Adotar o bem para bem viver. Fazer o bem até bandidos o faz, permanecer nele seguramente é atitude de sensatos! Moisés, absteve-se do luxo da casa do Faraó, a fim de se dedicar à libertação dos hebreus escravos. (1.300 anos antes da era comum).
Siddhartha Gautama, nascido na Índia, jovem rico, tinha em torno de si dois mundos em contraste: o que vivia; opulência e boa nutrição, diversões, prazeres, seu mundo bonito. O outro, o mundo feio à sua volta: miséria, velhice desamparada, doenças, mortes prematuras. Deixou tudo, raspou a cabeça como símbolo de humildade e se agasalhou apenas uma manta amarela, dedicando-se a ensinar a todos o bem viver. Era chamado de “O iluminado”, Buda no seu idioma natal. (De 563 a 483 antes da era comum).
Não há aqui a intenção de destacar esse ou aquele seguimento religioso. São apenas dois exemplos em que ambos, Moisés e Buda, deixaram a boa vida em troca do melhor viver de outros.
Vamos trazer esses dois exemplos para o nosso cotidiano. Digamos que haja uma pedinte agachada na calçada com os braços estendidos pedindo esmola. Não dispomos, naquele momento, de nenhum dinheiro, pois usamos cartões para pagamentos, logo nada temos para dar. Engano, temos sim! Sobra-nos sorriso de conforto a oferecer.
Reparemos que esse momento presente foi apenas um instante, um segundo depois aquele presente ficou no passado. Se não sorrimos à pobre mulher, perdemos o ensejo de servir. Apenas um sorriso teria feito a diferença para ela e para nós.
Passo a passo, a cada instante, deixamos o passado e entramos no futuro. A esperança, ou a fé, é sediada no futuro e a materializaremos com o nosso agir no curto momento presente.
Se notarmos a velocidade do passar dos dias nesse planeta e compararmos a restrição que nos damos ao focarmos unicamente nos meios materiais para nosso viver bem, perdemos o ensejo de servir ao companheiro de jornada terrena quando esse nos der a oportunidade de bem viver.
Tal entendimento, diante da imortalidade, nos oferece a visão da oportunidade da vida que nos é concedido nessa rápida passagem pela terra, ensejo esse que pode ser comparado ao exemplo da esmoler.
Tudo que nos alegra ou não, que nos beneficia ou nos prejudica, enfim, o que nos acontece é por curto momento, de repente, aquilo de bom ou de mau é passado, todavia há quem se prenda nesse pequeno momento para se prejudicar por séculos no âmbito espiritual.
Nesse ponto já podemos distinguir bem viver de viver bem. O bem viver nos alegra o interior, o viver bem nos alimenta a matéria, o segredo consiste em harmonizar os dois.
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As citações que dou sobre Moisés e Buda são extremos de dedicação ao próximo, opção deles. Nos temos no nosso caminho companhias que claudicam, podemos, sem prejuízo dos nossos passos, dar-lhes algo de nós que os auxiliem a se erguer, como no exemplo da mendiga. Opção nossa.
A vida terrena é apena um instante, não a percamos em espírito.
Obrigado por me ouvir.