Estamos vivendo uma época dinâmica em que a tecnologia e sua agilidade nos acostumaram a necessitar de respostas rápidas e instantâneas — uma simples pesquisa no Google, por exemplo — a todo momento.
Em outros tempos, não muito distantes do nosso, as pessoas comunicavam-se através de correspondências e tinham consciência e paciência de que sua mensagem chegaria ao destinatário e teriam o retorno sobre ela.
Estamos tão acostumados a dinamismo e agilidade que nos esquecemos muitas vezes de ter uma vida de qualidade.
Hoje, nossa expectativa para receber uma simples resposta de uma mensagem é elevada a um nível muito alto, e muitas vezes ficamos ansiosos por isso.
“Penso que a impaciência ocorre quando a ansiedade nasce de uma falta de propósito — essa inquietação é mais rara quando a espera vale a pena”, ressalta George Barcat, professor da Associação Palas Athena, em São Paulo, organização sem fins lucrativos dedicada à filosofia e à qualidade de vida.
“Do modo como vivemos hoje, somos instados a dar respostas rápidas e a tecnologia, que poderia nos proporcionar tempo para cuidar também de nossa alma, tornou-se uma fonte de cobranças cada vez mais constantes. Passamos a exigir de nós mesmos corresponder a essas solicitações, quase como se estivéssemos nos tornando máquinas também”, comenta a psicóloga e escritora Patrícia Gebrim.
Paciência é a “arma”
Em contrapartida a esse dinamismo todo que estamos vivenciando, é preciso entender o tempo necessário de cada coisa, cada fator da nossa vida. Se um imprevisto acontece, por exemplo, é necessário cultivar a paciência e sabedoria nesse momento; e não se trata de uma paciência passiva mediante aos problemas da vida, mas sim manifestar essa sabedoria e buscar novos meios para transponir os desafios da vida.
Não precisa controlar tudo
Além de ser um gasto de tempo e energia, você deixa de se permitir relaxar e está sempre “ligado”. Nem tudo nós conseguimos controlar em nossa vida. “Não se trata de nos tornarmos passivos. Mas, se já fizemos tudo o que poderíamos ter feito, seria sábio que entregássemos o resultado e nos dispuséssemos a aceitar o que quer que viesse em nossa direção. Temos de compreender que nunca seremos perfeitos”, diz Patricia.
Diminua a velocidade
Quantas pessoas você conhece por serem workaholics? Que estão sempre correndo contra o tempo? Caso não conheça ninguém assim, você pode ser essa pessoa. O que foi o caso do Analista Financeiro Rafael Borges, 43 anos.
Ele tem um cargo de confiança nas quatro empresas em que controla as finanças, é separado e cuida de dois filhos e da mãe. Já ficou anos sem férias e chegou a dormir num dos escritórios para dar conta de todo o serviço. Descontrolava-se facilmente por causa de tantas responsabilidades, chegando a prejudicar sua saúde.
Hoje, após as oito horas regulamentares de trabalho, Rafael desliga o computador do trabalho e segue para casa. Não perde o humor e se concentra para manter a cabeça e o corpo presentes quando está com os filhos e a família.
Claro que para que isso ocorresse precisou de tempo e reflexão. Mas o mais importante foi o primeiro passo: o desejo pela mudança e a necessidade de diminuir o ritmo de trabalho. Existem tantas outras coisas que podemos fazer em nossa vida para nos sentirmos importantes que o trabalho passa a ser um dos fatores fundamentais da vida, estando alinhado com momentos de diversão e relaxamento.
Mude para melhor
Estabeleça metas para uma vida mais controlada e uma qualidade de vida maior. Buscar alívio espiritual torna-se uma grande ajuda em momento de crise, assim como buscar uma alimentação mais saudável e realizar atividades físicas.
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Corpo e mente saudáveis permitem estabelecer metas mais claras e objetivos mais organizados. A recuperação da tranquilidade requer tempo e vontade, mas seu resultado faz com que a vida fique mais agradável de viver.
Texto escrito por Bruno da Silva Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras.