Infelizmente, todos nós sabemos que a relação dos homens com o autocuidado não é lá tão boa. Diferentemente das mulheres, a maioria dos homens só procura ajuda médica quando está com problemas graves. Isso reforça a importância de medidas socioeducativas que reiterem a necessidade do cuidado, como é o caso do Novembro Azul.
Essa campanha foi desenvolvida no Brasil em 2011, pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL). A escolha da data se deu pela cultura mundial, já que o mês de novembro é lembrado e usado como o mês dos homens em várias partes do mundo. Ações e campanha desse tipo ocorrem em diversas regiões do globo, simultaneamente.
Dentre os vários objetivos do Novembro Azul, estão a necessidade de mudar a cultura masculina de evitar acompanhamento médico e a prevenção do câncer de próstata, uma das doenças que mais acometem pessoas do sexo masculino. Analisando os impactos do Novembro Azul, vemos que há muito a ser feito.
O Novembro Azul 2021 mostrou que os números de incidência do câncer de próstata não diminuíram após a criação da campanha. Durante essa década houve um leve aumento, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A entidade também afirma que 1 a cada 41 homens morrerá de câncer de próstata.
Mas o que podemos esperar para a próxima década de Novembro Azul? Quais são as ações que podem ser realizadas até o ano de 2031 para mitigar ainda mais e, enfim, conseguir frear a curva de crescimento de incidência de mortes e de casos de câncer de próstata? Como combater as fake news e o preconceito? Reflita conosco.
Mais sobre o Novembro Azul
Analisando os dados da primeira década
Uma das ações essenciais que devem ser feitas nesses casos é analisar empiricamente os efeitos da uma década de campanha de Novembro Azul. Segundo afirma o Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), 77% dos homens concordam que a melhor maneira de evitar o câncer de próstata é realizando o exame de toque retal. É mais de um terço de todos os homens brasileiros. Isso pode ser considerado um avanço contra o preconceito e a desinformação.
No entanto, mais da metade dos brasileiros com idade acima de 45 anos (61%) ainda não realizou o exame tão importante para a prevenção e identificação dessa doença.
É por esse motivo que a Novembro Azul campanha não para. É preciso impedir com todas as forças o avanço da doença e do preconceito. Muitos homens evitam realizar o exame de toque apenas por questões ligadas à masculinidade e até à homofobia.
Planos para próxima década
Segundo dados atualizados do INCA, o câncer de próstata é o tipo de tumor maligno que mais acomete os homens, correspondendo a 29% dos casos de todos os tipos. Esse dado mensura o tamanho da importância de combater com ainda mais força a desinformação em torno do câncer de próstata.
Para a segunda década de campanha (2021 – 2031) existe um grande desafio que rodeia todos que fazem parte dessa grande rede de educação e de prevenção, formada por postos de saúde, secretarias dos governos, entidades filantrópicas, igrejas, empresas, associações de moradores, entre outros. A grande questão é reduzir o avanço da doença.
Um outro grande desafio é aliar o combate ao câncer de próstata com demais necessidades do público-alvo, como a necessidade de que os homens façam check-ups regulares e o incentivo ao cuidado em torno da saúde mental. Para o futuro próximo, essa relação de várias demandas será cada vez mais colocada em prática.
Reduzindo os fatores de riscos
Para isso, as entidades se organizam para mudar a cultura masculina no país. Outra coisa que deve ser posta em prática é a mudança da forma como os homens em geral se alimentam. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de incidência do câncer de próstata.
Um fator importante observado nos estudos é que os homens negros, por questões genéticas, são mais propensos a desenvolver o câncer de próstata. E a maioria dos homens no Brasil são negros ou pardos. Mais um motivo para intensificar ainda mais os estudos e as campanhas.
Combatendo as fake news
Como acontece em todas as áreas atualmente, o combate às fake news também se faz necessário no que diz respeito ao combate ao câncer de próstata. Como forma de evitar o exame do toque, muitos dizem por aí que ele não é necessário para a prevenção.
Um dos grandes desafios para a próxima década de campanha é justamente intensificar o combate ao conservadorismo dos homens que fogem dos exames. Para isso, é preciso uma cooperação de todos os envolvidos e ações, como a leitura e a distribuição de cartilhas e materiais educativos.
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Na sua realidade, você já viu uma mudança de ponto de vista dos homens em relação ao exame do toque ou ao modo como encaram o câncer de próstata? Pois é, você também pode refletir sobre o tema e fazer a sua parte, incentivando os homens ao seu redor a conhecerem ainda mais sobre o assunto. Não espere o mês de novembro chegar! Mantenha-se sempre atento e com capacidade de distribuir conhecimento para todos ao seu redor.