Quando pergunto às pessoas: “Você sabe o que é homeopatia, e para que serve?”, em geral ouço as mesmas respostas: “É uma medicina natural”; “É uma forma de tratar as doenças à base de plantas, ervas, chás ou infusões”; “Se não fizer bem, mal não vai fazer”; “É medicina alternativa, não é uma forma reconhecida de tratamento”; “É uma medicina espiritual”;
“Precisa ter fé para que funcione”; “Até funciona, mas é lenta, a longo prazo”; “Só pode ser usada para doenças sem gravidade”. Eu até já ouvi que a homeopatia só pode ser usada para doenças “engraçadas”, pois para doenças “sérias” precisa de um médico (!). Ainda hoje me pergunto o que seria uma doença “engraçada”.
A homeopatia é uma forma de tratamento médico introduzida por Samuel Hahnemann em 1790, e utiliza como premissa a Lei dos Semelhantes: aquilo que produz determinada condição tem o poder de curá-la (Veja o texto Homeopatia, a medicina da não violência).
Desta maneira, a homeopatia (cujo nome vem do grego Homoiopátheia, e significa “semelhante ao sofrimento”) utiliza medicamentos que agem no organismo reequilibrando a Energia Vital (a Energia Vital, ou Energia da Vida, é o que mantém nosso organismo “em admirável harmonia em todas as suas sensações e funções”, nas palavras de Hahnemann.
Afinal, somos feitos de energia. Biologicamente, somos feitos de 70% de água. Nosso sistema vivo é mantido por um tipo especial de energia que permite a agregação, o equilíbrio, a manutenção, enfim, a homeostasia, que é a maravilhosa autorregulação de todo o sistema.
Como no microcosmo onde o núcleo e os elétrons mantém-se em harmonia, ou no macrocosmo onde as estrelas e os planetas também, no organismo vivo a Energia Vital é quem mantém o sistema. Quando a pessoa morre, perde a energia da vida, e o sistema orgânico se desagrega, se decompõe).
A Homeopatia preocupa-se com as pessoas, e não primariamente com as doenças. A preocupação é em restabelecer a saúde do indivíduo. Claro que, para isto, as doenças devem ser curadas, mas o foco não é nas doenças, o foco do tratamento homeopático está no reequilíbrio da Energia Vital das pessoas, em uma abordagem global (afinal, “indivíduo” significa “aquele que não pode ser dividido”; assim, necessariamente ver um indivíduo significa ver a pessoa em todos os seus aspectos: biológico, psicológico, emocional, ambiental, social etc).
A homeopatia utiliza, quando for necessário prescrever um medicamento, o medicamento que melhor cobrir todo o caso em questão. Quase sempre um medicamento único, escolhido por ser o melhor para aquela pessoa naquele momento. Os medicamentos homeopáticos são preparados segundo normas precisas, e podem ser feitos a partir de plantas, de animais (por exemplo, veneno de cobras, de abelhas) ou também de minerais (por exemplo, ferro, ouro etc.).
A homeopatia não usa apenas plantas, e quando usa, não é para tratar uma doença isoladamente, mas para reequilibrar a energia vital de todo o indivíduo.
Por exemplo, uma pessoa que sofre de problemas gástricos e digestivos me perguntou se eu lhe receitaria boldo; eu lhe disse que não, pois o medicamento que ela precisava deveria ajudar ao mesmo tempo os seus problemas digestivos, a sua insônia, as cólicas menstruais, a enxaqueca e os transtornos de humor – ou seja, ela toda. Fora as recomendações de mudanças de alguns hábitos para outros mais saudáveis.
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Portanto, homeopatia não é “a cura pelas plantas”. Isto se chama fitoterapia. Vamos esclarecer os outros pontos na segunda parte deste artigo. Até lá!