As desilusões e frustrações da vida são inevitáveis. Serão muitas as vezes em que planos não se concretizarão e problemas atrasarão as coisas boas que prezamos. Da mesma forma que coisas ruins nos atingem, o que há de bom também chega até nós, porém nem sempre a nossa percepção está atenta em proporções iguais para os efeitos positivos e negativos da nossa existência. Apesar das dificuldades serem distintas entre as pessoas, onde algumas são menos graves do que outras, uma coisa é fato para todos nós: ter um ombro amigo nos para consolar nesses momentos é fundamental para nos reerguermos e superar qualquer adversidade.
A questão é que, apesar de termos conosco alguém de confiança no qual tenhamos plena convicção de prezar pelo nosso bem, o problema é que nem todos sabem consolar corretamente, portanto, muitas vezes acabam atrapalhando e levam a pessoa a um estado emocional ainda pior do que estavam, mesmo que as intenções tenham sido as melhores.
O primeiro erro fundamental de quem consola de maneira incorreta é julgar a pessoa a quem se está tentando ajudar. “Você não devia ter feito isso”, “Por que não tentou desse jeito?” e a pior de todas: “Bem que eu te disse”. Pode ter certeza de que a pessoa impactada por uma frustração certamente já está se doendo pelas opções que poderiam ter sido adotadas para evitar a decepção, logo não há necessidade de você escancarar isso a ela, pois só vai causar lesões ainda maiores em quem já está debilitado.
Por mais que nem todos percebam, o ato de consolar está muito mais ligado ao emocional do que ao pensamento racional. Analisar os porquês e as alternativas para um novo caminho é tarefa posterior ao consolo. O ombro amigo é muito mais uma sinalização de que você está presente nesse momento difícil e fará tudo o que for possível para ajudar. Se você não souber o que dizer para consolar alguém, saiba que não é um problema. Muitas vezes, a melhor forma de prestar auxílio a alguém que precisa de apoio é simplesmente ouvir. A pessoa decepcionada tem algo preso dentro dela e que precisa colocar para fora de alguma maneira. Sua presença física e espiritual é mais importante do que suas palavras nesse momento. Caso você tenha algo inspirador a dizer, certamente será bem-vindo, porém não é o fundamental para que uma pessoa querida seja consolada. Afinal, a verdadeira presença ocorre com gestos e ações, não com palavras.
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Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras