Um dos primeiros autores a tratar sobre a mentalização de bons resultados, sobre uma atitude mental positiva, foi Norman Vincent Peale (31/05/1898 – 24/12/1993), no começo do século XX. O escritor norte-americano, que nos anos 1950 fez muito sucesso na TV, rádio e jornais daquele país, divulgando essa terapia de otimismo, escreveu livros que se tornaram sucesso como “O Poder do Pensamento Positivo”, que além de best seller, criou um novo filão no mercado editorial, uma nova categoria: os dos livros de autoajuda, que atualmente têm várias opções. O pastor, professor e escritor foi pioneiro ao falar sobre a teoria de que pensar de maneira positiva pode trazer benefícios para a vida de qualquer cidadão.
Certamente, ele não foi o inventor da expressão, do que veio a ser conhecido como “pensamento positivo”, que na psicologia aplicada significa o uso de dados de psicologia na solução de problemas práticos, ramo que reúne diversas áreas da psicologia clínica, termo que ganhou notoriedade.
Norman Vincent Peale teve muito sucesso em sua carreira, apesar de não ter a formação em psicologia como o francês Emile Coué (26/2/1857 – 2/6/1926), que também foi farmacêutico, no século XIX, e que nos trouxe o método Coué, uma terapia por meio da autossugestão mental, que utilizava o lema “hoje, em todos os sentidos, sinto-me cada vez melhor”, uma atitude otimista, seguida por uma epígrafe, um mote, um bordão, que repetidas várias vezes, mentalmente, como se fosse um mantra, um exercício mental, obteve grande êxito, sendo um sucesso que ajudou muitas pessoas a se livrarem da depressão, como o brasileiro Professor Arthur Riedel, que seguindo sua orientação, passou a ser seu discípulo, criando o lema “Hei de Vencer”.
A terapia não foi criada pela psicologia, que é a ciência que estuda e trata dos processos mentais e do comportamento humano, cabe ao profissional terapeuta fazer diagnósticos. Ele não precisa ser psicólogo, mas é muito comum que profissionais atuem como terapeutas.
A terapia, por sua vez, tem sua origem no grego “Thaerepia”, que significa “servir a Deus”. O nome terapia é dado a um conjunto de práticas psíquicas, corporais e espirituais que têm por finalidade a harmonia e saúde do cliente. A terapia em si proporciona o autoconhecimento, por meio de um mergulho em si mesmo, proporcionando um contato com a própria espiritualidade.
O terapeuta não precisa ser necessariamente um psicólogo, formado em psicologia, com curso superior de 5 anos, nem um psiquiatra, formado em medicina, com curso superior de 6 anos, mais 3 anos de residência. Estes profissionais, devido sua formação, possuem uma atuação mais abrangente, mas também podem exercer a terapia normalmente. Já o terapeuta em si tem que ter sua formação em uma técnica terapêutica específica.
Então, esclarecendo essa questão, existem psiquiatras, psicólogos, psicoterapeutas e terapeutas que têm em comum a prática terapêutica, que por sua vez é bastante antiga, tendo como finalidade a busca de harmonia, paz, bem-estar sentimental, emocional, psíquico e, inclusive, espiritual.
Essa explicação ocorreu para nos voltarmos ao escritor Norman Vincent Peale, conhecido como terapeuta espiritual. Formado em Teologia, tornou-se pastor metodista, em 1922. Em 1932, mudou sua filiação religiosa para a Igreja Reformada na América, onde teve um mandato de 52 anos como pastor da Marble Collegiate Church, em Manhattan.
Nessa época, Peale passou a atuar juntamente com um psicanalista. Esse profissional precisa ter formação em psicanálise, que por sua vez, teve origem no século XIX, com Sigmund Freud, cuja formação exige 8 anos de estudos em sociedades psicanalíticas, ou seja, este profissional não precisa ter formação nem de médico ou psicólogo, mas se exige uma formação maior que a do terapeuta, voltada para os postulados teóricos técnicos desenvolvidos por Freud.
Smiley Blanton era o psicanalista que junto a Peale montou um ambulatório de apoio religioso e psiquiátrico ao lado da igreja. Juntos, Peale e Blanton escreveram um livro chamado “Fé e a Resposta – Um psiquiatra e um Pastor discutindo seus Problemas”, que foi publicado em 1940. Já em 1951, a clínica de psicoterapia e religião se transformou na Fundação Americana de Religião e Psiquiatria.
Em 1952, foi publicado “O Poder do Pensamento Positivo” que, em um primeiro momento, não foi bem recebido pela comunidade religiosa, nem por parte da medicina tradicional.
No entanto, Peale já tinha um programa de rádio, “A Arte de Viver”, desde 1935, que durou 54 anos, depois foi para a TV e passou a editar uma revista e a escrever muitos livros, todos best sellers, figurando entre os mais vendidos, um grande sucesso editorial, sendo que “O Poder do Pensamento Positivo” já vendeu mais de 5 milhões de livros. O autor, Norman Vincent Peale, sofreu muitas críticas de especialistas em saúde mental, também foi acusado de fazer hipnose.
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No entanto, as acusações procedem de defensores de uma medicina tradicional, dos anos 1960. Com o passar do tempo e os ventos da Nova Era, com o Holismo, surgiu um novo paradigma.
A visão holística mostrou uma alternativa, onde nada é permanente, estático, que tudo tem uma dinâmica e que Peale, com sua terapia espiritual, estava a frente do seu tempo, utilizando a espiritualidade, conceito que não era bem entendido, que na época não era bem aceito, ao contrário de hoje em dia, quando a medicina tradicional evoluiu em seus conceitos, já reconhecendo a medicina alternativa, a “Ayurveda”, medicina indiana milenar, a medicina chinesa, “Zhongy Xué” e a terapia holística como complementar, e não mais com críticas.
Hoje em dia, a união dessas vertentes, desses conhecimentos, possibilita soluções inovadoras para os seres humanos por meio da harmonia, equilíbrio em um plano físico, mental e espiritual.