Existem pessoas que têm medo de aranhas, outras têm medo da violência. Há pessoas com medo de palhaços, de ficarem pobres, e outras lamentavelmente com traumas bem tristes.
Conheci uma mãe e seu filho. Ambos possuem medo de gatos e cachorros… até desses bonitinhos e fofinhos que costumamos ter domesticados em casa. Medo é medo.
Quem explica o medo de sermos felizes? Não se trata aqui da alegria passageira, como acontece quando encontramos um querido ou recebemos uma boa notícia profissional.
Felicidade real (diferente daquela que vai embora depois de 30 minutos): satisfação somada à plenitude, onde o indivíduo se torna tão pleno que é invadido por uma gratidão imensa de ser quem é. Possivelmente, essa sensação reverberará em seu portador, por toda a sua existência.
Muitos falarão sobre a transcendência do ego, dos processos de iluminação e da necessidade de olhar para dentro de si. Muitos falarão sobre simplesmente ser, no presente. Entretanto, todas as teorias apenas disfarçam um pouco o vazio existencial que a maioria de nós sente.
Como eu sei que há um vazio existencial generalizado?
1º) Porque poucos se olham, e quando olhares entre estranhos se cruzam, as pessoas baixam a cabeça, ou desviam o olhar, ou se comparam. Algumas pessoas atravessam a rua também.
2º) Nossos olhos não brilham, nossa pele não tem viço e nossa aura está tímida. (E a culpa não é da água).
3º) Os dois itens acima são potencializados às segundas-feiras.
O ser humano é um ser relacional. Em filmes como ‘Náufrago’ e ‘As aventuras de Pi’, ou até mesmo quando deixamos a TV ligada quando estamos sozinhos à noite, fica clara a importância do outro na nossa vida e, no entanto, vivemos a temê-lo.
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Penso que a senha para identificar pessoas realmente preenchidas de felicidade é que elas transbordam luz pelos olhos e iluminam o caminho dos outros, em todos os dias da semana. Se não somos felizes numa realidade tão cheia de pessoas e opções, é porque estamos a fugir constantemente dela.
(a brisa continua…)
Leia a segunda parte deste artigo.