O antropólogo francês Vlande Petkie encontrou no século 19 a influência da música na fertilidade feminina. O primeiro estudo sobre os benefícios da música foi no estado americano do Michigan em 1944. Em 1950, foi fundada a Associação Nacional para Terapia Musical nos Estados Unidos. Em 1968 aconteceu, a Jornada Latino-Americana de Musicoterapia.
Os primeiros cursos no Brasil começaram em 1971 no Rio de Janeiro e no Paraná. A Universidade Federal do Rio de Janeiro colocou em prática a Prática Clínica da Musicoterapia, curso de graduação e pós-graduação reconhecido pelo Conselho Federal de Educação desde 1978 através do parecer 829/78.
Porém, como ciência a musicoterapia surgiu na Segunda Guerra Mundial, atuando no tratamento dos combatentes feridos. A prática é utilizada na educação, no tratamento de distúrbios mentais, na reabilitação de problemas da fala e auditivos e com pessoas com dificuldades de aprendizado. Confira os benefícios da musicoterapia:
- Melhora a coordenação motora;
- Melhora o relacionamento interpessoal;
- Aumenta habilidades socioeducativas;
- Aumenta a concentração e o raciocínio;
- Ajuda a prevenir a hipertensão;
- Melhora a respiração;
- Reduz dores de cabeça;
- Estimula o bom humor;
- Reduz ansiedade e estresse.
Musicoterapia no parto
Aproximadamente 60% das mulheres têm dores no parto. Dessas, 50% não sentem alívio quando tomam analgésicos. A musicoterapia ajuda mãe e bebê durante o nascimento. A mãe fica mais relaxada física e emocionalmente e o bebê continua vivenciar o conforto uterino.
O médico Jacques Moritz relatou ao jornal Daily News que 90% de suas pacientes ouvem música durante o parto. Mortiz explica que a música fortalece o sistema límbico, a área do sistema nervoso central que regula memórias, emoções e nossa relação com o medo e a dor.
Entretanto, a mãe precisa ter cuidado ao escolher as músicas. A entonação forte e as vibrações intensas do rock e heavy metal podem agitar mãe e bebê. Canções clássicas, principalmente de Mozart, são as mais indicadas, pois estimulam os hemisférios direito e esquerdo do cérebro e tranquilizam.
Birthing Playlist
Pensando nisso, o Spotify criou uma playlist especial para o parto. A Birthing Playlist tem músicas de Milton Nascimento, Coldplay, U2, Pearl Jam, entre outros. A lista começa suave e o ritmo aumenta conforme a evolução do trabalho de parto.
As mães que desejam ouvir música durante o parto podem colocar a vontade no Plano de Parto. O documento reúne a conduta dos médicos e da equipe na gestação, no parto e pós-parto.
Algumas maternidades são equipadas com aparelho de som. Consulte a maternidade se é possível levar o iPod, computador ou aparelho de CD.
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Criando sua playlist
Saiba como criar sua seleção de músicas:
- Não economize na quantidade. Escolha a lista tendo em mente que o trabalho de parto pode durar de 5 a 10 horas;
- Escolha músicas que marcaram a relação, a gestação, que tragam fé e façam você relaxar.
Sugestões
Separamos ótimas sugestões de músicas para o parto, confira a seleção:
Boas vindas – Caetano Veloso
https://www.youtube.com/watch?v=WVMs71h6Xz0
“Lhe damos as boas vindas, boas vindas, boas vindas.”
Minha flor, meu bebê –Cazuza
“Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir”
Pra Você Guardei o Amor – Nando Reis
“Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar”
Espatódea – Nando Reis
“Não sei se o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou”
All Star – Nando Reis na voz de Cássia Eller
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você”
Tudo novo de novo – Paulinho Moska
“Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu”
O parto não deve ser um momento sofrido. Com músicas adequadas, é possível amenizar as dores e ainda recepcionar a criança da melhor forma possível: com arte. Gostou de nossas sugestões? Já tem uma playlist? Conte para a gente.
Texto escrito por Sumaia de Santana Salgado da Equipe Eu Sem Fronteiras.