Depois da Alemanha, Londres e França, desembarquei em Luxemburgo, o país das três línguas oficiais, mais frio que o Polo Norte e tão encantador quanto um conto de fadas, repleto de castelos que pareciam ter saído de um livro. Ah, e sabe o que é ainda melhor? O transporte público é gratuito! Isso me deu a liberdade de explorar todos os cantos de “Lux” — sim, “Lux” para os íntimos. Por onde eu passava, ouvia sempre a mesma palavra: “Moien”. Não tinha a menor ideia do que significava, mas claro que eu repetia. Só depois descobri que era o equivalente a “olá” em luxemburguês. Típico, né?
Agora, imagine a cena: eu, turista empolgada, levei uma bronca de uma senhorinha porque fiquei de pé no ônibus antes dele parar completamente. Até aí, tudo bem. Mas a cereja do bolo foi quando fiz o ônibus dar uma volta gigantesca porque apertei o botão de parada… e não desci. Hahaha! Isso, sim, foi um mico de respeito. Estava nevando e eu, congelando, morrendo de medo de perder meu ponto.
No meio da estrada, dei o sinal, porque tinha certeza de que a minha parada era a próxima. Só que não. Havia um ponto antes, num vilarejo minúsculo. O motorista, muito simpático, saiu da rodovia, entrou na vila só para me deixar lá, e o que eu fiz? Nada! Não desci! Hahaha! Todos me olharam, e eu, falando em inglês, me desculpando como se isso fosse melhorar a situação. Detalhe: ninguém entendia inglês.
Podia ter descido ali e caminhado 3 km, o que não seria nada para quem já estava turistando 15 km por dia. Mas estava nevando, e eu sou aventureira, não maluca! No próximo ponto, desci com minha dignidade enfiada na bolsa.
Apesar dos perrengues, passei dias incríveis em Luxemburgo. Visitei castelos, me encantei com os mercados de Natal e vivi meu próprio conto de fadas. De Lux, segui para Dublin, na Terra da Esmeralda. Minha estadia foi curta, mas intensa.
Logo na imigração, fui recepcionada por uma fiscal que passou 20 minutos me interrogando como uma verdadeira detetive de Sherlock Holmes. Mas, com a minha sinceridade e uma dose de empatia, ela carimbou meu passaporte com um visto de seis meses. Pena que eu já tinha uma passagem para Amsterdã e não poderia aproveitar tanto tempo.
Dublin me fez sentir em casa. Era como se eu pertencesse àquele lugar. Visitei muitos “pubs” e quando digo “muitos”, quero dizer que fiz um tour por vários numa única noite!
Encontrei uma das minhas melhores amigas do Brasil e juntas exploramos cada cantinho, inclusive subimos uma montanha daquelas com penhascos dignos de filme irlandês. E de brinde? O pôr do sol! Lindo demais.
Agora, uma história engraçada: estávamos em um “pub”, e um rapaz veio conversar comigo. Batemos um papo, ele foi embora, e minha amiga me olhou indignada: “Por que você não pegou o contato dele?” Eu respondi: “Ele não pediu!” Vimos uma amiga dele e, claro, minha amiga foi logo perguntar se ele tinha Instagram. A resposta? “Ele tem namorada.” Inacreditável! Como alguém com namorada poderia demonstrar interesse? Seguimos para outro “pub” e depois para mais um, porque né?
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Mais tarde, ao voltar para casa, adivinha quem vimos na rua? Sim, o “Ben” (vou chamá-lo assim). Minha amiga disse: “É ele!” Atravessamos a rua e lá fomos nós, de longe, observando. Sim, era o “Ben”. Ele estava conversando com um grupo de amigos. Quando eles se despediram, eu, sem pensar, gritei: “Bennnn!” Hahaha! Ele olhou e veio todo animado na minha direção. Começou a falar coisas que, sinceramente, eu nem lembro.
Então, o encarei e perguntei: “Você tem namorada?” E ele, sem nem piscar, disse: “Tenho, mas te achei linda.” Hahaha! A oportunidade perfeita para confirmar a fofoca da noite! Sabe aquela sensação de estar vivendo outra versão de si mesma? A Irlanda trouxe isso para mim, e olha… gostei muito dessa minha versão mais espontânea!
Depois de alguns dias divertidos em Dublin, era hora de seguir viagem para Amsterdã. Mal sabia eu que estava indo para o pior destino da minha vida. Mas essa história… fica para a próxima!