Essa abordagem de introdução alimentar, que se tornou a queridinha das mães descoladas, ficou famosa por causa do livro de mesmo nome, das autoras Gill Rapley e Tracey Murkett (ainda sem tradução no Brasil).
De forma bem simples e resumida, o BLW consiste em permitir que o bebê tenha participação ativa na introdução de alimentos em sua dieta. Os pais são quase que meros expectadores, responsáveis por oferecer comidas saudáveis e estar prontos para intervir em caso de engasgos.
Uma das bases do Baby-led Weaning é a relação entre o desenvolvimento do bebê e sua capacidade de se alimentar. O próprio início da introdução alimentar coincide com o momento em que a criança consegue ficar sentada, segurar os alimentos maiores e levá-los até a boca, geralmente por volta dos seis meses. À medida que vai desenvolvendo habilidades novas – como o movimento de pinça – ou vão nascendo os primeiros dentes, o bebê passa a comer pedaços menores e com texturas diferentes.
No BLW, é o bebê quem regula as quantidades. Decide se mama, quanto mama, quando mama. Decide se come e quanto come. Por isso, a definição de desmame guiado pelo bebê, pois, aos poucos, ele substitui a amamentação pelos alimentos, tudo a seu tempo.
Outro ponto fundamental dessa abordagem é que as refeições são feitas em família. Todos comem ao mesmo tempo. Nada de ficar correndo atrás do filho com uma colher de comida pronta para entrar na boca num voo rasante do famoso “aviãozinho”. A convivência é importante para que o bebê aprenda através do exemplo. Se todos comerem a mesma coisa, melhor ainda. Ficam saudáveis também os pais, que muitas vezes acabam fazendo adaptações na sua alimentação, passando a ingerir menos sal e menos industrializados.
Mais do que um método, o BLW é uma maneira de enxergar o bebê como ser individual e único. Muita gente pensa que o Baby-led Weaning é simplesmente oferecer comida em pedaços ao invés da tradicional papinha. Também há quem diga que bebês introduzidos aos alimentos através do BLW se tornam voluntariosos e com muitas preferências, já que podem escolher o que querem comer.
Nada disso. BLW é liberdade. É respeitar o outro.
Sim, o bebê é um ser pensante e em desenvolvimento, assim como nós. É fantástico poder observar as descobertas de sabores, texturas, temperaturas. Perceber as dificuldades e superações.
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É comer com a mão. Fazer bagunça. É ter preferências, sim. Mas quem disse que ter vontades é ruim? É um dia querer comer couve e no outro não. É querer comer feijão hoje e amanhã também. É fazer careta quando provar limão, se recuperar da sensação do azedo e pedir mais. Ou não. É ter a oportunidade de experimentar.
Dizem que BLW não é para todos os bebês e nem para todos os pais. É verdade, pois vai além da alimentação. Reflete uma maneira de enxergar o filho. Significa abrir mão do controle, não somente da quantidade de comida. Permitir que o outro seja único, autônomo, e se transforme num ser capaz de fazer escolhas, mas com a segurança de que seus pais estarão logo ali, ao lado, prontos para socorrer.