Autoconhecimento Saúde da Mulher

O gosto invisível na taça de gin

Imagem de uma taça de Gin em uma mesa, com uma colher e limão do lado em um fundo escuro
Toni Cuenca de Pexels/ Canva
Escrito por Kelly Christi

Entenda o aumento do consumo bebida alcoólica entre mulheres e como aproveitar a vida social com equilíbrio

Que as mulheres mostraram que é possível ser e fazer o que querem já não é mais novidade. Há conquistas importantes para celebrar até aqui, embora as multitarefas tendam a ser desgastantes e façam com que as buscas por lazer e relaxamento sejam necessárias.

Beber um drink, por exemplo, pode ser uma opção de diversão, assim como pode se tornar um hábito autodestrutivo. Esse é um dos alertas dos especialistas sobre o aumento do consumo de bebida alcóolica entre as mulheres, nos últimos anos.

Conforme dados do relatório “Álcool e Saúde dos Brasileiros: Panorama 2022”, conduzido pelo Centro Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o aumento no consumo de álcool ocorreu entre todas as faixas etárias, com um crescimento mais significativo durante a pandemia, entre mulheres de 18 a 34 anos.

Gatilhos femininos e a bebida

Para o psicólogo e especialista em psicanálise lacaniana Pedro Gobett, os gatilhos para as mulheres consumirem mais bebida alcóolica merecem atenção individual. Quando se trata do universo feminino, “a singularidade é uma marca”, comenta.
No entanto, alguns gatilhos passaram a se assemelhar aos dos homens, desde que a mulher conquistou espaço social, afetivo e no mercado de trabalho, com a globalização e os movimentos sociais.

Dificuldades financeiras, conflitos familiares e nos relacionamentos afetivos, frustrações em objetivos diversos podem ser alguns dos motivadores para o aumento do consumo de bebida alcóolica. “Quando os objetivos almejados parecem distantes de serem realizados, a mulher pode até desenvolver um quadro depressivo”, alerta o psicanalista.

Fique atenta aos sinais

Imagem de uma mulher dormindo com um copo de bebida alcoólica na mão
cristianl de Getty Images Signature/ Canva

Happy hours, festas e festivais voltaram a fazer parte da vida social, na pós-pandemia de covid-19. Para apreciar os momentos com equilíbrio, é necessário que a mulher fique atenta aos sinais do seu corpo. Gobett compartilha três fases para reconhecer que é importante apertar o botão de alerta:

• Fase macaco, na qual ocorre uma desinibição, uma euforia, e, tal como um macaco, provoca risos.
• Fase leão, que se caracteriza pela agressividade e pela valentia, podendo agredir fisicamente ou verbalmente alguém, chegando a causar arrependimento no dia seguinte.
• Fase porco, na qual ocorre a perda das funções fisiológicas, e a pessoa não consegue ter um senso de qualquer medida higiênica.
Ao identificar algumas dessas características, cabe buscar o auxílio de um profissional.

O segredo está na quantidade

O corpo da mulher pode reagir biologicamente de forma diferente do corpo do homem e desencadear problemas à saúde, como gastrointestinais, neurológicos, de fertilidade e de aumento de peso.

A recomendação da Cisa é que a mulher consuma uma dose de 14 g de álcool em um único dia ou sete doses por semana. No Brasil, a dose recomendada corresponde a uma lata de cerveja (com 5% de álcool), 150 ml de vinho (que contém 12% de álcool) e 45 ml de destilado — como vodca, gin, tequila (com 40% de álcool).

Você também pode gostar

Se estiver triste ou eufórica demais, não beba

Imagem de uma pessoa recusando um copo de bebida alcoólica
MoMorad de Getty Images Signature / Canva

Quando não aprendemos a ouvir o corpo e as emoções, o brinde que poderia ser feito apenas por diversão pode se tornar um problema em diversas áreas da vida.
Portanto, vale observar os momentos de tristeza e euforia, na hora de beber. Dentro de uma taça de gin, pode existir um gosto que o mundo desconhece.

*Para conhecer os livros e trabalhos da autora, acesse o link

Sobre o autor

Kelly Christi

Kelly Christi é jornalista, escritora e cientista social. É Mestre na linha de Comunicação, Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do ABC (UFABC). É autora do livro literário “Quasi di Verdadi" (Litteral Ed.) e do livro de comportamento social "Amor sob Telas - insights sobre vivências afetivas na Era Digital" (Ed. Dialética).

No Eu Sem Fronteiras, Kelly compartilha reflexões sobre comportamentos que impactam nosso dia a dia e como podemos lidar com estas questões de forma mais saudável, produtiva e crescermos com elas.

Sua principal característica está na versatilidade de estilo e ideias. Você pode conhecer um pouco mais dos seus trabalhos e livros em

Para conhecer mais sobre trabalhos, oficinas e palestras, acesse o site kellychristi.com.br.
Para conhecer os livros, acesse kellychristi.com.br/livros/
Instagram: @kelly_christi