Acho mesmo que as pessoas estão vivendo o fascismo dentro delas, tamanho é o grau de intolerância, ódio, repúdio. “Contra” isso, “contra” aquilo… Com quem pratica mazelas, então!
É um ódio como se a pessoa que se manifestasse fosse isenta de qualquer responsabilidade no que aponta, no que sente, no que está inserida.
Ah, mas foi o outro: ele/ela matou, ele/ela roubou, ele/ela estuprou… Merece ser condenado, pena de morte, seja lá o que for (está predominantemente carregado com um julgamento preciso e contundente de um “juiz” que se coloca acima de Deus e com uma ira no coração que exclui tanto quanto qualquer excluidor que mata, condena, expurga). E a roda da repetição dos padrões de compensação continua, pois continuamos fazendo os mesmos movimentos. Mesmo sem pegar numa arma, atiramos, esfaqueamos, torturamos… Perpetuamos o que queremos extinguir.
Os “inimigos”… Quem são eles?
É muita gente querendo “malhar o Judas” e não percebe que estamos todos na mesma nave e, “pior”, todos emaranhados, linkados com TUDO ISSO, com toda essa bagunça. Só não estamos vendo que também somos os responsáveis em maior ou menor grau. E que, para mudar o lado de fora, precisa ser lapidado o lado de dentro; um trabalho individual, árduo, dolorido, porque a verdade liberta, mas costuma doer e nos parecer feia.
Por favor… Chega de malhar o Judas e de sapatear na cara do condenado ou do algoz como se ele fosse infinitamente as experiências que escolheu e “nós”, as eternas vítimas.
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Proponho olharmos para tudo o que nos é feio com benevolência; ver por outro ângulo e observar que toda vítima pede um algoz e vice-versa e perceber que não condenar com ódio no coração e ser benevolente não significa concordar com as mazelas praticadas ou com o “inimigo” que as pratica.
É hora de escolher uma nova forma de olhar para tudo, sem excluir (com ódio e intolerância no coração), mas acolher escolhendo… Como uma exclusão que é mais escolha e discernimento do que condenações “inocentes” sem sujar as próprias mãos.