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Um dia na pele de alguém com transtorno de personalidade borderline – TPB

Imagem de uma mulher que experimenta diferentes personalidades na forma de máscaras, nas cores preto e branco, trazendo o conceito de transtorno de personalidade borderline.
Yana Tikhonova / Getty Images / Canva
Escrito por Vieira

Viver com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) envolve uma montanha-russa emocional, com momentos de vazio e sobrecarga, reações intensas e autocrítica constante. Porém, é possível viver melhor com ajuda profissional, apoio emocional, autocuidado e aprendendo a identificar gatilhos e estabelecer limites saudáveis.

Imagine acordar todos os dias com uma mistura de sentimentos que você mal consegue nomear.

Em um momento, há um vazio tão profundo que parece consumir tudo ao seu redor.

No outro, um turbilhão de emoções toma conta, como se sua própria mente fosse uma tempestade incontrolável.

Assim é o início do dia para muitas pessoas que vivem com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).

O despertar: entre o vazio e a sobrecarga

O despertador toca. O primeiro pensamento pode ser uma sensação esmagadora de inutilidade ou um vazio inexplicável. Mesmo assim, você levanta, porque, apesar de tudo, há uma fagulha de esperança, uma voz interna dizendo que talvez hoje seja diferente.

Conforme o dia avança, pequenas coisas podem desencadear reações intensas. Um olhar atravessado de um colega, uma mensagem ignorada ou uma frase mal interpretada podem parecer provas irrefutáveis de rejeição ou abandono. Para quem vive com TPB, esses momentos não são apenas irritantes ou tristes – eles doem na alma e podem gerar explosões de raiva, tristeza profunda ou uma sensação esmagadora de inadequação.

As relações: um campo minado emocional

As interações sociais, especialmente com pessoas próximas, são intensas. Você ama profundamente, mas também teme ser abandonada(o). Uma discussão simples pode rapidamente escalar para um sentimento de que o relacionamento está em risco.

Você tenta se proteger afastando a pessoa antes que ela possa te machucar, mas, no minuto seguinte, quer desesperadamente reatar e garantir que ela não te deixe.

O trabalho: uma montanha-russa de emoções

No ambiente profissional, manter a estabilidade é um desafio. Você pode se sentir altamente motivada(o) e produtiva(o) em um momento, mas, no seguinte, qualquer crítica ou feedback negativo pode ser devastador.

Imagem de três pessoas em uma roda de conversa, trazendo o conceito de interação social, discussão entre as pessoas.
Farknot_Architect / Getty Images / Canva

Esses altos e baixos drenam sua energia, deixando você exausta(o) antes mesmo do almoço.

A autocrítica: um inimigo silencioso

Ao longo do dia, uma voz interna cruel não para de apontar suas falhas e erros. Você se sente culpada(o) por não ser “forte o suficiente”, por suas reações intensas ou por não conseguir manter relações saudáveis.

Essa autocrítica constante pode levar a comportamentos autodestrutivos, como isolamento, compulsão alimentar ou, em casos extremos, automutilação.

O final do dia: reflexões e esperança

Ao anoitecer, você está emocionalmente drenada(o). Os momentos de paz são raros, mas quando acontecem, você tenta aproveitá-los ao máximo. Algumas vezes, você encontra alívio em atividades simples, como ouvir música, desenhar ou escrever.

No entanto, o sentimento de vazio pode voltar, fazendo você questionar o sentido da sua existência. Apesar disso, algo dentro de você continua lutando. E isso é incrível, mesmo que você não perceba agora.

Como viver melhor com TPB

Se você se identificou com essa história, saiba que você não está sozinha(o). Existem caminhos para tornar essa jornada mais leve:

Procure ajuda profissional

Um(a) psicólogo(a) especializado(a) pode ajudar você a entender melhor suas emoções e desenvolver estratégias para lidar com elas.

Terapias como a Terapia Comportamental Dialética (DBT) têm resultados positivos para quem vive com TPB.

Construa uma rede de apoio

Encontre pessoas que te compreendam e aceitem sem julgar.

Imagem de uma mulher deitada em um sofa, conversando com a sua terapeuta durante uma sessão de terapia.
Wavebreakmedia / Getty Images Pro / Canva

Isso pode incluir amigos, grupos de apoio ou familiares empáticos.

Pratique o autocuidado

Reserve momentos para cuidar de si mesma(o), mesmo que sejam pequenos. Atividades como meditação, exercícios físicos ou hobbies podem ajudar a aliviar o estresse.

Evite se punir

Lembre-se de que você é humana(o) e tem direito de sentir. Não se culpe por suas emoções; em vez disso, tente entendê-las.

Aprenda a identificar seus gatilhos

Reconhecer o que desencadeia suas reações intensas é um passo essencial para gerenciá-las.

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Estabeleça limites saudáveis

Seja em relações ou no trabalho, aprender a dizer “não” é fundamental para preservar sua energia emocional.

Uma mensagem final

Conviver com TPB pode ser desafiador, mas não define quem você é. Você é muito mais do que suas emoções intensas. Com o tempo, ajuda e autocuidado, é possível construir uma vida equilibrada e plena. E lembre-se: cada pequeno passo que você dá em direção à sua saúde mental é um grande ato de coragem.

Sobre o autor

Vieira

Vieira é um pseudônimo adotado por uma escritora apaixonada pela arte das palavras. Desde muito jovem, tem o hábito de transformar seus pensamentos, sentimentos e vivências em histórias que tocam e inspiram. Com um caderno e lápis sempre à mão, suas narrativas são um reflexo da busca por autenticidade, vulnerabilidade e profundidade, sempre entrelaçando humor e emoção.

Apaixonada pela etimologia e pelo poder transformador das palavras, Vieira mergulha nas entrelinhas, conectando seus leitores com as próprias emoções e estimulando reflexões profundas. Seu estilo único, que combina sensibilidade e criatividade, desperta nos outros a coragem de abraçar sua verdadeira essência.

Guiada pela fé, sua escrita se tornou uma missão: semear cura, esperança e verdade, nutrindo corações com honestidade e amor. Escritora e redatora, atualmente cursando pós-graduação em Storytelling e Escrita Criativa pela FAAP, Vieira acredita que cada texto possui o poder de conectar o presente ao futuro, criando pontes entre a realidade e o sonho.