Espiritualidade

Os males e os bens da religião

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Ao longo da história, a religião foi e continua sendo fruto de desentendimentos entre as sociedades. Quantas pessoas não foram mortas por fins religiosos, acusadas de bruxaria na Idade Média e torturadas de forma impiedosa? Aliás, não precisamos ir muito longe. Se observarmos sobre o panorama da perseguição aos judeus na Segunda Guerra Mundial, tal conflito no período contemporâneo também teve seu teor religioso. Mais recente ainda podemos citar as posições do Estado Islâmico contra o ocidente, que praticamente coloca em confronto sociedades de origem muçulmana contra as cristãs.

Da mesma forma que a religião já causou uma série de problemas, não podemos descartar as lições de moral e as orientações oferecidas pelas diferentes doutrinas. Até mesmo o Islamismo, tão criticado pela mídia ocidental e fruto de desconfiança devido aos ataques terroristas, também tem um histórico de ações positivas e de períodos de paz. Da mesma maneira que a Igreja Católica cometeu atrocidades no passado, a história mostra que a difusão da religião ocorre em função do posicionamento dos religiosos praticantes dessa manifestação cultural no respectivo tempo em que viveram. A matriz da Igreja Católica, embora tenha passado por importantes reformulações, é a mesma, liderada atualmente pelo Papa Francisco e suas lições de humildade e filantropia, do que a que cometeu atos terríveis contra aqueles que acusou como hereges.

Fato é que existem extremistas praticantes não só de qualquer religião, mas como de qualquer hábito. Da mesma forma que existem torcedores de futebol e de militância política fanáticos, o mesmo vale para religiosos. E como os livros de Deus, independente da fé do praticante, representam uma divindade perfeita, eles não são passíveis de questionamento e reflexão. Se eu entendi X, então devo fazer X e não deve haver tolerância para outra coisa senão para aquilo que está nas escrituras sagradas.

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Embora a fé seja uma grande qualidade, a fé cega pode ser um problema. É muito subjetivo definir se a nossa própria fé é cega, quanto mais a do próximo. Por via das dúvidas, o ideal seria uma relação pacífica entre as diferenças religiões e seus praticantes, onde todos tivessem o direito de se manifestar e acreditar no que bem entendessem, respeitando sempre a crença do outro. Há muitas feridas abertas que não foram curadas ao longo da história e que aguardam a oportunidade de devolver os males que sofreram.

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Como disse Gandhi, importante líder religioso da Índia, se continuarmos no olho por olho e dente por dente, certamente terminaremos cegos e desdentados. 


  • Escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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