Antes de me tornar artista nos palcos, eu já era um ator por conta da sensibilidade poética e filosófica das áreas acadêmicas que fazem parte da minha trajetória social. Sou escritor, filósofo, poeta, colunista, palestrante e ator de teatro.
Na minha insignificância, me sinto abençoado por Deus e louvo ao Grande Arquiteto do Universo por minha vida, pelos respectivos resultados alcançados sem recursos. Muitos me perguntam como cheguei até aqui onde me encontro, não sei dizer, só sei que fiz um pouco de tudo nesta vida.
Fui criado no Complexo do Alemão, tive uma juventude onde me envolvi com o submundo, mas me recuperei aos 21 anos e retornei à vida social. Fui obreiro de uma igreja neo pentecostal por 20 anos, fui gerente de Drogarias e balconista, fui candidato a vereador 2 vezes, fui vice-presidente de partido, sou gerente Imobiliário, fui pastor iburd, fui pagodeiro, funkeiro nos bailes da favela, fui muitas coisas.
Teatro da existência, sobrevivência sem servidão voluntária, nenhuma coisa boa torna seu possuidor feliz, a menos que sua mente esteja habituada à possibilidade de perder.
Os circuitos de consagração social só poderão ser mais eficazes, quanto mais passarem do objeto de consagração.
Quando piso no palco para interpretar um personagem, me sinto leve, fora da vida caótica de um filósofo que sou.
Aliás, sou nada, mas também sou, no mundo, o fundador da filosofia da imparcialidade participativa. Trata-se de uma filosofia que desafia todos os horizontes acabados em troca da ataraxia fora da linguagem.
Voltando ao teatro, gosto de interpretar, fazer personagens diversos, embora eu seja mais inclinado à comédia e ao romantismo. Não obstante, também sou pura reflexão. Adoro o público, ver as pessoas atentas para entenderem gestos e o enredo da peça. Conheci bastante pessoas e tive experiências incríveis no teatro. Embora eu frequente o teatro desde que vivia no complexo do alemão, sempre tive inclinação ao universo das artes. Óbvio que meu forte sempre foi a filosofia, literatura e poesia, mas o tempo de vida me fez amar o teatro como se fosse a roupa da minha alma, onde me liberto de mim que sou insuportável por ser um homem tecnicamente morto, por não acreditar em quase nada de tudo que existe no mundo.
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Enfim, a energia, conexão, atmosfera do palco é uma experiência única a cada vez que subo nele para ensaiar ou para efetuar a peça. Talvez, por eu ser pastor em mais de 16 núcleos de igrejas, eu peguei habilidades que me acompanham como: espaço e tempo, posicionamento no palco que o altar me ensinou e ter a sensibilidade de saber a hora de executar um movimento ou uma fala estratégica para trazer a atenção da plateia de volta. Ser inteligente é ser interessante e nunca interesseiro.
O teatro é uma das melhores coisas que me aconteceram. Sou feliz por todas as experiências, inclusive, em programações de TV e rádio que fiz ao longo da minha vida pública, tudo cooperou para me tornar um homem completo, feliz e abençoado por Jesus Cristo.
Ser artista é ter percepções no dia a dia que as pessoas comuns não podem perceber nem enxergar. Mas não é por ter um diploma de faculdade de teatro, pois não tenho, fato é que sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Agora sirva-me um café que o mundo acabou.
“VIVER SEM ESCONDER NO OLHAR O SENTIR, SE PERMITIR SER”