Quando alguém não está muito bem, talvez sobrecarregado pelo trabalhado ou angustiado por algum dos diversos problemas da vida, sempre tem alguém que aconselha que “meditar pode ajudar a lidar melhor com as coisas”. Não que a meditação não ajude, muito pelo contrário, mas algumas pessoas dão esse valioso conselho com uma interpretação errada de como meditar é benéfico.
Algumas pessoas pensam que quando a meditação traz uma melhora é porque a pessoa deixa de ficar se torturando com o problema. “Inspire e respire fundo, contando de um a dez de trás para frente”, isso chega a ser uma ofensa se é visto por alguém como uma forma de meditar. A meditação é muito além de fechar os olhos e respirar. Trata-se de um estado de transição temporal em que nossa mente se desliga do corpo, proporcionando um estado de espírito elevado.
Segundo Sara Lazar, neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, a meditação tem a capacidade não só de fazer uma pessoa conseguir lidar melhor com as situações do dia-a-dia, mas também de modificar o cérebro do indivíduo.
Os trabalhos da pesquisadora consistiram em comparar, após oito semanas de observação, resultados no cérebro de pessoas que praticaram meditação e outras que não meditaram. No grupo que aprendeu meditação, Sara verificou um aumento do volume em quatro regiões cerebrais.
Dentre as principais diferentes encontradas, destacamos as alterações no giro cingulado posterior (memória), hipocampo da esquerda (educação, aprendizado e controle das emoções) e também na junção temporoparietal (tomada de decisões, empatia ao próximo, sentimentos e etc). Outras mudanças também foram perceptíveis na área do tronco do cérebro, como, por exemplo, na amígdala (responsável pelos nossos atos instintivos, ou seja, aqueles que agem por impulsos de sobrevivência), região cerebral que ficou menor no grupo de pessoas que passaram pela meditação durante quase 60 dias e reduziram consideravelmente os traços de estresse no dia-a-dia.
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É importante pontuar que os estudos relacionados ao cérebro humano ainda engatinham, comparando com toda a gama que se tem a explorar nesse segmento da neurociência. Fato é que a meditação pode ter efeitos muito além do que compreendemos atualmente, praticamente eliminando qualquer dúvida sobre os benefícios de uma prática diária em nosso cotidiano.