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A tristeza que chega com o fim do ano: compreender e cuidar de si

Mulher com toca de Papai Noel na cabeça está deitada no chão com as duas mãos apoiando o rosto e tem uma expressão pensativa. Ela olha para baixo e, no chão, há luzes natalinas ligadas e um celular. Ao fundo, há uma sala enfeitada para o Natal que está desfocada.
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Escrito por Carla Marçal

Com a chegada de novembro, muitos lidam com emoções como tristeza e nostalgia ao refletir sobre o ano. A pressão social e encontros familiares podem agravar conflitos e sentimentos de inadequação. Além disso, comparações nas redes sociais também impactam o humor. Aceitar emoções, reavaliar metas e buscar apoio são estratégias fundamentais para enfrentar esse período delicado.

Conforme o calendário se aproxima de novembro e o ano entra em seus últimos meses, muitos de nós começamos a sentir um peso maior. O fim de ano, para alguns, é sinônimo de festividades e celebrações; para outros, no entanto, pode despertar uma sensação de tristeza, nostalgia e até de solidão. Esse fenômeno é mais comum do que parece e, do ponto de vista psicológico, envolve uma série de fatores emocionais, relacionais e até fisiológicos que contribuem para esse mal-estar.

O final do ano traz à tona reflexões, desperta emoções guardadas e evidencia temas que, durante meses, podem ter sido deixados de lado. A pausa para revisar o que aconteceu nos últimos doze meses, as metas que ficaram pelo caminho, as perdas e as saudades, as cobranças e a pressa de atingir os objetivos não realizados podem sobrecarregar nossa mente e nosso coração. Assim, essa época do ano pode ser marcada por uma espécie de “luto” sobre as expectativas e os sonhos que não se concretizaram.

A pressão das festas e dos encontros familiares

Uma das grandes causas de tristeza no final do ano é a pressão social e familiar. Em diversas culturas, essa época envolve celebrações e encontros que, em tese, deveriam ser momentos de união e alegria. Porém, para muitas pessoas, esses eventos trazem uma série de exigências emocionais: é preciso aparentar felicidade, esconder os problemas e passar uma imagem de sucesso e plenitude. Essa pressão para ser feliz e estar bem pode aumentar a sensação de inadequação e reforçar um sentimento de desconexão com os outros.

Além disso, os encontros familiares podem reabrir feridas antigas e conflitos não resolvidos. Questões que foram varridas para debaixo do tapete ao longo do ano costumam ressurgir nas interações familiares, e lidar com essas situações exige uma grande capacidade emocional. Muitas vezes, a dor que essas reuniões despertam contribui para o desejo de isolamento ou para um sentimento de solidão, mesmo quando estamos cercados de pessoas.

A nostalgia e o peso das memórias

O final do ano também é uma época que desperta memórias e saudades. Momentos que não voltarão mais, pessoas que partiram ou que, por diferentes razões, não fazem mais parte de nossa vida, situações que gostaríamos de ter mudado… Todos esses aspectos ganham força nos últimos meses do ano. A sensação de nostalgia é intensificada pela pausa no ritmo de vida, pelo tempo de descanso e pela atmosfera reflexiva que envolve essa época.

Foco no rosto de uma mulher negra de cabelos castanhos pensativa. Ela está com as duas mãos entrelaçadas, apoiando o queixo. Ao fundo, há um cômodo branco desfocado.
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A psicologia explica que essa saudade, ou essa percepção de vazio, pode estar relacionada ao ciclo de encerramento. Quando encerramos um ciclo, mesmo que temporariamente, nossa mente faz uma espécie de “inventário” emocional, revisitando o que passou e tentando atribuir significado às experiências. Esse processo é natural, mas, quando o ano foi particularmente desafiador ou doloroso, ele também pode ser emocionalmente exaustivo.

Para muitas pessoas, essa saudade se confunde com uma sensação de vazio existencial, o que, em muitos casos, abre espaço para um sentimento depressivo. Esse vazio não precisa ser temido ou ignorado; ele pode ser uma porta de entrada para o autoconhecimento, desde que acompanhado de uma reflexão saudável e, se necessário, de apoio terapêutico.

A comparação social e a influência das redes

Outro fator que aumenta o mal-estar emocional no final do ano é a constante comparação com os outros. Em uma época na qual as redes sociais estão repletas de fotos de celebrações, conquistas e momentos felizes, é fácil sentir que não se alcançou o suficiente, que a vida dos outros é mais plena e satisfatória. Esse sentimento é agravado por postagens que exibem conquistas profissionais, realizações pessoais e festas em que todos parecem estar felizes e realizados.

O fenômeno da comparação social, amplamente estudado pela psicologia, revela que essa prática tende a aumentar o sentimento de insatisfação e de inadequação. Quando comparamos nossa vida, nossos desafios e nossas vulnerabilidades com as imagens cuidadosamente editadas que vemos nas redes, arriscamos invalidar nossas próprias experiências e negligenciar que o sofrimento e a tristeza também fazem parte da condição humana.

Foco em uma mulher loira que está segurando e olhando para um celular com a expressão de insatisfação. Ela está em um cômodo escuro e desfocado ao fundo e o celular ilumina o seu rosto. Ela se apoia em uma mesa e há uma xícara azul na sua frente sobre a mesa.
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A autocobrança e a necessidade de se adequar a um padrão de felicidade podem nos afastar de nós mesmos, gerando ansiedade, frustração e um desgaste emocional significativo. Reconhecer que as redes sociais não representam a realidade por completo e que cada pessoa enfrenta seus próprios desafios pode ser o primeiro passo para uma relação mais saudável com esse meio, especialmente durante um período tão emocionalmente carregado.

O impacto da rotina e das mudanças climáticas

Outro aspecto relevante a ser considerado é o impacto das mudanças climáticas e da rotina no humor. Em muitas regiões, o final do ano é marcado por dias mais curtos e pela redução da exposição à luz solar, o que afeta a produção de serotonina e melatonina, hormônios que influenciam diretamente o humor e o ciclo de sono. Esse fenômeno é chamado de Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) e é uma forma de depressão que surge com a chegada das estações mais frias e dos dias mais escuros.

A redução da luz solar altera a bioquímica do nosso cérebro, e esse desequilíbrio pode aumentar a sensação de cansaço, apatia e tristeza. Para quem já enfrenta questões emocionais ao longo do ano, essa variação pode intensificar o sofrimento, exigindo cuidados adicionais para que a saúde mental não seja comprometida.

Estratégias para lidar com o fim do ano

Diante dessas emoções, algumas práticas podem ajudar a suavizar o impacto dessa época. A seguir, apresento algumas orientações que podem auxiliar nesse processo de autocompreensão e cuidado:

Aceite seus sentimentos sem os julgar: entender que é normal sentir tristeza ou frustração no final do ano é o primeiro passo. Evite julgar ou reprimir essas emoções. Permita-se vivê-las, pois a aceitação é o caminho inicial para transformá-las.

Reavalie suas metas e expectativas: em vez de focar no que não foi realizado, tente ver o que você aprendeu ao longo do ano. Reavalie suas metas com um olhar mais compassivo, considerando que o processo e o aprendizado são igualmente importantes.

Os dois braços de uma mulher estão no foco da imagem. Ela segura uma caneta vermelha e branca enfeitada de Natal em uma mão e a apoia em um caderno branco. Ela veste uma blusa cinza e segura uma caneca vermelha na outra mão. Há decorações natalinas sobre a mesa em que ela se apoia.
Aleksandr Kichigin / Canva

Evite comparações: lembre-se de que as redes sociais não mostram toda a realidade. Cada pessoa enfrenta suas próprias batalhas, e as aparências podem ser enganosas. Tente focar na sua trajetória, nos seus avanços e no que é significativo para você.

Pratique o autocuidado: aproveite o final do ano para descansar, cuidar do seu corpo e da sua mente. Pequenas atividades, como ler um livro, meditar, fazer exercícios físicos ou passar tempo em contato com a natureza, podem trazer um bem-estar significativo.

Busque apoio profissional: se o sentimento de tristeza e de apatia persistir, considere buscar ajuda de um psicólogo. A terapia oferece um espaço seguro para explorar e entender esses sentimentos, permitindo que você os enfrente de forma mais saudável e construtiva.

Conecte-se com pessoas que lhe fazem bem: rodeie-se de pessoas que compartilhem valores e que respeitem seus sentimentos. Conexões genuínas e conversas honestas ajudam a reduzir a sensação de solidão e a reforçar o senso de pertencimento.

Estabeleça limites saudáveis: nos encontros familiares, lembre-se de que você não precisa responder a perguntas invasivas nem atender a todas as expectativas. Estabelecer limites claros ajuda a proteger a sua saúde emocional e a passar por esses momentos com mais tranquilidade.

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Buscando apoio emocional

O final de ano é uma época delicada, mas também pode ser um momento de reconexão consigo mesmo e de aprendizado emocional. É possível transformar essa tristeza em um convite para o autoconhecimento e para a construção de uma vida emocionalmente mais saudável. Às vezes, uma conversa, um olhar acolhedor e um espaço seguro para expressar sentimentos são fundamentais para iniciar esse processo.

Se você se identifica com essas sensações e deseja apoio para enfrentar o fim do ano com mais leveza, saiba que não precisa passar por isso sozinho. Buscar apoio profissional pode fazer toda a diferença, proporcionando o suporte necessário para lidar com as emoções de forma saudável e construtiva.

Cuidar de si é essencial para continuar cuidando dos outros. Busque o apoio que você merece e cuide da sua saúde emocional.

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Sobre o autor

Carla Marçal

De uma carreira de destaque em grandes corporações à busca incansável por um propósito mais profundo, minha jornada de vida tem sido uma busca constante por significado e realização. Como psicóloga integrativa de formação, alcancei o sucesso profissional em níveis diretivos, acumulando todas as conquistas tradicionalmente associadas à felicidade.

No entanto, sempre senti que faltava algo, uma lacuna na minha busca pela plenitude. Paralelamente à minha carreira, mergulhei nos estudos do comportamento humano, obtendo formação como psicodramatista e aprofundando meu conhecimento em coaching, PNL, antroposofia e outras técnicas. Meu objetivo era claro: auxiliar indivíduos e organizações a prosperarem em processos de mudança, humanização e desenvolvimento pessoal e profissional. Mas ainda assim, algo essencial parecia escapar.

Em 2017, um diagnóstico de câncer de tireoide transformou minha vida de maneira profunda. Optei por um período sabático que se revelou um mergulho profundo em busca do meu verdadeiro propósito. Devorei livros, concluí cursos com diversos mentores e explorei todas as ferramentas disponíveis para desvendar meu destino. Foi nessa jornada de autoconhecimento que encontrei o ThetaHealing®, e minha vida deu um giro transcendental.

De cliente, me tornei terapeuta e instrutora oficial dessa incrível técnica. Além disso, obtive a certificação como operadora de mesa quântica estelar e mesa quântica estelar-pets, além de me tornar professora de MQE. Hoje, sou movida por uma paixão ardente pelo que faço, e vivo plenamente de acordo com meu verdadeiro propósito: espalhar luz, boas vibrações, alegria e energias positivas para ajudar pessoas e o planeta a desfrutar de uma vida plena e feliz.

Minha maior realização é auxiliar pessoas e animais a alcançarem a saúde mental, emocional e física que merecem. A transformação de vidas é a essência do meu trabalho, e estou dedicada a disseminar cura, amor e crescimento, proporcionando uma jornada de descoberta e renovação para todos aqueles que cruzam o meu caminho. Acredito que todos podem alcançar um estado de harmonia, e é isso que me impulsiona a continuar, cada dia, nessa incrível jornada de cura e evolução.

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