Quando o assunto é a educação de nossas crianças e a preparação delas para a vida, acredito que não cabe a discussão de quem seria a responsabilidade. Acredito também que qualquer ensinamento, venha de onde vier, se tiver o objetivo de crescimento sempre será bem-vindo. No entanto, é fato que com a vida corrida dos pais, as crianças tendem a passar um tempo cada vez maior nas escolas, e invariavelmente recebem cada vez mais uma parcela importante da orientação dos professores e dos educadores. Baseado neste raciocínio, muitas escolas brasileiras já estão ensinando para as crianças muito além de matemática e português; aprender a lidar com os sentimentos é currículo básico também!
A rede pública e estadual de São Paulo têm incluído gradativamente em suas aulas lições que ensinam as crianças a lidarem com situações do cotidiano, que não pedem noções de contas básicas ou conjugações de verbos, mas sim saber lidar com o que pensam, sentem e principalmente como agem. Dentro do currículo normal de ensino, os educadores têm buscado uma forma diferente de abordagem. Por meio de rodas de conversa, de estímulo à fala e até mesmo da inclusão de assuntos da vida moderna como drogas, álcool, bullying, homossexualidade e preconceito, os professores despertam nas crianças uma inteligência emocional.
Já foram relatados casos de crianças que levam os ensinamentos da escola para os pais durante uma briga. Eles já sabem que ao discutir sobre alguma opinião ou situação é preciso fazer uso das palavras corretas e não deixar a calma ir embora, caso contrário corre-se o risco de perder a razão e se arrepender depois.
O estímulo à conversa e de trazer para a sala de aula os desafios e situações que vivem diariamente podem ajudar na descoberta de ações de abuso e até mesmo a entender o baixo rendimento de um aluno. Se ele tem uma família desestruturada e não consegue descansar durante à noite por exemplo, é natural que no dia seguinte não consiga se concentrar nas aulas.
Mostrar aos alunos a importância de se expressar e de aceitar os colegas e as outras pessoas com quem convivem também é ensinado. O bullying e o preconceito são ativamente combatidos e a autoestima, o autocontrole e o conhecimento sobre drogas, bebidas e doenças são cada vez mais estimulados. Sabendo das ameaças da vida moderna, os alunos também aprendem a melhor forma de se defenderem e de se imporem diante de situações de perigo ou que requeira mais atenção.
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Através destes ensinamentos, as escolas ajudam a construir na criança todo o alicerce para que sejam adultos mais estruturados, pouco vulneráveis e confiantes. É desde cedo que devemos estimular este tipo de inteligência nas pessoas, visando um futuro mais promissor. Os pais, obviamente, não estão isentos de sua parcela de ensinamentos neste campo, mas com a ajuda das escolas, o resultado certamente será melhor, mais rápido e duradouro.
- Texto escrito por Roberta Lopes da Equipe Eu Sem Fronteiras.