A Terapia de Regressão, como qualquer outro procedimento terapêutico complementar, visa oferecer ao indivíduo mais conhecimento sobre as verdadeiras causas de suas dificuldades do momento e como superá-las.
Aqui no Brasil ainda não há cultura, ou hábito, de se procurar um procedimento terapêutico a fim de aumentar o conhecimento sobre si mesmo, para superar suas limitações e viver uma vida plena, ou para promover a evolução da própria alma. Na opinião geral, quem procura terapia, é porque tem “problemas” – e algumas décadas atrás, a opinião corrente era que a pessoa que fazia terapia devia estar “louca”.
Como se formam os bloqueios?
Nós geralmente evitamos sentir dor ou desconforto. Quando a pessoa encontra uma barreira (um fato traumático), torna-se difícil conseguir a completa realização de si mesmo, formando-se áreas de resistência, atrito e tensão. Os bloqueios distorcem a percepção da realidade e a compreensão das manifestações interiores e sentimentos do próprio indivíduo.
A energia vital precisa fluir. Se ela encontra “pequenos” bloqueios, ela os contorna e mantém seu curso. Mas se a energia é constantemente desviada e represada, o indivíduo apresentará comportamentos inadequados ou inexplicáveis.
Durante uma sessão de regressão, procuramos trazer à tona, ou melhor, à mente consciente aqueles fatos traumáticos já sepultados no fundo da memória, mas que continuam a impedir que nossa vida tenha mais sabor, mais qualidade. Liberando as memórias, compreendendo o real motivo dos bloqueios, estes serão eliminados e a energia voltará a fluir sem impedimentos.
Consequentemente, o indivíduo se sentirá pleno, confiante, inteiro e fortalecerá a sua capacidade de percepção e compreensão, permitindo que tome decisões com um grau de clareza e adequação até então nunca sentidos.
Um dos grandes mitos em relação à Terapia de Regressão é o medo de “ir para longe e não conseguir voltar”. O cliente deve estar em uma postura relaxada, solta, mas a sua mente consciente estará presente o tempo todo da sessão.
Mesmo que a pessoa atinja um estado Alfa (ondas cerebrais relativas ao estado de relaxamento) mais profundo, em momento nenhum ela irá “apagar” ou ” viajar”. O que ela vai fazer é abrir os arquivos de sua própria memória, que estavam trancados há muito tempo. E vai “ler” estes arquivos até onde seu Eu Superior entender que é adequado, de acordo com sua maturidade emocional e espiritual.
Durante uma sessão de regressão, o cliente está consciente. Todas as noites, quando dormimos e sonhamos, “viajamos” com o nosso corpo sutil no mundo astral – e pouquíssimas pessoas fazem essa “viagem” com consciência. É preciso esforço e estudo para dominar a arte de se projetar conscientemente no plano astral! Então, não existe perigo em realizar uma sessão de regressão. Ninguém vai a lugar algum.
Outro medo recorrente é o de que durante a sessão possam ser abertos “portais” para o passado, e que de lá surjam coisas ruins. A regressão pode trazer certas histórias e quadros não muito agradáveis.
Mas nenhum portal é aberto, não é uma cerimônia de magia! Você estará acessando a leitura de um “livro” muito especial, pois ele registrou a história de sua alma! Se entendemos a civilização como um processo que se iniciou há milênios, é nítido que a humanidade foi passando de um estado de selvageria e luta pela sobrevivência para um estado mais civilizado, com o despertar e evoluir da cultura e educação.
E, se vivemos várias vidas aqui neste planeta, passamos também por este processo, que nunca cessa. Muitas vezes tivemos que lutar e até matar para sobreviver. Mas se o fizemos, houve um motivo e um tempo em que isto foi necessário.
Trazer de volta esses acontecimentos à mente consciente só acontece se houver algo ainda a ser entendido e superado. E você está relembrando a sua história, não uma história de ficção. Quantas vezes nós esquecemos de quem somos e onde estamos assistindo a um filme interessante, por exemplo?
Torcemos pelos “mocinhos”, esperamos que os vilões tenham uma punição, perdemos completamente a noção das horas, absorvidos. Quando o filme acaba, retornamos às nossas vidas, talvez impressionados ainda com a trama, mas não deixamos de retomar nossas vidas, de sermos quem somos.
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Se a alma está madura para dar o próximo passo em sua evolução, a regressão vai servir como uma ferramenta útil à alma. Se não estiver pronta, o Eu Superior de cada um irá proteger a mente consciente de quaisquer lembranças que possam desestabilizá-lo.
E aí, existem outras alternativas terapêuticas igualmente eficazes. O que não deve acontecer é não enfrentar o medo e se acomodar, achando que não existe solução para os problemas. Vale a pena descobrir a real causa de nossas dificuldades; o ganho é inestimável.
Referências
“Por que fazer terapia? ” – Luis C. T. de Freitas – Editora Ágora, São Paulo