Tradicionalmente, os homens costumam desvalorizar um pouco a própria saúde. Aqui no Brasil, é comum ver que eles não frequentam médicos com a mesma regularidade que as mulheres. Por isso, é muito importante valorizar períodos socioeducativos, como o novembro azul.
Uma das doenças que mais acometem os homens que não se cuidam é o câncer de próstata, que corresponde a 29,2% dos casos de cânceres em pessoas do sexo masculino, conforme indicam os dados de pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer em 2020.
Isso ocorre devido ao preconceito existente em relação ao exame de próstata, o principal meio de prevenção e de descoberta da doença. O novembro azul foi criado para mudar esses números e conscientizar a maior quantidade de homens em relação aos cuidados com a saúde de cada um.
Você conhece as atividades desenvolvidas durante o mês de novembro? São várias as ações que, comprovadamente, afetam positivamente essa cultura masculina. Aprenda sobre algumas delas acompanhando este artigo preparado pela equipe do Eu Sem Fronteiras.
Conheça o Novembro Azul e a importância desse movimento
Novembro azul: um mês dedicado à conscientização e à prevenção do câncer de próstata
Vários meses são destinados ao trabalho preventivo e socioeducativo de doenças. Por acaso você já sabe o que é novembro azul? A data foi firmada em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) e é considerada o principal movimento relacionado à saúde do homem no Brasil. Dentre os principais destaques, a campanha faz alusão à prevenção do câncer de próstata.
Nesse sentido, a data tem como objetivo influenciar positivamente os costumes dos homens brasileiros e normalizar, cada vez mais, o acompanhamento médico dessas pessoas, a fim de diminuir os altos índices do câncer de próstata.
Durante todo o mês de novembro, entidades como ONGs e secretarias de saúde ligadas aos governos (municipais, estaduais e federal), além de emissoras de televisão e rádio, chegando a organizações comunitárias (como associações de moradores e cooperativas populares), trabalham em conjunto em prol da prevenção.
Novembro Azul: registros e estimativas do câncer de próstata no Brasil
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), um a cada 41 homens morrerá de câncer de próstata. Os números são muito altos e preocupantes, principalmente por ser uma doença grave que, quando descoberta em estágio avançado, tem fortes chances de levar ao óbito, embora essa incidência seja a minoria.
Ainda segundo dados coletados pelo Inca, de 2010 a 2018, a doença levou a óbito um total de 127.571 homens brasileiros. Em 2010, foram constatados 12.778 óbitos; já em 2018, foram 15.576 os pacientes falecidos. Esses números mostram que, apesar da implementação do novembro azul, houve um leve aumento no índice de mortalidade.
Esse crescimento é preocupante, já que o câncer de próstata foi considerado, no ano de 2020, o sexto tumor que mais matou mundialmente, levando em consideração ambos os sexos.
Dessa forma, é de suma importância intensificar ainda mais a propagação da campanha do novembro azul em todos os lugares possíveis. Você conhece as ações realizadas durante esse período?
Quais são as ações efetivas da Campanha Novembro Azul
Como dito anteriormente, as ações que podem ser realizadas a fim de espalhar a palavra do novembro azul país afora são diversas. A promoção da saúde é um tema caro e popular na sociedade. Seja qual for a região do país ou a classe social do público-alvo, cuidar da saúde sempre será um assunto de interesse geral.
Durante o mês de novembro, é comum visualizar um amplo material, divulgado nas emissoras de mídia e nas redes sociais, como comerciais e matérias especiais sobre o tema, em telejornais e programas de rádio. Além disso, ONGs e secretarias de saúde e de educação realizam ações de panfletagem e de aulas expositivas sobre o tema em escolas, praças e espaços públicos.
Também é comum ver a campanha espalhada em ambientes empresariais. Como muitos homens usam o trabalho como uma desculpa para justificar a pouca frequência ao médico, as empresas acabam se tornando um alvo inteligente para os organizadores da campanha do novembro azul.
Em linhas gerais, a sociedade vem aceitando com mais naturalidade as informações a respeito do câncer de próstata e do novembro azul. No entanto, ainda há um longo caminho a ser trilhado na esfera da educação e da mudança de costumes.
Como a sociedade pode colaborar para reforçar as ações do Novembro Azul?
Empresas, ONGs, entidades, igrejas e até você — como um familiar preocupado com os seus parentes homens — podem entrar de cabeça na campanha. É possível acessar a página do Instituto Lado a Lado pela Vida e baixar uma série de materiais de cunho educativo, como pacote de postagens, fundos de tela para celular e computador, comunicados, pesquisas e o logotipo da campanha.
Além disso, nada como uma boa e velha conversa, franca e aberta para abrir a mente daquele homem meio cabeça dura, não é?
Acompanhe uma série de dicas e ações que podem ser realizadas com o fim de ampliar o alcance da campanha do novembro azul.
Como a família pode colaborar: conversando francamente com os homens da família, principalmente os mais velhos, apresentando dados e materiais de divulgação.
Como a igreja pode colaborar: oportunizando ocasiões, para além dos momentos de fé, nos quais podem ser realizadas reuniões para discutir as ações em prol da saúde dos homens que frequentam o espaço.
Como as ONGs podem colaborar: distribuindo material explicativo, com o uso da panfletagem, por exemplo, em escolas, ruas movimentadas e praças.
Como o governo pode colaborar: ampliando o espaço para a utilização de medidas educacionais, voltadas para homens de todas as idades, pois, apesar de a doença acometer homens mais velhos (a partir dos 50 anos), é importante que os jovens já sejam educados para extinguir a cultura da “masculinidade que não se cuida”.
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Então, você já se sente uma pessoa mais preparada para discutir sobre o tema? Faça o teste na sua roda de amigos ou com a sua família. Apesar de existirem diversos meios de prevenção e de acompanhamento da doença, é importante que o número de acometidos pelo câncer de próstata seja cada vez menor, e que os homens, do nosso Brasil e do mundo, comecem a se cuidar com muita responsabilidade e amor-próprio.