A Páscoa, feriado que encerra a quaresma que sucede o Carnaval, é comemorada no hemisfério sul, no primeiro domingo de lua cheia do outono; ela celebra, para os cristãos, a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. Antes de ser associada à ressurreição de Jesus, a data comemorava, no hemisfério norte, a transição do inverno para a primavera. A celebração cristã da Páscoa tem origem no Pesach, comemoração judaica que festeja a libertação do povo de Israel, mas, além disso, a comemoração cristã celebra, como mencionado anteriormente, a ressurreição de Jesus Cristo. Essa comemoração representa para os cristãos a libertação da Terra dos pecados cometidos pela humanidade.
Mais sobre a Páscoa
O significado da Páscoa
A Páscoa se originalizou a partir da palavra latina Pascha, que veio do hebraico Pessach/ Pesach, significando “a passagem”, que é descrita como a passagem pelo Mar Vermelho e libertação do povo israelita da escravidão no Egito e indo para a chamada Terra Prometida. A Páscoa era celebrada pelos judeus, nessa época, para comemorar a liberdade conquistada, uma festa que servia de memorial para que os filhos de Israel não se esquecessem nunca que foram escravos e quem os libertou foi Deus.
Já no Novo Testamento, com a ressurreição de Jesus Cristo, a Páscoa passou a ser a celebração da passagem da morte para a vida. Seguindo o calendário cristão, a Páscoa encerra a Semana Santa. Já para o catolicismo, a comemoração começa na chamada “Quinta-feira Santa”, com uma Missa da Ceia do Senhor; na sexta, temos a conhecida “Sexta-feira Santa”, em que se é relembrada a crucificação de Jesus. A comemoração é finalmente encerrada no “Domingo de Páscoa”, no qual celebra sua ressurreição e primeiro aparecimento aos discípulos.
A Páscoa Judaica
Nem todo mundo sabe, mas Jesus era, na verdade, judeu e, em sua última ceia, estava comemorando o Pessach, que é a Páscoa Judaica, desfazendo a ideia de muitos que acham que a Páscoa está relacionada apenas com o cristianismo, visto que essa é uma das festas mais importantes no calendário judaico, por simbolizar justamente a fuga dos hebreus do Egito e sua escravidão. De acordo com a Bíblia judaica, nos Livros de Êxodo e Torá, Moisés havia tentado, por vezes, convencer o faraó a libertar seu povo e, inclusive, teria sido avisado por ele sobre as dez pragas que seriam lançadas ao Egito caso ele relutasse.
Apesar de ter sido avisado sobre as pragas, o faraó não deu ouvidos e não os libertou, resultando em águas de sangue, rãs, piolhos, moscas, animais morrendo, sarnas, granizos, gafanhotos, escuridão e a morte dos primogênitos. Por instruções dadas a Moisés por Deus, antes da última praga, os judeus marcaram suas portas com sangue de cordeiro, poupando as vidas dos seus quando o anjo enviado por Ele matou os primogênitos egípcios.
Apenas depois de todas as dez pragas terem acontecido, e temendo outras, o faraó libertou o povo judeu, dando a essa comemoração mais de 3 mil anos até hoje, marcando a liberdade do povo judeu da escravidão do Egito.
A Última Ceia
Registrada nos Evangelhos Sinópticos, chamamos de Última Ceia — ou Santa Ceia, para os cristãos, a última refeição feita por Jesus Cristo com os discípulos antes de sua prisão e sacrifício na cruz, pagando por nossos pecados aqui na Terra. Foi na Última Ceia que Jesus deu a Páscoa um novo significado — não mais a comemoração do livramento da escravidão do Egito e da praga da morte física, apenas; agora, acrescentou Seu sacrifício para ser lembrado, quando nos salva da morte e da servidão espiritual. Também na Última Ceia, Ele predisse que seria negado por Pedro e que seria Judas quem O trairia. Ali, Jesus também ensinou sobre os princípios de servir e perdoar, lavando os pés dos discípulos
A refeição de Páscoa era comumente realizada em família, embora, na Última Ceia, tenham sido os apóstolos que estavam com Jesus, o que pode trazer para a igreja outro significado específico, que foi fundado por eles, já que, ao mesmo tempo que tem significado para os judeus, a Páscoa também tem para a igreja. Atualmente chamamos Última Ceia de a Ceia do Senhor ou comunhão.
A Páscoa Cristã
Enquanto muitos conhecem a Páscoa como a celebração da ressurreição de Jesus Cristo, diferente da Páscoa judaica, a Páscoa cristã se inicia no domingo da ressurreição e termina 50 dias depois, em domingo de Pentecostes, preparando os cristãos para receber o Espírito Santo, por isso é considerada fundamental para a fé cristã. Além disso, ela é vista como uma esperança dada aos homens por Deus, diante da cruz, do pão e do vinho, do cordeiro, de coelhos, óleos santos, da água e dos tão conhecidos ovos de Páscoa.
Durante a Semana Santa, são relembrados todos os eventos que resultaram na crucificação de Jesus, iniciada no Domingo de Ramos, quando Jesus retornou a Jerusalém, na quinta-feira que ocorreu a Última Ceia com os discípulos e o Sábado de Aleluia, um dia após a morte de Cristo.
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Além disso, ocorre a Paixão de Cristo, Crucificação e morte dEle e a ressurreição. Após isso, o Domingo de Páscoa, que marca o fim da Semana Santa. É onde se celebra a vida, referenciam a Última Ceia e agradecem o sacrifício feito por Jesus. O Domingo de Páscoa também marca o fim da semana de Quaresma, tempo em que os fiéis cristãos permanecem em períodos de penitências e jejum por 40 dias; mas isso é uma tradição que, desde aquela época, costuma variar de cristão para cristão.
A Páscoa pode ser um feriado comemorado diferente em cada parte do mundo, mas o seu significado maior nunca deixou de ser o mesmo: a ressurreição de Jesus, nos relembrando sempre sobre o amor que Ele sentia por nós e o porquê de ter se sacrificado na cruz: para nos libertar de nossos pecados e nos ensinar sobre o amor em sua forma mais pura; sobre o perdão e salvação. Não é sobre ovos de chocolate e coelhos, mas sim, o amor ao próximo, que sempre foi a mensagem que Ele nos quis passar.