Roubam sua cena interna. Interrompem seu sono e sua paz emocional.Querem viver sua vida.Não suportam sua autonomia.Invejam-no, mas não se dão conta disso.Inventam que querem cuidar de você, quando, na verdade, querem absorvê-lo até ultrapassarem todos os seus limites físicos e emocionais. Insaciáveis, sugam sua energia até a morte.Querem corromper sua sanidade, porque assim fica mais fácil sua sub-missão. Seduzem-no por onde você é mais seduzível. Quebram aos poucos sua autoestima. Minam sua energia e se nutrem insaciavelmente de tudo o que é você. São inconvenientes e nem todos estão preparados para lidar socialmente com outros. Dizem que só têm você e que você é a ponte para o mundo. Incutem pena, culpa e cuidados reparadores.
Livre-se o mais rápido possível desses lobos em pele de cordeiro; o destino deste tipo de relação invariavelmente é letal. Esteja alerta. Busque ajuda, fuja e saiba que nesse momento todos os seus medos são plantados por eles.
A solução para esse tipo de relacionamento é a ruptura imediata, o corte e, se possível, o rompimento por completo com toda forma de contato. Você não está apaixonado(a) nem amando, está apenas intoxicado(a) pelo que ela(e) lhe infunde. É através da inserção de pensamentos e sentimentos desastrosos que o predador emocional, dia após dia, vai roubando sua capacidade de lucidez. Suas ações funcionam como uma espécie de droga venenosa que é gradativamente injetada e que tem uma única função: a de intoxicá-lo. Acorde, você está correndo risco de vida. Acredite em você e em suas mais ínfimas percepções. Dê ouvidos a si mesmo.
Mesmo sendo fruto de situações aprendidas em nossa mais tenra infância, quando fomos doutrinados a sermos obedientes, educados, cordatos e convenientes, devemos nos lembrar de que para sobrevivermos também precisamos saber impor limites e saber dizer não.
As vítimas deste tipo de assassinos silenciosos, em geral, têm uma visão cor de rosa da vida e se acreditam capazes de reparar absolutamente todo o mal-estar do outro, incluindo suas mudanças repentinas de humor. Para essa empreitada, muitas vezes atravessam seus próprios limites de tolerância física e emocional tentando agradar. Como tática do abusador, as tentativas de confortá-lo são pouquíssimas vezes apaziguadas e, com isso, as vítimas pouco a pouco vão perdendo toda sua vitalidade e força psíquica. Erram drasticamente ao se imaginarem superpoderosas e sem limites em suas capacidades de resiliência. Agem norteadas por crenças inconscientes aprendidas desde muito cedo, na infância, e que dizem a respeito da necessidade de agradar e servirem os outros para controlar humores, não serem atacadas e, de algum modo, não serem abandonadas. Tudo isso para que no final possam ser bem vistas e, portanto, amadas.
Tanto nos predadores quanto nas vítimas, existe uma crença negativa sobre si mesmo. A diferença é o tipo de atitude. O predador, por ser frágil, não suporta ver a vida projetada fora de si mesmo. Inveja e quer destruir. Ao ver o outro existindo, ele tem a dimensão de sua não existência e quer destruir para sobreviver. Em suas artimanhas, repetidamente, vai incutir no outro da relação sentimento de culpa por ele ficar magoado, mal-humorado, irritado e por aí vai. Insidiosamente, o predador vai instalando novos códigos de funcionamento cerebral onde as vítimas gradativamente vão se esquecendo de si mesmas a ponto de não poucas vezes inocentarem o agressor assassino.
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Tenho pacientes que relatam ter receio de sequer pegar um copo de água com medo de fazerem algo errado… Contam que sentem os parceiros à espreita observando-os e, ao menor deslize, que na maioria das vezes nem é deslize, os desqualificam moralmente, literalmente acabando com eles. Na maioria das vezes, esse padrão de relação assediadora acontece dentro de casa e longe da visão externa, o que dificulta o entendimento de todos, inclusive das vítimas em questão.