Vivemos em função do tempo que sempre nos serve de alegação, para não nos debruçarmos no âmbito da verdadeira vida, que transcende ao que concebemos no passar das vinte e quatro horas do dia.
Mesmo com tantos conhecimentos já adquiridos, não nos apercebemos de que o “tempo” de Deus não é o do homem! Somos uma ínfima fração daquilo que não podemos mensurar com exatidão…
Essa incapacidade dificulta o nosso despertamento para perscrutar em profundidade o que devemos realizar nessa reencarnação exígua, que se dilui na imensidão do tempo… Na fase evolutiva em que nos encontramos, a falta dessa percepção não nos permite alcançar algo tão precioso que repercutirá em toda nossa trajetória espiritual.
Questionar, meditar e refletir são atitudes a serem exercitadas no nosso contexto de vida. A mente precisa ser trabalhada para que possamos nos instruir e vivenciar através da verdade a nossa libertação, segundo João 8:32: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Lembremo-nos, ainda do Capítulo VI, O Cristo Consolador, Item 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo, pg.107: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”.
O processo evolutivo que nos envolve em qualquer circunstância da vida, exige estudo e perseverança. Nossa condição espiritual será tão meritória quanto maior tenha sido o nosso esforço centrado no aprendizado. Não somos simples habitantes do Orbe terrestre! Todos nós trazemos o propósito de evoluir e, nesse processo, a instrução está inserida de forma incondicional.
No livro “Ação e Caminho”, pg.3, psicografia de Francisco Cândido Xavier, por diversos Espíritos, encontramos: “O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, “a cada um será dado pelas próprias obras”. (Emmanuel).
A vastidão do tempo que nos espera não deve permanecer como um “espaço vazio”. A cada dia, precisamos aproveitar da melhor forma o tempo da vida corpórea — templo do espírito —, que precisa ser trabalhado para que alcancemos gradual e constantemente o reluzir da nossa luz.
Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro Seguindo Juntos, pg. 11, nos diz: “Cada espírito estagia na situação de que necessita, detendo os recursos que a Sabedoria Infinita lhe empresta, servindo ao progresso, nesse ou naquele departamento do mundo, até que estabeleça para si mesmo aspirações mais nobres, capazes de alçá-lo à Vida Superior”.
Mantendo-nos inertes para o que nos oferece a visão transcendental da vida espiritual e vivendo com ênfase desmedida a vida material, seremos cobrados adiante pelas nossas consciências quanto ao tempo desperdiçado. Fatalmente o arrependimento se fará presente nas sombras que deixamos de dissipar…
A fuga da realidade de que somos espíritos imortais, e que a vida não se resume a uma única encarnação, decorre da incerteza que ainda nos obscurece o entendimento dessa verdade. Nada obstante as incontáveis citações e experiências comprovadas por cientistas e estudiosos da Doutrina dos Espíritos, muitos persistem com a visão turva para esse entendimento.
Estejamos conscientes de que, negligenciando o nosso dever na vida terrena, o retorno imperioso nos aguarda para completarmos o que deixamos de fazer. É nesse momento que sentiremos a frustação da ociosidade que vivemos… Contudo a misericórdia de Deus permite-nos a reparação de todos os equívocos praticados através das reencarnações, tantas quanta se fizerem necessárias, para o nosso completo despertamento.
Divaldo Pereira Franco, através do Espírito Joanna de ngelis, no livro “Em Busca da Verdade”, pg.74, nos diz: “O equívoco de agora enseja-lhe reparação posterior, o acerto de um momento abre-lhe espaço para novas conquistas impulsionando-o irremediavelmente para a harmonia consigo mesmo e com o Cosmo”.
Ressaltamos, ainda, o contido no livro “Do Outro Lado do Espelho”, pg.2, psicografia de Carlos Antônio Baccelli, pelo Espírito Inácio Ferreira: “É longo e íngreme o caminho a ser percorrido. A obra do aperfeiçoamento íntimo é resultado de esforço intransferível. Não existem favorecimentos indébitos na Lei de Evolução, que a ninguém isenta da necessidade de aprender à custa da experiência vivenciada”.
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Diante dessa realidade os benefícios do esforço empreendido advirão em razão da nossa perseverança, visto que não dependemos de outrem para atingirmos esse objetivo. Necessário se faz, pois, entender que o sacrifício de agora, repercutirá adiante no sorriso feliz pelo êxito alcançado (o desencarne é a porta do renascimento; a existência é o nosso estágio probatório).
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus
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