomas de dislexia, em qual idade eles começam a aparecer, como afetam as pessoas e como é feito o diagnóstico e o tratamento!
Direto ao ponto
O que é dislexia?
A dislexia é um transtorno da linguagem, ou seja, afeta a maneira como nos comunicamos — no caso da dislexia, é um distúrbio que afeta a leitura e a escrita, porque a dificuldade é de decodificar estímulos escritos e símbolos gráficos.
Esse problema compromete a capacidade do paciente de ler e escrever de maneira correta e fluída, bem como dificulta a compreensão de um texto. Em graus mais avançados do problema, a pessoa pode ser até mesmo incapaz de estabelecer uma relação entre palavras e expressões escritas e o som dessas grafias.
A dislexia é um transtorno genético e hereditário, por isso, é comum que uma família tenha mais de uma pessoa com dislexia. Além disso, ainda que não haja um consenso definitivo, especula-se que a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gravidez esteja relacionada ao desenvolvimento desse problema.
Tipos de dislexia
Ainda que existam alguns tipos mais raros e particulares de dislexia, ela costuma ser dividida entre três principais tipos. São eles:
- Dislexia visual: a mais comum de todas, é caracterizada pela dificuldade de escrita, má ortografia, problemas de leitura, má visualização das palavras e dificuldade de diferenciar o lado esquerdo do lado direito.
- Dislexia auditiva: neste tipo, além dos sintomas citados acima, a criança sofre com dificuldades para assimilar os sons das palavras, já que a alfabetização é auxiliada pela escrita/leitura, então, desenvolve problemas na fala também.
- Dislexia mista: é a união das duas dislexias citadas acima, além de outros sintomas que podem variar de caso a caso, que podem incluir dificuldades de lidar com elementos visuais, gráficos e auditivos.
Sintomas da dislexia
Como explicado anteriormente, a dislexia é um problema que afeta, sobretudo, a leitura, a escrita e a capacidade de ler e interpretar elementos visuais e gráficos, bem como conceitos como esquerda e direita.
Mas esses sintomas podem aparecer em diferentes fases e se mostrarem de diferentes maneiras, conforme a fase da vida e do desenvolvimento do paciente. Confira os variados sintomas que afetam cada momento da vida.
Sintomas da dislexia infantil
Pré-escola (até 7 anos): Crianças disléxicas normalmente começam a apresentar os principais sintomas a partir do momento em que entram na escola e começam o processo de alfabetização, mas alguns sintomas podem ser notados antes.
Entre eles, os principais são a falta de foco e de atenção em qualquer atividade e uma dispersão constante, como se a criança nunca se distraísse com nada, o que pode confundir esse problema com outros, como TDAH, que é um distúrbio de hiperatividade.
Fundamental 1 (até 11 anos): Nesta fase, ocorre uma dificuldade muito grande no processo de alfabetização, então é comum que a criança fique atrasada no desenvolvimento da capacidade de ler e escrever, comparada a outros alunos da mesma idade.
Além disso, a criança demonstra uma incapacidade bem acentuada para aprender rimas e canções, bem como para conseguir acompanhar melodias e cantar.
Fundamental 2 (até os 12 anos): Nesta fase, começam a aparecer outras duas dificuldades. A primeira delas é um atraso na coordenação motora, então a criança tem problemas em praticar esportes e outras atividades físicas, bem como não assimila conceitos como esquerda e direita.
Por fim, ela também demonstra um desinteresse absoluto por livro e por qualquer outro material escrito e que exija leitura, então prefere conteúdos com fotos e vídeos, que não demandem dela a capacidade de ler.
Nesse período ficam evidentes outros dois sintomas bem conhecidos da dislexia: a discalculia, que é a dificuldade de fazer operações matemáticas simples, e a disgrafia, que é a troca de letras, bem como a omissão, a inversão ou o acréscimo de letras e sílabas nas palavras escritas.
Sintomas da dislexia na adolescência (entre 12 e 17 anos)
Nessa fase, fica ainda mais nítido que o pré-adolescente tem muito mais dificuldade do que os colegas para ler, escrever e interpretar textos. E isso pode ser comprovado pelas notas escolares, que costumam ser baixas por causa da dificuldade de interpretação das atividades escolares.
Além disso, o adolescente desenvolve uma dificuldade e, às vezes, incapacidade de copiar conteúdo da lousa ou ditado pelo professor, por exemplo. Ler em voz alta e conseguir compreender ao mesmo tempo que lê também é uma dificuldade grande.
Por fim, por serem bastante desatentos e dispersos, é comum que aqueles que sofrem com dislexia tenham uma dificuldade muito grande de organização, então estão sempre com os ambientes bagunçados, sujos e desorganizados.
Sintomas da dislexia em adultos
Na fase adulta, se não for tratada, a dislexia acentua a desatenção e a dispersão. Além disso, fica evidente que a pessoa tem uma dificuldade muito grande de ler e, ao mesmo tempo, interpretar o que está sendo lido.
Adicionalmente, há problemas de autoestima também, porque é provável que a pessoa que sofre com a dislexia tenha sofrido com piadas e brincadeiras maldosas ao longo do início de sua vida. Além disso, a própria incapacidade de fazer algo que todos parecem capazes de fazer também traz uma sensação de baixa autoestima.
Diagnóstico e tratamento para a dislexia
O diagnóstico da dislexia pode levar algum tempo, porque ele costuma ser feito por exclusão, já que os sintomas desse problema se confundem com os de outras doenças. Portanto, o diagnóstico normalmente é feito por exclusão e por uma equipe multidisciplinar.
Então pode ser necessário fazer acompanhamento com clínicos gerais, psicólogos, psicopedagogos, neurologista e fonoaudiólogos, para que fique claro se os sintomas realmente são de dislexia, porque, muitas vezes, são deficiências auditivas e visuais, dificuldade de aprendizado, déficit de atenção, mau desempenho escolar e outros problemas emocionais e psicológicos.
Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais benéfico será o tratamento e menos consequências sociais, emocionais e de autoestima o paciente vai sofrer e, consequentemente, serão carregadas para o restante da vida.
Não existe cura para a dislexia. O tratamento inclui a participação de pedagogos, fonoaudiólogos e psicólogos especialistas nesse transtorno. Eles podem ajudar a pessoa com dislexia a superar alguns dos sintomas ou, pelo menos, lidar com eles, de modo que comprometa menos a leitura, a escrita e outras atividades e noções.
Mitos e verdades sobre a dislexia
Dificuldade de alfabetização é dislexia — Mito
Muitos problemas diferentes podem afetar o desempenho escolar e a alfabetização de uma criança, não só a dislexia. Por isso, é preciso fazer o acompanhamento profissional assim que essa dificuldade for identificada.
Escrever errado as palavras é dislexia — Mito
Nem sempre. Muitas vezes, o aprendizado não foi bom, não foi assimilado pela criança e, afinal, quantos de nós, adultos, não erramos palavras quando precisamos escrevê-las? Por isso é que isso exige investigação, não diagnóstico precipitado.
Pessoas com dislexia são menos inteligentes — Mito
Quantas pessoas muito inteligentes você conhece, mas que, mesmo assim, são péssimas com números e matemática? Pois é! As pessoas com dislexia têm dificuldade de ler, escrever e assimilar alguns conceitos, mas sua inteligência é como qualquer outra.
O tratamento da dislexia é longo — Verdade
Há pessoas, inclusive, que fazem tratamento com psicólogos e psicopedagogos até o fim de suas vidas, porque, por não ter cura, novos problemas e desafios vão surgindo ao longo da vida.
Algumas escolas são mais preparadas para lidar com alunos com dislexia — Verdade
Ainda que a ideia de promover a interação da criança com dislexia com outras, que não sofrem com esse problema, seja boa, a verdade é que ter professores e um ambiente adaptado para lidar com as demandas do aluno com dislexia é a melhor forma de educá-la de maneira adequada.
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Enfim, essas são as principais informações sobre a dislexia. Se você conhece alguém que tem esses sintomas, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes, especialmente se for uma criança. Pois o tratamento, quando precoce, é muito benéfico!