Você já parou para pensar em quantas vezes durante o dia, semana, mês e até no ano você se pegou pensando “não concordo com esse fato” ou “isso deveria ser de um jeito diferente, isso me incomoda”? Muitas, não é mesmo? Esse é um pensamento comum a todos nós, seres humanos. Porém, esses pensamentos, muitas vezes negativos, nos levam a questionamentos demais e consequentemente atraímos sempre uma energia negativa e nossos objetivos levam um tempo maior para serem concretizados.
Tudo começa com nossa mente, e a melhor maneira de nos livrarmos de pensamentos negativos é através da desconstrução desses questionamentos ruins. Por onde começo?
O The Work (o trabalho), é um livro que contém técnicas de autoindagação criada pela americana Byron Katie, que, por volta dos 30 anos sofreu de depressão, doença essa perpetuada em sua vida por uma década. Nos últimos dois anos, Katie (como é chamada) praticamente não saía de sua cama e pensava somente em suicídio. Até que numa manhã de fevereiro de 1986 ela acordou e experimentou o que denomina como “despertar para a realidade”.
“Descobri que, quando acreditava nos meus pensamentos, eu sofria, mas quando não acreditava neles, não sofria. E isso vale para qualquer ser humano. A liberdade é tão simples quanto isso”, conta ela, que, desde então, diz sentir-se feliz e plena todos os dias.
“Indicado a qualquer pessoa, trata-se de um trabalho de questionamento e conscientização. Não é sobre tentar mudar a mente”, confirma a terapeuta e palestrante catarinense Ariana Schlösser, aluna de Katie e especialista em The Work. Continuando, Ariana recomenda que esse exercício transformador seja feito toda manhã, tarde e noite. Quanto mais, melhor.
1º Passo
Escreva um pensamento que lhe causa muito estresse. Um por vez. Exemplo: “Meu pai deveria me entender melhor”. Após, deixe sua mente fazer as quatro perguntas chave do método contemplando cada uma. Nesse momento é importante deixar a mente relaxar e não ter pressa.
As quatro perguntas chave
Após escrever a pergunta, faça as quatro perguntas chave de maneira sincera:
1.1 Isso é verdade?
Respire fundo e reflita com calma: É verdade que ele deveria entender você? Mantenha-se em silêncio e aguarde pela resposta do seu coração, dispensando o intelecto e a razão.
2.2 Eu posso saber com absoluta certeza que isso é verdade?
Você pode saber o que realmente seu pai deveria ou não entender? Quais os motivos para que ele deva entender você? Pode saber absolutamente o que é melhor para seu pai: Entender ou deixar de entendê-lo? Lembrando que o termo “absolutamente” indica 100% de certeza na questão proposta. Esse é o grande diferencial, pois essa condição e pensamento vai abrindo espaço na mente para possibilidades até então ignoradas. A primeiro momento, o ego é ameaçado, mas o importante é seguir ouvindo o coração e observando a si mesmo.
3.3 Como eu reajo ou o que acontece quando eu acredito nesse pensamento?
Estresse, raiva, frustração, tristeza? Quais as sensações que você experimenta? Perceba cada uma delas de coração aberto.
4 Quem eu seria sem esse pensamento?
Feche os olhos. Imagine-se na presença de seu pai ou pessoa de estima em que você fez a pergunta inicial. Imagine-se olhando para ele e não pense sobre a pergunta que fez: “Quero que ele me entenda”, mas sim o que você está vendo nesse momento? Como seria sua vida sem esse pensamento? O que você faria diferente?
2º Passo
Após realizadas as quatro perguntas, começa a etapa de inversão: Trata-se da oportunidade de considerar o oposto daquilo que você perguntou, como por exemplo “Meu pai deveria me entender”. Fica da seguinte maneira:
1.1 “Meu pai NÃO deveria me entender”
A primeiro momento a rejeição em nossa mente e coração é o primeiro pensamento e sentimento. Mas isso é um fator que ocorre. Será que deveria ser o contrário então? Que eu deveria entendê-lo?
2.2 “Eu deveria entender meu pai”
Com esse pensamento inverso, surge a empatia e a compreensão com a vida dele.
3.3 Eu deveria me entender
Esse é meu trabalho, não o dele nem de ninguém.
Com calma e paciência, permita-se explorar esses pensamentos inversos também. Aos poucos, sua vida vai se abrindo para outras possibilidades e sentimentos positivos. Um fator importante nesse momento de transição de sentimentos e pensamentos é estar sempre disposto a mudar, de corpo, alma, mente e coração abertos.
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Assim como Katie, de pensamentos suicidas, ultrapassou sua escuridão e hoje se tornou uma pessoa cheia de amor e bondade por tudo o que a vida lhe proporcionou.
Permita-se sempre.
Texto escrito por Bruno da Silva Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras.