O ciúme não é uma emoção única, pois é um conjunto de vários sentimentos confusos e influenciadores, como raiva, ansiedade, medo, impotência, tristeza, desespero etc.
Sentimos ciúme quando consideramos a possibilidade de que nosso relacionamento seja ameaçado por um/uma rival. Tememos que nossa parceira/parceiro, amigos ou outras pessoas queridas percam o interesse por nós e desenvolvam relação mais próxima com outra pessoa.
No caso do ciúme, o relacionamento especial sempre está relacionado a três pessoas (e não me refiro aos trisais). É justamente a terceira pessoa que é interpretada como uma ameaça iminente.
O ciúme existe desde os primórdios da humanidade, como o ciúme de Caim por Abel, no livro de Gênesis, o primeiro da Bíblia Sagrada.
O ciúme também possui teorias sobre sua evolução: a do investimento parental e a da competição por recursos limitados, teorias que não abordarei aqui.
Isso quer dizer que, em algum momento da vida, já sentimos ou poderemos sentir ciúme. A questão é o que fazemos com esse sentimento.
Pessoas que possuem crenças (ideias generalistas) distorcidas sobre si, os outros e o mundo tendem a ruminar o ciúme, tornando-o um problema para o relacionamento.
Por exemplo: se você acredita não ser uma pessoa interessante ou não ser capaz de manter o amor de outra pessoa por você (essas crenças são as lentes com as quais você se enxerga no mundo), isso te faz querer se proteger do pior.
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O pior, nesse caso, é alguém atrapalhar seu relacionamento. Dessa forma, começa a busca por evidências de que o relacionamento está em perigo, o que gera desconfiança, perseguição, brigas e, muitas vezes, o término, confirmando as crenças.
Lembre-se: nossos pensamentos não são fatos. A mente de uma pessoa ciumenta em busca confirmações, em vez de fatos. De forma inconsciente, é uma tendência automática buscarmos informações que confirmem nossas crenças.
Então, se você considera que o ciúme é um problema na sua vida, observe seus pensamentos e tente fazer uma avaliação racional dos fatos que os apoiam ou, o oposto, não os confirmam. Se não conseguir fazer isso sozinho, busque ajuda especializada.
Referência bibliográfica: Livro “A cura do ciúme”, de Robert Leahy.