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Setembro amarelo: pesquisas por burnout e sintomas cresceram 37% em 2024

Imagem de fundo verde e em destaque a silhueta de uma cabeça humana e dentro dela, saem algumas flores coloridas, trazendo o conceito de saúde mental.
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

As buscas por burnout cresceram 37% no Brasil em 2024. A síndrome, ligada ao esgotamento profissional, está associada ao aumento de diagnósticos e afastamentos. Sintomas como cansaço extremo, insônia e desmotivação são comuns, reforçando a necessidade de ações preventivas nas empresas e no SUS.

Crescimento nas buscas e casos de burnout revelam urgência em debater a saúde mental no ambiente de trabalho 

As buscas online pela síndrome e seus sintomas cresceram 37% no Brasil, de janeiro a julho de 2024, conforme levantamento da Medprev sobre Burnout. O aumento significativo em relação ao mesmo período de 2023 reforça a urgência de abordar o tema durante o Setembro Amarelo, mês em que a conscientização da saúde mental está em destaque.

O burnout é conhecido como síndrome do esgotamento profissional e afeta cada vez mais pessoas. Com a crescente demanda por informações, os dados mostram que a população está mais alerta para os sinais da condição, muitas vezes deixada de lado até que ocorram episódios graves.

Segundo o Google Trends, o interesse pela síndrome de burnout em 2024 atingiu níveis históricos no país, sendo o maior em regiões como Distrito Federal, São Paulo e Acre.

O aumento das buscas coincide com a alta nos diagnósticos e licenças de trabalho por esgotamento. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 421 afastamentos por burnout em 2023, o maior número em uma década.

Por que aumentaram os casos e o interesse em saber sobre burnout?

A pressão por produtividade e as condições precárias em diversos setores evidenciaram o crescimento dos diagnósticos, com o burnout passando a ser mais reconhecido como uma condição séria que afeta a saúde mental dos trabalhadores.

Em 2023, por exemplo, o número de afastamentos relacionados à síndrome já era 136% maior do que em 2019, antes da pandemia. O que mostra que mesmo antes do período emblemático, já estava em crescimento.

A notoriedade sobre o distúrbio também pode estar relacionada com sua inclusão entre as doenças relacionadas ao trabalho, sendo publicada na Portaria 1.999/2023, no Grupo V da CID-10.

Os sintomas mais pesquisados 

Entre os sintomas de burnout mais pesquisados em 2024 está cansaço extremo, dificuldade de concentração e insônia. Sinais esses que refletem o impacto direto do esgotamento mental no dia a dia do trabalhador.

Imagem de uma mulher deitada em sua cama. Ela está com as mãos sobre o rosto trazendo o conceito de insônia.
Pixelshot / Canva Pro

O cansaço persistente afeta até mesmo quem tem uma rotina de sono aparentemente normal. Já a dificuldade de concentração prejudica tanto a vida profissional quanto a pessoal, na capacidade de tomar decisões e realizar tarefas simples.

A insônia por sua vez também é um sintoma comum, resultado do estresse constante e alimentando a sensação de cansaço e falta de realização.

Com isso, muitos relatam que não conseguem “desligar” a mente após o expediente, o que interfere na qualidade do sono e, por consequência, na disposição física e mental para trabalhar.

É possível ter diagnóstico precoce?

Geralmente, o primeiro profissional a ser procurado é o clínico geral, que faz a triagem inicial e encaminha o paciente para especialistas, como psicólogos e psiquiatras.

O diagnóstico precoce serve para impedir o avanço dos sintomas e garantir que o paciente tenha o suporte necessário para lidar com o problema o quanto antes, visto que cada um terá uma forma de manifestação, agravando mais um ou outro sintoma.

Que de modo geral, alguns deles são:

  • Cansaço extremo
  • Dificuldade de concentração
  • Insônia
  • Irritabilidade
  • Desmotivação
  • Isolamento social
  • Sensação de fracasso
  • Baixa produtividade
  • Dores de cabeça e musculares
  • Alterações no apetite
Imagem de um doutor e seu paciente em uma sala de atendimento médico. Ele está mostrando o diagnóstico para o paciente.
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Com o crescimento dos casos, houve também uma maior atenção e busca por medidas, como em julho de 2023, quando a Câmara dos Deputados aprovou a inclusão da síndrome no SUS, que garante ao paciente acompanhamento psicológico, avaliação médica, além das várias campanhas educativas sobre os riscos da sobrecarga de trabalho.

Como empresas e colaboradores podem prevenir o burnout

As empresas podem adotar práticas que reduzam o estresse no ambiente de trabalho, como flexibilizar horários, permitir pausas e oferecer programas de bem-estar para evitar o esgotamento que é muitas vezes iminente.

Em alguns casos, até propor treinamentos sobre saúde mental e diálogos abertos sobre a carga de trabalho também podem melhorar o ambiente profissional, pois muitas pessoas ainda não levam a sério a condição e podem considerar comum certos níveis de estresse gerados no ambiente de trabalho.

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Já os colaboradores precisam estabelecer limites claros entre vida pessoal e profissional, incluindo se desligar completamente do trabalho fora do horário de expediente e, se preciso, reservar tempo para atividades de lazer.

Com o aumento nas pesquisas por burnout em 2024, é possível notar um alerta para a necessidade dos cuidados com a saúde mental, especialmente no Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio e conscientização da população sobre os transtornos mentais.

Fonte: Medprev

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