Olá, queridos do Eu sem Fronteiras. É com alegria que escrevo novamente para este site tão importante na disseminação de textos que auxiliam em nossa evolução.
Hoje vou falar sobre um tema que costumamos trabalhar na escola onde me formei psicanalista: “amar mesmo não gostando”. À primeira vista, é complicado de entender, mas vou explicar e vocês perceberão o quanto é verdadeiro e pode mudar nossa maneira de perceber a vida.
Como seres em evolução e ainda muito egocêntricos, queremos sempre que as coisas aconteçam da forma que desejamos. E, quando não acontecem, sofremos. Temos dificuldades extremas em aceitar o “não” e achamos que o mundo gira a nosso redor.
Muitas vezes agredimos, maltratamos e humilhamos simplesmente por acharmos que somos os donos da razão e que é o outro quem está errado. Outras vezes sofremos pelos desejos não realizados.
Mas, afinal, o que é o amar mesmo não gostando? É uma forma de evolução para nós, egocêntricos, é uma maneira menos controladora de viver a vida e que aos poucos nos transforma em pessoas melhores.
Amar mesmo não gostando é assumir que você é imperfeito e se frustra, mas que, da mesma forma que não gosta, ama compreendendo que o outro dá o que pode dar.
Como seres duais, todos nós, numa escala de 100%, temos um nível de consciência virtuoso e outro não virtuoso. Nossa parte virtuosa produz as atitudes empáticas e nossa parte não virtuosa, as atitudes egocêntricas. Veja o exemplo abaixo:
(30%) Consciência Virtuosa → atitudes empáticas
(60%) Consciência Não virtuosa → atitudes egocêntricas
Portanto, todos nós, em maior ou menor escala, temos uma consciência não virtuosa, egocêntrica e que visa o atendimento de nossas necessidades de segurança e reconhecimento. Essa é nossa parte responsável pelo gostar.
Nossa parte virtuosa é a responsável pelo amar sem esperar nada em troca, pela doação, compreensão, pelo respeito.
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Concluindo, apesar de não gostarmos do desagradável, podemos amar, confiar, respeitar e acreditar que tudo está certo e que algum aprendizado teremos na situação. Um exemplo para esta situação é que podemos não gostar da cara feia que o outro nos fez, mas podemos amar compreendendo que ele não está bem e pode estar precisando no fundo é de ajuda.
Na maioria das vezes, precisamos passar pelo sofrimento para só depois entender que foi melhor para nós, para nossa evolução.
Amando mesmo não gostando aos poucos vamos diminuindo nossa estrutura não virtuosa que nos faz infelizes e, com o tempo, lenta e gradualmente, vamos potencializar em nós o amor. Amor este que é verdadeiro, pelo que é real e não ilusório, amor por nós, pelo outro e pela vida.
Um abraço apertado em cada um de vocês e até a próxima.