O favorecimento da posição masculina e submissão da mulher como objeto sexual se deve a um desenvolvimento histórico, que envolveu um sistema de sociedade patriarcal em que o homem tem a figura de trabalhador, produtor e poderoso, e a mulher de submissa, servente e vista como objeto de reprodução e prazer para o primeiro.
Ao longo dos anos, o machismo veio tomando diferentes formas, moldou-se de acordo com a evolução da organização social e hoje se manifesta menos explícito, mas ainda muito presente.
A luta feminista
A causa feminista defende, primeiramente, a igualdade de direito entre os gêneros. Observa-se atualmente uma disparidade de oportunidades e credibilidade em relação à mulher no mercado de trabalho. A visão, mesmo que não declarada, de que a mulher deve cuidar da casa e dos filhos, ter boa aparência e servir o homem, como fez em muitos períodos da história da humanidade, ainda é uma realidade triste e atual.
O conceito de machismo é geralmente associado ao descarado destrato de mulheres, ao abuso sexual e à posição de supremacia do homem.
Essas são realmente características do machismo, entretanto, a ideia transpassa tais atitudes maiores e é também expressa por pequenas atitudes de destrato, muitas vezes não notadas pelos outros, mas muito sentidas pelas mulheres.
“Pequenos” abusos
Listamos algumas situações comuns no dia a dia das mulheres, que as atingem de forma indireta e sustentam a posição favorecida do homem. Confira:
Interrupção
Perceba que as mulheres são constantemente interrompidas por homens em palestras e discursos. Atribui-se uma fraqueza à figura feminina, que diminui a credibilidade e o espaço de seu argumento.
Para os norte-americanos, o fenômeno foi registrado como “manterrupting”, uma junção das palavras ‘homem’ e ‘interrupção’, em inglês.
Palavra não concedida
Além de muitas vezes não serem escutadas, as mulheres sofrem de perda de argumento. Principalmente no ambiente de trabalho, elas expõem a sua opinião e não ganham a atenção merecida, que normalmente é transferida para uma figura masculina, que pode se apropriar e utilizar os mesmo argumentos que uma mulher expôs anteriormente.
Em inglês o termo cunhado foi “bropriating”, que representa a apropriação por parte de um amigo, com ironia.
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Inteligência incerta
Dentro do quadro de desconfiança e falta de crédito à mulher, muitos homens do ambiente corporativo passam a tratá-las como burras, fazendo questão de explicar cada detalhe a fim de garantir que entendam. Tal atitude parte de um preconceito machista sobre a incapacidade intelectual feminina.
Nos Estados Unidos foi chamado de “mansplanning”, algo como ‘homem que explica’.
Com essas e outras atitudes, o homem continua afirmando-se superior e mantendo uma sociedade machista e mascarada. O papel da militância feminista é quebrar tais tabus e oferecer igual espaço as mulheres e homens, sem que nenhum dos lados seja desfavorecido ou agredido, mesmo que ‘sutilmente’.
Texto escrito por Julia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.