Essa seria a frase perfeita, pois não há erros, a nossa visão é que é torta, só isso. A gente continua enxergando o mundo através de um véu, com a visão totalmente limitada pelos poucos recursos de compreensão que temos e, ainda, queremos culpar Deus pelas nossas vicissitudes, é muita presunção!
É o mesmo que dizer: “A Inteligência Suprema do Universo é burra!”. Já parou para pensar no tamanho dessa incongruência?
O simples fato de não compreendermos o todo, de estarmos envolvidos apenas com uma parte do problema, não significa que houve falhas no Divine System.
Se quisermos julgar um acontecimento com o mínimo de coerência, o mínimo que podemos fazer é pensarmos de forma sistêmica. Enquanto a nossa perspectiva for egocentrada, não haverá solução para esse problema. Enquanto não compreendermos que uma instância mais elevada no nosso próprio ser está no comando das coisas, arrumando nossa bagunça e limpando nossa sujeira, continuaremos sofrendo.
Nenhum homem é uma ilha isolada, já dizia John Donne. Todo problema começa a partir da nossa identificação com o personagem, só isso. No momento em que não nos afetarmos com as informações externas, não teremos o menor interesse em criar identificação com a trama da nossa existência nessa realidade de corpo e mente, inclusive com o nosso próprio personagem.
O ego sobrevive porque não aprendemos a sermos indiferentes a ele, não aprendemos a negá-lo e insistimos em atendê-lo em todas as suas demandas e, com isso, nos afastamos da nossa realidade. Enquanto não diminuirmos a sua importância, enquanto não reduzirmos o seu significado, ele continuará no trono, ditando regras, combatendo e discriminando tudo. O ego adora julgar.
Papaji costuma dizer que para sermos livres não é necessário esforço algum, apenas para permanecermos na prisão, e é a mais pura verdade. A vida prosaica do ser humano é um desenrolar de obstáculos e desafios constantes e absolutamente desnecessários.
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Na verdade, o verdadeiro eu não é o cantor, e sim o compositor e ele está em outra instância; é aquilo que chamamos de Consciência.
Alguns chamam de Deus, outros de Brahman, assim por diante. Tudo bem, o nome não importa, na verdade, é esse compositor que escreve certo por linhas certas.
A visão do ego é que é torta.