Você gosta de se fantasiar? Os adereços que usamos nos ajudam a descobrir uma nova versão de quem somos, explorando nossas características que ficam escondidas ou incorporando novas qualidades. Por isso, fantasiar-se é um ato lúdico, divertido e transformador, assim como são as performances de Drag Queen e Drag King.
Atualmente, essas performances são populares, ainda que sejam uma prática antiga. A série “RuPaul’s Drag Race”, por exemplo, é uma competição entre Drag Queens que tem 15 temporadas. Mas o que é ser uma Drag Queen? E qual é o significado de ser Drag King? Descubra no conteúdo que preparamos.
Você encontrará nesse artigo:
Significado de Drag Queen
Drag Queen é uma arte performática que consiste em exagerar a feminilidade. Uma pessoa que faz drag queen, então, deve construir uma personagem bastante feminina, que pode usar uma maquiagem marcante, um cabelo longo e volumoso e roupas chamativas. Pabllo Vittar e Glória Groove são exemplos disso.
Inicialmente, a arte drag queen surgiu como uma forma de contornar uma proibição imposta às mulheres. Quando elas não podiam atuar nos teatros ingleses, eram os homens quem interpretavam papéis femininos, vestindo-se de acordo com a imagem associada às mulheres. O termo “drag”, inclusive, é uma sigla para “dress as a girl” (vestir-se como uma mulher).
Com o passar do tempo, a arte drag queen passou a ser utilizada pela comunidade LGBTQIA+ para romper os padrões da sociedade. A adição de “queen” (rainha) representa a ostentação das personagens, que podem ser criadas por qualquer pessoa, ainda que sejam comumente desenvolvidas por homens.
Significado de Drag King
Drag King é outra arte performática, mas o objetivo é exagerar a masculinidade. Dessa forma, o personagem deve ser bastante masculino, com barba, cabelo curto e roupas tipicamente associadas aos homens.
A arte drag king surgiu em 1660, quando as mulheres puderam atuar nos teatros ingleses, também como homens. Depois que a arte se espalhou pelo mundo, em oposição ao termo “queen”, “king” (rei) foi incorporado ao nome.
Mesmo que a maioria das personagens e das performances sejam elaboradas por mulheres, qualquer um(a) pode ser drag king. Rubão e Lucca von Füder são drag kings de sucesso no Brasil.
Diferenças entre Drag Queen e Drag King
Para evitar confusões entre os dois termos, veja quais são as diferenças entre drag queen e drag king:
1) Quem performa cada arte
Tanto a performance de drag queen quanto a performance de drag king podem ser realizadas por qualquer pessoa, de qualquer identidade de gênero e orientação sexual. No entanto, é mais comum que homens sejam drag queens e mulheres sejam drag kings.
2) A visibilidade
Por causa do machismo, a visibilidade dos artistas que fazem drag queen é muito mais alta do que a das artistas que fazem drag king. É possível citar filmes (“Priscilla, a Rainha do Deserto”), séries (“Nasce uma Rainha”) e celebridades (Lia Clark) do mundo drag queen com facilidade, mas é difícil nos referir à presença do universo drag king na mídia.
Drag Queen e Drag Kings na cultura
Uma maneira de saber mais sobre o universo drag queen/drag king é acompanhando as manifestações dessa arte na cultura. Descubra por quais exemplos você pode se aprofundar nessas performances:
Livros sobre Drag Queens
1) “Drag Queens – Arte, Cultura e Sociedade”, de Ally Brown, Nelly Winter, Paola Joy, Petilaine Queen e Sophie Boomèr
Escrito por cinco drag queens, o livro apresenta essa expressão artística de forma analítica, interpretando qual é o papel desse tipo de arte na sociedade contemporânea.
2) “King of Hearts: Drag Kings in the American South”, de Baker A Rogers
A obra em inglês, cujo título pode ser traduzido como “Rei dos corações: Drag Kings no sul dos Estados Unidos”, lança luz sobre artistas de drag king que ainda são invisibilizados na sociedade.
3) “Becoming Ted”, de Matt Cain
O livro em inglês é uma história fictícia na qual um homem é abandonado pelo marido e aproveita essa oportunidade para descobrir uma nova versão de si, por meio da arte drag queen.
4) “Drags”, de Paulo Vitale
A obra é um apanhado de 46 relatos de drag queens, com fotos dos artistas montados e desmontados feitas pelo fotógrafo Paulo Vitale, um dos mais importantes do Brasil.
5) “Salete Campari – Uma Drag Queen”, de Angela Oliveira
O livro é uma biografia do artista brasileiro Francisco Sales Rodrigues, feita pela jornalista Angela Oliveira, que dá vida à personagem drag queen Salete Campari.
Séries e filmes sobre Drag Queens/Drag Kings
1) “Priscilla, a Rainha do Deserto”, de 1994
O filme conta a história de duas drag queens e uma artista trans que viajam pelo deserto em um ônibus chamado “Priscilla”, apresentando um show de drag queen para diferentes públicos.
2) “A Gaiola das Loucas”, de 1996
O longa-metragem acompanha Armand, dono de uma boate de drag queens, em uma missão de causar uma boa impressão no pai da futura nora dele, que é um senador conservador.
3) “All That Drag”, de 2022
O documentário produzido por drags revela a história de cinco drags brasileiras (Malayka SN, Ginger Moon, Don Valentim, Natasha Princess e Penelopy Jean), apresentando as vitórias e os desafios de cada uma delas.
4) “Nasce uma Rainha”, de 2020
A série brasileira é um reality show comandado por Glória Groove e Alexia Twister, com o objetivo de guiar seis drags em uma jornada de sucesso e autoconhecimento.
5) “RuPaul’s Drag Race”, de 2009
A série, que começou em 2009 e continua sendo produzida até hoje, é um talent show entre drag queens, comandado por RuPaul.
Podcasts comandados por Drag Queens/Drag Kings
1) “The Drag King Cast”, de Loose Willis e John Travulva
O podcast comandado por dois drag kings aborda temas como história, sexualidade, moda e o universo drag, de forma leve e divertida.
2) “Consuela Banana Responde”, de Consuela Banana
Neste podcast brasileiro, a radialista e drag queen Consuela Banana promete trazer reflexões sobre a sociedade de um jeito fútil, para fugir de uma realidade ruim.
3) “Santíssima Trindade das Perucas”, de Bianca DellaFancy, Duda Dello Russo e LaMona Divine
As três drags queens que apresentam o podcast abordam temas da cultura pop, histórias sobre a comunidade LGBTQIA+ e notícias com muito bom humor.
4) “Bom dia Drag Queen”, da Cia Canastra de Teatro
O podcast conduzido por Alexia Twister, Loulou Callas, Mercedez Vulcão, Thelores e Vera Ronzella informa as notícias da semana de diversos segmentos, indo desde moda até astrologia.
5) “Salviadagen”, de Spadina Banks
A drag queen Spadina Banks usa o formato do podcast para falar sobre as vivências da comunidade LGBTQIA+ em Salvador, capital da Bahia.
Tudo sobre outros tópicos da comunidade LGBTQIAP+
Depois de se aprofundar no universo drag, você já sabe o quanto pode ser transformador produzir e consumir o trabalho de drag queens e drag kings. Para garantir que mais pessoas tenham essa consciência e possam apoiar essa forma de arte, compartilhe este conteúdo com seus amigos!