Comportamento Saúde Mental

O impacto dos reality shows na saúde mental

Imagem de uma pessoa trocando os canais da TV
tomasworks de Getty Images Signature/ Canva

Começaram as temporadas dos reality shows, cada um à sua maneira, com propostas diferentes. Vigiar o comportamento de pessoas diferentes mediante estímulos é um método criado por Skinner há muitos anos.

Skinner, que era um psicólogo behaviorista, acreditava que seria possível condicionar um comportamento ou reforçá-lo como positivo ou negativo, ou seja, o comportamento podia ser mudado de acordo com o ambiente e a situação em que o sujeito era colocado.

Hoje, vemos as mudanças comportamentais nos reality shows de acordo com a proposta de cada programa. Em um deles, 22 pessoas são colocadas em uma casa e precisam participar de provas, criar afinidade com o público que os assiste e o vencedor ganha o prêmio de R$ 1,5 milhão de reais.

Em outro programa que está bem conhecido atualmente, os pretendes querem se casar e estão em busca da sua alma gêmea, mas tem um porém, só é possível conhecer sua alma gêmea depois de conversar com ela em alguns encontros, mas sem vê-la. Acredita-se que o amor não tem olhos para a aparência e sim para afinidades e outras questões. Sobre o “prêmio”: sair casado do programa.

A questão é o quanto esses programas influenciam não só a vida de quem participa mas também de quem os assiste. Há uma certa curiosidade em saber como o outro vive e se comporta. No entanto, existem momentos em que pode haver uma identificação com algum participante. De que forma isso pode reverberar nos sentimentos de quem está assistindo?

Imagem de uma mulher comendo pipoca e assitindo TV com a expressão de satisfação pelo o que vê.
Yuganov Konstantin/ Canva

Assim como as emoções dos participantes, as emoções de quem está assistindo são modificadas a cada ação que ocorre dentro de programas como esses, sentimentos como angústia, tristeza, raiva e até mesmo alegria podem acontecer; no entanto, é importante ressaltar como isso se dá na saúde mental.

Voltando à identificação, a forma como um participante age ou sente alguma coisa pode fazer com que o telespectador sinta também, e isso pode interferir nas suas emoções.
Para Freud, a identificação é uma ligação afetiva inconsciente com outra pessoa, e, nesses casos, o que pode acontecer é a identificação por contágio, quando a pessoa quer ou pode se colocar na situação do outro, porque já viveu aquilo.

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Caso seja identificado algum tipo de sentimento em resposta ao que se assiste nesses programas, é de suma importância levar isso ao processo terapêutico e entender por que aquele sentimento existe, por que se sente desta forma, o que esse sentimento tem a ver comigo que sou telespectador e não estou vivendo aquilo.

Sobre o autor

Beatriz de Andrade Silva

Psicóloga Clínica, Supervisora Clínica, Escritora, Palestrante, Taróloga, Mestranda em Psicologia Social (PUC-SP), Especialista em Diversidade nas Organizações (PUC-SP), Pós-Graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global (PUC-RS), Pós-Graduada em Psicologia e Desenvolvimento Infantil, Mentora de Carreira (FGV) e Pesquisadora das Relações Étnico-Raciais. Associada à ABPN - Associação Brasileira de Pesquisadores Negros.
Atuei por oito anos no mercado financeiro, na área de gestão de pessoas, com foco em talent acquisition, treinamento & desenvolvimento.

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