Às vezes, a vida nos dá um tapa tão forte que nos faz querer fugir. Fugir de tudo, fugir de todos, fugir de nós mesmos. Eu conheço bem essa sensação. Um dia, acordei com a ideia de que mudar tudo seria a solução para os meus problemas. Decidi vender tudo e me mudar para Belo Horizonte, depois viajar pelo mundo. Pensei que, ao deixar para trás as coisas que me lembravam da dor, eu encontraria alívio e uma nova perspectiva. Mas a verdade é que a dor viaja com você, independentemente do destino.
Visitei São Luís, um lugar que parecia a fuga perfeita. Mas a cada passo, a cada esquina, a dor me seguia. Na volta, percebi que sair fugida de um lugar não significa deixar para trás os sentimentos que você carrega. Fugir pode parecer mais fácil do que enfrentar as situações difíceis, mas é como carregar uma mochila cheia de pedras—não importa para onde você vá, o peso vai junto. E chega uma hora em que não dá mais para ignorar o fardo que você carrega.
A ideia de fugir pode parecer uma solução rápida, mas, no fundo, é apenas uma distração. Cada vez que eu fugia, estava apenas adiando o inevitável: o momento em que eu teria que confrontar a verdade. Confrontar a verdade dói, mas é a única maneira de encontrar uma saída para a dor. Fugir é aparentemente fácil, mas é um caminho cheio de armadilhas e becos sem saída. Cada vez que você foge, o problema cresce, se torna mais assustador, e você fica cada vez mais perdida.
E quando você está presa nesse ciclo, é difícil ver uma saída. Tudo o que eu conseguia pensar era em meu relacionamento com Alexandre, uma obsessão que não saía da minha cabeça. Era como uma prisão mental, uma ideia que me mantinha acordada à noite e me consumia durante o dia. Eu esperava uma mensagem, um sinal, algo que me tirasse desse vazio, mas a verdade é que nenhum milagre apareceu. O tempo todo, eu esperava algo externo para resolver meus problemas, mas nada mudou.
Eu me senti completamente perdida. Sem vontade de fazer planos, sem forças para agir. Foi nesse momento que percebi que fugir não era mais uma opção. Eu precisava encontrar um novo caminho, um caminho que não envolvesse a fuga, mas sim a coragem de enfrentar meus medos e minhas dores.
A verdade é que não há solução mágica para esse tipo de situação. Quando estamos completamente perdidos, o primeiro passo é admitir que estamos perdidos. Às vezes, é necessário buscar ajuda, conversar com alguém, ou até mesmo dar um tempo para si mesma para processar tudo isso. O que aprendi é que fugir pode parecer uma resposta, mas é um caminho que só leva ao aumento do sofrimento.
Se você se sente perdida como eu me senti, saiba que não está sozinha. Muitos de nós enfrentamos momentos em que parece que a vida perdeu o rumo. A diferença entre continuar fugindo e encontrar uma solução é a coragem de enfrentar o que está dentro de nós. Mesmo quando tudo parece sem sentido, ainda há uma maneira de seguir em frente.
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Eu decidi parar de fugir, mas o processo de mudança não é instantâneo. Leva tempo, paciência e, acima de tudo, vontade de mudar. Se você está passando por algo parecido, lembre-se de que a verdadeira força não está em evitar a dor, mas em encontrar a coragem para enfrentá-la. Fugir é uma opção, mas não é a solução. A verdadeira solução está em se encontrar, mesmo quando tudo parece perdido.