Historicamente, ouvimos falar sobre revoluções, tais como: Revolução Francesa e Revolução Industrial. Tais ideias nos remetem a guerras ou conflitos em sociedade.
Revolução significa mudança drástica, algo que tinha determinada forma e em instantes adquiriu novas características. O conceito de revolução humana é voltado para esse tipo de ideia.
Trata-se de uma mudança interior, na qual somente o indivíduo é capaz de manifestar, e não “alguém de fora”. Revolucionar a sua vida significa adotar novos hábitos e costumes, descartando os antigos.
Essa mudança interior tem em seu princípio o “querer”. É natural que todos queiramos mudar para melhor sempre e normalmente isso leva muito tempo. A proposta da revolução humana baseia-se na mudança do indivíduo, mas também na alteração de sua realidade com base em sua perspectiva e determinação.
O cofundador do Clube de Roma, Aurélio Peccei, é enfático quando se trata do assunto de realizar a revolução humana:
“Só a Revolução Humana pode desterrar nosso potencial interior e fazer-nos sentir integralmente de modo a nos comportarmos condignamente; só ela pode nos mostrar como utilizar nossos computadores e satélites, nossas máquinas e instrumentos, nossos reatores nucleares e aparelhos eletrônicos, para melhor comungar com nossos irmãos e com todo o Universo. Só essa revolução pode nos fazer ver o quanto é importante sobreviver para ter uma vida digna de se viver, tanto pelo simples prazer de vivê-la, quanto para preparar de modo responsável e compassivo o caminho para as gerações que virão depois.”
Ele deixa claro que a mudança é oriunda de toda e qualquer pessoa. O nosso único desejo em vida é sermos felizes, e o segredo para a mudança e para a revolução está em nosso interior.
Travamos uma guerra com nós mesmos, muitas vezes diariamente, entre acordar cedo para ir trabalhar ou dormir mais cinco minutos; me alimentar de maneira mais saudável ou comer aquela sobremesa deliciosa. Todos esses são exemplos simples, dentre vários, mas que permeiam a nossa vida. Somos seres humanos passíveis de erros, qualidades e características únicas.
Sobre esse assunto, o filósofo e pacifista Daisaku Ikeda diz: “A revolução humana não é algo extraordinário ou divorciado de nossas vidas diárias. Tem início, geralmente, de forma tímida. Tomemos como exemplo um homem que pensa somente em si mesmo, sua família e seus amigos.
Um dia, ele toma uma ação para quebrar esse círculo, socorrendo um vizinho em apuros. Esse é o começo da sua revolução humana. Ademais, este processo não pode ser empreendido sozinho. É preciso que haja uma interação com outros e que vão polir nossas vidas e nos direcionarão para o crescimento como seres humanos.
No Japão, as batatas que crescem nas montanhas — conhecidas como ‘taros’ — são ásperas e sujas quando colhidas, mas, ao serem lavadas todas juntas, as cascas se tornam limpas e brilhantes, deixando-as prontas para serem cozidas. Da mesma forma, a única forma de polir e aprimorar nosso caráter é através da interação com outros seres humanos.”
A revolução humana só é possível quando existe a interação entre as pessoas.
Lembrando que é algo que promove não somente o bem-estar individual, mas também o coletivo. Gandhi, por exemplo, e sua conduta de realizar a paz através da não violência, mesmo sendo uma pessoa de característica tímida, nos ensina que não é preciso mudarmos nossa personalidade ou características. Podemos realizar nossa revolução humana sendo quem somos.
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Cada um de nós tem uma missão única nesse mundo e um potencial sem limites. A revolução humana é a chave para libertar esse potencial inato, contribuindo assim para uma e mais vidas felizes e iluminadas.
“A suprema felicidade é descobrir que se tornou uma pessoa melhor no final de um ano, em comparação do que era no começo.” — Leon Tolstoy
Texto escrito por Bruno da Silva Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras