Na era da Internet, onde cada clique é uma oportunidade de ser notado, surge uma inquietação silenciosa dentro de nós. Uma necessidade incessante de ser visto, ouvida e reconhecida. Por trás de cada postagem, compartilhamento e like, existe uma busca por validação e conexão. Mas por que essa necessidade é tão forte e como ela afeta nossa psicologia cognitiva?
Estudos científicos sobre psicologia cognitiva nos oferecem insights valiosos sobre esse fenômeno. A necessidade de ser visto na Internet pode ser entendida à luz da teoria da autoestima de Maslow. De acordo com Maslow, a autoestima é uma necessidade humana fundamental, e a busca por reconhecimento e validação online pode ser vista como uma tentativa de satisfazer essa necessidade.
Além disso, a psicologia cognitiva nos mostra como a exposição constante às redes sociais pode afetar nossa percepção de nós mesmos e dos outros. A comparação social, um fenômeno comum na Internet, pode levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Estamos constantemente nos medindo em relação aos outros, em uma busca interminável por aprovação.
No entanto, essa busca por validação na Internet pode nos afastar do verdadeiro eu. É aqui que uma perspectiva filosófica pode lançar luz sobre a situação. Na filosofia, a noção de ego e a busca pela verdadeira felicidade são temas recorrentes. A necessidade de ser visto na Internet pode ser interpretada como uma manifestação do ego, uma identificação excessiva com a imagem que projetamos online.
Arthur Schopenhauer, um dos grandes filósofos da nossa época, também oferece uma perspectiva interessante sobre a necessidade de ser visto. Para Schopenhauer, a busca por reconhecimento e validação é uma expressão do desejo incessante, que só leva ao sofrimento. Ele argumenta que a verdadeira felicidade vem da renúncia aos desejos egoístas, incluindo o desejo de ser visto e admirado pelos outros.
Além de Schopenhauer, o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre também contribui para nossa compreensão da necessidade de ser visto na era digital. Para Sartre, a identidade é uma construção fluída e contingente, moldada pelas interações sociais e pela percepção dos outros. Nesse sentido, a busca por visibilidade online pode ser vista como uma tentativa de afirmar nossa existência e liberdade em um mundo cada vez mais fragmentado e desconectado.
Em contrapartida, a filosofia nos ensina a buscar a verdadeira felicidade dentro de nós mesmos, em vez de procurá-la fora. Um teste filosófico para a necessidade de ser visto na Internet pode ser questionar: “Quem sou eu além da minha presença online?”. Ao nos conectarmos com nossa essência interior, podemos transcender a necessidade de validação externa.
Entretanto, isso não significa que devemos abandonar completamente a presença online. A Internet pode ser uma ferramenta poderosa para espalhar conhecimento e promover o diálogo filosófico. O desafio está em equilibrar nossa presença online com uma conexão mais profunda conosco e com os outros.
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Em última análise, a necessidade de ser visto na Internet é um reflexo da busca humana por significado e conexão. Ao reconhecer essa necessidade e abordá-la com uma mente consciente, podemos transformar nossa presença online em uma plataforma para o crescimento pessoal e a compaixão global.
Então, da próxima vez que você se encontrar rolando o feed incessantemente em busca de validação, reserve um momento para se perguntar: “Quem sou eu além das minhas curtidas?”. A resposta pode surpreendê-lo e libertá-lo para uma experiência mais autêntica e significativa na Internet e além dela.