Durante o século XXI, surgiu no Brasil uma nova modalidade de dança. No início, se apresentou como uma mistura de religiosidade e feminilidade. Com o passar dos anos, passou a conquistar cada vez mais adeptos.
Segundo estudiosos, a dança do ventre surgiu no Egito. Era uma espécie de agradecimento à Afrodite, Deusa da Fertilidade, das mulheres e da Terra. No entanto, os historiadores nunca encontraram indícios de grupos matriarcais. Mas sabe-se que essa dança é tradicionalmente passada de geração em geração em grande parte do Oriente Médio.
São considerados movimentos principais e fundamentais da dança do ventre: feitos em oito, movimentos arredondados, movimento de braços e mãos, expressões faciais, movimentos de cabeça e movimentos para tremer partes específicas do corpo.
Uma das referências das quais se tem certeza é de que a dança do ventre tem ligação com os rituais antigos de fertilidade e, em algumas comunidades da Arábia, nos dias atuais, esses rituais ainda são praticados. Por exemplo: é muito comum que em casamentos do Egito seja contratada uma dançarina para fazer uma apresentação. Ela, por sua vez, é considerada a principal atração — os noivos fotografam junto a ela colocando a mão sobre seu abdômen.
Há o terrível mito de que a dança do ventre engorda ou causa barriga. Mas isso é pura mentira. Como toda atividade física, a dança do ventre, quando feita certa, é capaz de emagrecer e ajudar na tonificação dos músculos, além de eliminar aquelas gordurinhas indesejadas na cintura.
Durante a pré-história, mais especificamente durante os períodos Paleolítico e Neolítico, foram encontrados traços dessa dança nas cavernas. Vale ressaltar que, durante esses períodos da nossa história, dar a luz a um bebê era considerado um ato mágico e, por isso, as mulheres eram consideradas figuras de grande importância nas tribos.
Na Grécia antiga, moças pobres costumavam amarrar tiras pequenas de pano em torno do quadril. Depois disso, iam até o mercado para dançar e, assim, conseguir o dote para o casamento. Quem assistia costumava jogar moedas de ouro a elas para que costurassem em seus cintos. Foi a partir daí que surgiram os cintos que conhecemos nos dias atuais.
Foram encontradas em algumas escavações estatuetas pequenas, as chamadas Vênus, que possuíam contornos totalmente femininos. Eram feitas a fim de comprovar a existência da Deusa Mãe Terra, Innana Ishtar.
A Dança dos Sete Véus, por sua vez, pode ser explicada por uma lenda antiga da Babilônia que diz que a Deusa do Amor e da Fertilidade antes de descer forçadamente para o inferno precisou atravessar os Sete Portais dos Sete Tempos. A cada portão, era necessário que a Deusa se desfizesse de um de seus principais atributos, como poder, riqueza ou beleza, para que lá chegasse indefesa e nua, como todos nós, reles mortais. Por isso, a dança dos sete véus simboliza os sete portais pela qual a Deusa teve de passar até chegar a seu destino final.
Acredita-se também que, no Egito antigo, a rainha do Nilo, Cleópatra, depois de utilizar todas as suas artimanhas, resolveu utilizar a dança para enfim seduzir Marco Antônio, desviando o objetivo inicial desse tipo de dança.
Você também pode gostar
Outra história existente na dança do ventre é que a enteada de Herodes, o rei, chamada de Salomé, era linda. O rei então, obcecado por tanta beleza, praticamente implorava para que ela dançasse somente para ele. Mas ela era apaixonada por um profeta chamado João Batista. Este por sua vez, devoto a Deus, não queria olhar para ela para não cair em tentação.
Irritada com a rejeição e sob a influência de sua mãe, a princesa finalmente dançou a dança dos sete véus para o rei. Ainda mais enlouquecido de amor, ele em agradecimento disse que ela poderia escolher tudo o que desejasse. Ela então exigiu a cabeça do amado numa bandeja.
Quando finalmente a viu, Salomé ficou arrependida e disse que ele finalmente tinha olhado para ela.