Autoconhecimento Psicologia

Conectados vivemos melhor?

Escrito por Tatiane Mosso

Você costuma se conectar ao Facebook, WhatsApp, Instagram, Tinder, Skype, Badoo, Linkedin, ou todas as anteriores?

Certamente, estamos vivemos uma época em que a tecnologia impera, as redes sociais já consomem grande parte do nosso tempo e possuir internet no celular e tablet é para muitos de fundamental importância. A pessoa entra em um restaurante e a primeira pergunta que faz ao garçom é qual a senha do wi-fi.

Para muitos, checar os alertas do celular a cada “bip”, ou acender de tela, bem como acompanhar atentamente os sons que anunciam novos e-mails, faz parte de uma rotina muito comum, assim como dormir com o celular na cabeceira da cama ou na mesinha de apoio possibilita que mesmo durante a noite, os alertas possam ser verificados e nenhuma atualização, nenhuma ligação, e nenhuma notícia fique para mais tarde.

Beautiful young businesswoman in spotted dress reading news or checking email on cell phone. Redhead girl browsing Internet or texting friends using mobile phone. Technology and communication concept

Parece que mais tarde, depois, em breve, não são palavras apreciadas por muitos de nós que vivemos em um mundo onde tudo é expresso e semipronto, onde a pressa da maioria parece até apressar aos que nem pressa tinham, mas que acabam sendo afetados pelo modo de ser dos outros. Afinal, não vivemos sozinhos e viver em sociedade significa que do mesmo modo que afetamos os outros, também somos afetados por eles.  

Esse modo de ser conectado é o que faz sentido para uns e o que não faz o menor sentido para outros.

Para muitos significa a manutenção da rede de contatos, agilidade nos negócios e no trabalho. Para outros, lazer e entretenimento. E qual o sentido as redes sociais e a internet, através de suas diversas formas de conexão, têm em nossas vidas?

Atualmente, vemos as redes sociais sendo utilizadas como escape para muitas pessoas, como possibilidade quase que de fuga das dificuldades do mundo real em direção às facilidades de um mundo fantasioso, onde tudo é mais possível, mais bonito, e onde podemos ser tudo o que queremos, onde os outros muitas vezes nos conhecerão não pelo que somos, mas pelo que escolhemos deixar à mostra.

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Não estou aqui fazendo uma crítica às redes sociais e internet. Ao contrário, reconheço e admito os benefícios que parte delas proporcionam ao mundo moderno. Mas saliento a importância de refletirmos o espaço que deixamos essas novidades ocuparem em nossas vidas, para que não chegue ao ponto de que todos esses “alertas” silenciem algo tão fundamental que é o que o tempo com nós mesmos, com o que algo dentro de nós tem a nos dizer.

Convido a todos a encontrar em meio a toda a pressa oportunidades para se dedicar a algo essencial que é ficar junto de si mesmo, intimamente conectado com você.

Pode até parecer que não, mas certamente o silêncio sempre terá muito a nos dizer.

Sobre o autor

Tatiane Mosso

Psicóloga (CRP 06/117983), com aprimoramento clínico em Fenomenologia-Existencial pela PUC-SP e especialização em psicologia clínica na perspectiva Fenomenológico-Existencial pelo Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro – IFEN. Atua na área clinica, em seu consultório particular em São Paulo.

Uma breve elucidação...

A psicologia é uma ciência da área da saúde e minha sustentação dessa clínica se faz na perspectiva Fenomenológico-Existencial, que é uma área do conhecimento inspirada na filosofia e que busca uma compreensão ampla do ser humano, considerando sua história de vida e respeitando sua singularidade. A psicoterapia existencial é apenas um dos caminhos da psicologia para acompanhar a experiência do outro, que se dá a partir da articulação de sentido que se faz e que não é estática, afinal, vida é movimento!

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