Anatta, conhecida como “doutrina do não eu”, é um conceito interessante. Baseia-se na ideia de que não somos seres imutáveis, mas sim de que estamos em constante mudança. A Anatta também pode ser definida através de outros nomes, como: “não eu”, “desprendimento” ou “ausência do ego”.
De acordo com o budismo, tudo em nossa vida são eventos “contínuos” e estão em constante fluxo. Então, a ideia de “não eu” (anatta) defende que nossa existência é mutável e dependente, diferente de outras filosofias que ensinam o contrário. Toda causa gera um efeito e nossa consciência e vida fazem parte de todos os resultados provenientes dessas causas.
Outras religiões baseiam-se na crença de que nascemos com um destino (ou fardo) pré-concebido e que até o final de nossos dias continuaremos com essa tarefa de perpetuar esse tal destino. No budismo o conceito é diferente. Cada momento, pensamento, palavras que proferimos e ações que fazemos pode mudar o curso de nossa vida, em pequena ou grande escala, o que vem ao encontro com o conceito Anatta.
Sobre essa questão, o filósofo Evan Thompson ressalta que: “O cérebro e o corpo trabalham em conjunto no contexto de nosso ambiente físico para criar um senso do eu”. Esse “eu” nada mais é que do que a mudança constante do qual falamos anteriormente.
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A princípio, parece um tanto quanto confuso, mas, em suma, nada mais é do que a ideia do “eu em constante mudança”, e isso é maravilhoso, uma vez que temos a oportunidade de mudar a todo e qualquer momento. O pensamento de que “eu nasci assim e vou morrer assim” é obsoleto nos dias de hoje e um tanto quanto chato.
Temos a oportunidade de alterar o curso de nossa existência quando quisermos. Partindo do conceito do “eu em constante evolução”, acreditando primeiramente em “mim mesmo” e sendo o agente da mudança, perpetuaremos uma vida libertadora e concisa.
- Escrito por Bruno Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras.