Como falar sobre orgulho se todos ainda temos esse sentimento habitando em nós? E isso não é julgamento, é a compreensão de que ainda não nos tornamos self ou seja, um ser completo, sem dependências afetivas e materiais e sem superioridade.
O fato de não termos ainda conquistado a humildade não nos impede de falar sobre o orgulho. Inclusive, quanto mais falarmos e usarmos dessa fala e conhecimento para analisarmos nossas atitudes e onde temos reforçado essa tendência, mais alertas estaremos para a identificação e mudança desse padrão de comportamento.
Muitas vezes nos achamos melhores do que o outro porque temos, sabemos ou fazemos alguma coisa. Como muitos são os pontos a serem considerados, vamos exemplificar com o “saber”. Será que o fato de termos concluído um certo número de cursos, nos torna superiores ao outro ou aumenta nossa responsabilidade sobre como poderemos usar tal conhecimento? É claro que o saber e o estudo são muito importantes, porém usar isso como prerrogativa de superioridade é o que reforça em nós a estrutura egocêntrica. A superioridade é uma das manifestações do orgulho e, consequentemente do orgulhoso.
Qual tem sido nossa linha de conduta: a de nos acharmos superiores ou a de auxiliarmos aqueles que necessitam e que, por qualquer motivo que seja, ainda não foram expostos a tal conhecimento?
Uma das diferenças entre o humilde e o orgulhoso é que o humilde não faz comparação nem julgamento. Ele busca compreender os porquês, os motivos que levaram uma pessoa a agir de determinada maneira. O nível de consciência empática faz com que o humilde se sinta igual aos outros e os respeite exatamente como são, sem exigir ou esperar deles uma mudança para que sejam aceitos.
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O nível de consciência egocêntrica é o que predomina no orgulhoso, fazendo com que ele não reconheça suas imperfeições, busque sempre um culpado para suas insatisfações e queira receber, ser compreendido, amado e respeitado.
Nosso convite à reflexão fica exatamente nesse ponto: como podemos nos tornar seres menos orgulhosos e mais humildes? Cada um encontrará a resposta percorrendo o seu caminho e respeitando o seu tempo, mas eu gostaria de deixar algumas sugestões:
- E se aprendêssemos a respeitar mais?
- E se aprendêssemos a doar sem esperar receber?
- E se nos sentíssemos menos magoados ou ofendidos?
- E se colocássemos mais amor em nossas vidas?
O meu desejo é que cada um possa se sentir diferente após essas reflexões e é assim que começamos nossa viagem para dentro de nós mesmos.