Se você convive com alguém que tem depressão, por muitas vezes deve passar por situações complicadas buscando palavras de conforto, incentivo e até tentando arrumar soluções para ajudá-la, porém é preciso muito cuidado para dar o devido apoio a alguém com depressão, caso contrário o quadro clínico pode se tornar ainda mais complicado.
A depressão é uma doença psiquiátrica que causa perturbação do humor, trazendo consequentemente inúmeros sintomas tanto psicológicos como físicos ao corpo. As pessoas que estão dentro deste quadro clínico possuem alterações químicas no cérebro em relação aos neurotransmissores que transmitem impulsos nervosos entre as células, entre eles a serotonina, noradrenalina e dopamina.
É certo que os fatores psicológicos e sociais podem desencadear a depressão. Doenças graves, traumas e acontecimentos marcantes, alterações hormonais e uso de medicamentos prolongados estão entre as principais causas da doença. E depois de adquirida, algumas atitudes como tristeza prolongada, desânimo, crise de choro, falta de vontade para exercer algumas tarefas e outras coisas que parecem “puxar para baixo” passam a fazer parte da rotina.
O fato é que, como qualquer outra doença, um “puxão de orelha” não trará a cura.
“Você é preguiçosa. Isso é frescura. Basta se esforçar, se você quiser consegue sair dessa. Falta Deus na sua vida. Eu sei exatamente o que você está sentindo”.
Esquece! Frases motivacionais, repressão ou cobranças não ajudam nessa hora, pelo contrário só vai atrapalhar. Se sua intenção é ajudar, primeiro de tudo respeite o silêncio, insistir a qualquer custo é uma péssima opção. Segundo, veja se a pessoa quer realmente ser ajudada, caso contrário qualquer esforço também será em vão.
Se a resposta for sim, se ela quiser ser ajudada, é preciso que você esteja lá, realmente disposta de corpo e alma para ceder ajuda.
Se faltam palavras para ajudar, aposte nos pequenos gestos. Mande uma mensagem no celular, um e-mail, faça um convite para um jantar, um passeio no parque ou ainda se disponibilize para ajudá-la em alguma tarefa diária.
Não julgue e nem critique, qualquer frase empregada de maneira errada pode fazer com que a pessoa se isole ainda mais do resto da sociedade.
Não minimize jamais a dor, você não sabe o que o outro está passando. A não ser que já tenha passado pelo mesmo problema, aí a conversa pode tomar outro sentindo voltado a superação.
Uma pessoa deprimida precisa de ajuda e orientação, mas evite dar conselhos. Para auxiliá-la, faça perguntas como: O que eu posso fazer para te ajudar?
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Quando ela finalmente decidir sair de casa, proponha passeios tranquilos e sem muita movimentação, opte por lugares calmos e possíveis de conversar. Evite situações que possa fazê-la lembrar de algo negativo ou de uma situação passada que a tenha deixado triste.
Vale ressaltar que a ajuda de um especialista e de medicamentos não podem ser descartadas.
Texto escrito por Natália Nocelli da Equipe Eu Sem Fronteira