Com a realização desta vivência de Arteterapia, prezamos pela importância de nos atentarmos às próprias reações que às vezes temos em nosso cotidiano, mais especificamente naqueles momentos em que sofremos estresse, raiva, injustiças ou falsas acusações alheias que, consequentemente, podem nos desencadear fortes atitudes agressivas, prejudiciais não somente a si, mas também as outras pessoas ao seu redor e aos seus vínculos de confiança, segurança e convívio social.
Diante de então, iniciamos o encontro assistindo a um pequeno vídeo sobre a “Arte da mímica” , de Charlie Chaplin.
Terminado, nos organizamos na sala e foi explicado que faríamos “jogos de mímicas”, sendo que foi escrito em cada tira de papel nomes de diferentes expressões sentimentais:
- Viver entristecido, magoado
- Ser agressivo, exigente
- Ser alegre e crente a um futuro melhor
- Ser carinhoso
- Ser calmo e orientador ao ensinar
- Viver sem ânimo
Com isso, dobramos cada papel e individualmente sorteamos um, sendo que cada pessoa tinha que adivinhar qual é a expressão sentimental que tirou, através do reconhecimento das mímicas que as outras duas pessoas da plateia fariam em suas cenas, representando o referido sentimento em ações e gestos corporais.
Nesses momentos, fizemos uma cena por vez, onde as duas pessoas da plateia ficaram a frente da outra pessoa que retirou o papel, e assim sucessivamente, observando e tentando compreender, adivinhar os seus gestos e comportamentos expressivos.
Além disso, por meio da análise dessas expressões, foi proporcionado a cada um reflexões do quanto muitas das atitudes negativas geram intenso desequilíbrio e registros de raiva, insegurança, tensão e agressividade vindas das reações impulsivas.
Entretanto, também nos comoveu os gestos de calma e dedicação ao próximo, transmitindo-nos amor e carinho às ações que florescem o bem-estar na vida recíproca.
Dessa forma, por meio da observação e as reações dessas mímicas, buscamos ter maior atenção em nossos comportamentos, trazendo-nos reflexões que nos engrandeçam a reagir de forma mais calma e consciente, favorecendo as relações interpessoais que resgatam o ato do autoconhecimento e maior controle de si mesmo.
Além disso, por meio dessas observações, estamos reconhecendo nossas próprias qualidades e somando esforços para superar as dificuldades e conflitos emocionais, os quais veem a influenciar o aumento da autoestima e melhor relacionamento interpessoal, fortalecendo a forma como nos relacionamos e lidamos com o próximo, familiares, amigos, colegas de trabalho e demais conhecidos, por meio da melhor convivência e respeito aos comportamentos alheios.
Com o fim das mímicas, cada pessoa escolheu uma cena, expressão sentimental que menos gostou. Em seguida, foi desafiada a desenhá-la numa peça de argila, com a missão de colocar, de acordo com si, o que está faltando nesta cena, para que os sentimentos mudem e melhore o comportamento consigo e com as outras pessoas.
Nesses instantes, cada participante modelou por várias vezes a sua peça de argila, deixando-a num formato circular, representando a necessidade do movimento, renovação, assim como realizaram expressões artísticas, preenchidas de equilíbrio, amor, vida, crescimento, purificação e renascimento de novos frutos sentimentais […], nos quais busca-se esses valores e mudanças a si próprio, canalizando os seus impulsos e transformando-os em novas aprendizagens e melhor convivência ao “Eu e ao outro”.
Que por meio da visão externa vista nos comportamentos e impulsos das outras pessoas, busquemos reflexões e proteção a essas, permitindo-nos reeditar e ressignificar a própria mentalidade agressiva em forças de crescimento e amor fraternal.
Você também pode gostar
“A forma como falo é a forma como a outra pessoa me tratará.”
Referências Bibliográficas
ACAMPORA. B. 170 técnicas arteterapêuticas: modalidades expressivas para diversas áreas. 2 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
ACAMPORA. B. Intervenção psicopedagógica com práticas de ludoterapia e arteterapia. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2016.
COLAGRANDE. C. Arteterapia para todos: a prática arteterapêutica e sua diversidade. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015.