A dependência emocional acontece quando uma pessoa só se sente feliz ou confiante através de outra. Um relacionamento codependente é baseado na inabilidade de nutrir uma relação saudável com outra pessoa, fazendo com que ela se torne o foco principal da sua vida.
A codependência pode partir de um dos membros da relação ou dos dois, pode ser imperceptível ou levar a problemas mais sérios. Pessoas dependentes tendem a desgastar a relação sem querer e esse tipo de transtorno pode transformar uma relação normal em abusiva.
Certas características ajudam a identificar um relacionamento codependente. Listamos algumas para você ficar de olho:
Atitudes codependentes
Você não pensa primeiro em você
Quando namoramos ou nos envolvemos emocionalmente com alguém, é normal querer agradar a pessoa. O problema é quando isso se torna uma lei e você faz tudo pelo outro sem pensar nas consequências.
Achar que não existe outra alternativa além de fazer tudo que o outro quer silencia a sua voz no relacionamento. Se concentrar nas suas necessidades é fundamental, ter a noção de que ambos os lados existem e merecem respeito também.
Se apenas um lado tem voz, a relação é unilateral. Se você não consegue identificar isso, pense:
Estou fazendo isso por mim? Consigo resolver isso sozinha? Se a pessoa não gostar disso, farei da mesma forma?
Se a resposta for “não”, o problema já foi identificado e precisa ser controlado. Você não pode abrir mão de quem você é por ninguém.
Excesso de cuidado
A preocupação constante com o outro pode parecer normal, mas o excesso de cuidado sufoca o parceiro e deixa a relação absurdamente controladora. É muito importante cuidar de si mesmo e não interferir na forma como a outra pessoa age, pensa ou sente. Quando isso acontece dos dois lados, a relação se torna abusiva e pode até chegar à agressão.
Falta de autoestima
Como você pode amar uma pessoa mais do que a si mesmo? Isso não está certo e, por mais que pareça exagero, quando você não se ama, é muito mais difícil alguém te amar.
Ninguém gosta de ficar com uma pessoa que não se valorize, embora muitas vezes isso aconteça. Se você se sente inferior aos outros, culpa-se por tudo o que acontece e aceita migalhas numa relação, peça ajuda psicológica e preste atenção no que você precisa.
A falta de autoestima destrói uma relação, tornando-a possessiva, porque tudo ao seu redor se torna uma ameaça.
Ansiedade e emoções silenciadas
“A codependência pode partir de um dos membros da relação ou dos dois, pode ser imperceptível ou levar a problemas mais sérios”
Se conversar com a pessoa se tornou uma briga interior com as suas emoções, é melhor tomar cuidado. A ansiedade não deve existir numa relação, não é preciso temer o parceiro nem ter medo de lidar com ele. Isso só acontece muito em relações abusivas. Nunca deixe de expressar seus sentimentos por causa de outra pessoa.
É preciso estar atento às emoções, elas são a chave de tudo o que somos e precisamos. Quando reprimimos muito os sentimentos, perdemos o contato que temos com o nosso eu e buscamos incansavelmente o retorno de outra pessoa.
Possessividade
Ter controle de si mesmo é necessário, mas querer controlar o parceiro é um erro gravíssimo. Amar não é possuir, é acompanhar e aceitar que o outro é uma pessoa inteira. Se você tenta mudar uma pessoa e controlar os passos dela, é uma pessoa possessiva. A insegurança, o medo de ser abandonado e a possessividade são armas letais contra uma relação saudável. Pare de criar prisões imaginárias e liberte quem você ama.
Chantagem emocional
“Se você não for comigo, não vou mais.” Amar alguém não é ser responsável pela pessoa 24h por dia. Se sentir magoado por cada “não” que recebe é não tolerar um posicionamento diferente do seu. Se o seu companheiro precisa de espaço, o melhor a se fazer é fornecê-lo. A chantagem emocional não vai facilitar as coisas, muito pelo contrário, pode transformar sua relação de feliz em abusiva. Não devem existir vítimas numa relação, só companheiros.
Fingir que nada acontece
Um relacionamento se sustenta no diálogo e, por mais que o amor exista, ele é fundamental para seguir em frente. Não adianta fingir que problemas não existem, enfrentá-los é necessário. As coisas não se resolvem sozinhas.
Dependência
Se você só vê amor e proteção fora de si mesmo, já é um problema. A pessoa dependente procura desesperadamente o outro para ser feliz. Não suporta ficar sozinha. Não consegue fazer nada sem a aprovação do outro. Percebe como isso é danoso? Para existir uma relação, duas pessoas precisam existir. Você pode se apoiar no outro, mas não deve, de forma alguma, esperar que ele viva a sua vida e faça tudo por você.
Falta de comunicação
Expressar abertamente o que se pensa é importante, mesmo que isso nem sempre agrade a outra pessoa. Se você ou seu parceiro não aceitam que o outro precisa falar, a relação se torna unilateral e as discussões se tornam frequentes. Evite brigas, converse.
Escolhas erradas
Sexo para conseguir algo, manipulação emocional, escolher pessoas indisponíveis ou comprometidas, tudo isso pode tornar uma relação codependente. Se você tira as bases principais da relação que são o amor, respeito e compromisso, fica impossível conviver com alguém de forma saudável.
A dependência emocional não precisa ser necessariamente romântica, muitas famílias e amizades sofrem com isso. A fragilidade emocional que ela causa é perigosa, assim como qualquer vício — não é à toa que é categorizada como um transtorno.
Existem pessoas tão certas de que não podem viver sem o outro que simplesmente não vivem, esperam qualquer veredito para seguir a vida e não fazem nada sem que a pessoa esteja presente.
Em geral, uma pessoa codependente viveu pouco do amor, segurança e harmonia necessários na vida e busca amparo em outras pessoas para se sustentar. A origem da codependência geralmente é na infância, onde abusos, violência emocional e física, críticas e rigidez podem moldar o psicológico de uma pessoa na vida adulta.
A melhor forma de mudar o rumo dessa história é a aceitação e o tratamento. Entender que o outro não é você e que você não precisa dele para tudo e buscar ajuda quando for difícil entender isso. Não deixar de viver a própria vida por alguém nem impedir que o outro viva.
Ser uma pessoa independente leva tempo e esforço, pois todo mundo passa por momentos em que não sabe para onde ir e procura ajuda. O problema é o comodismo na boa vontade alheia. Os relacionamentos não são muletas emocionais e não devem preencher todas as lacunas da sua vida.
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Se você se identificou com qualquer sinal de codependência, é melhor repensar no seu relacionamento com o outro e com você. Toda relação fica mais saudável e gostosa com pessoas independentes e seguras de si.
Já dizia Osho: “Se você é capaz de ser feliz quando está sozinho, aprendeu o segredo de ser feliz.”
Texto escrito por Juliane Rodrigues da Equipe Eu Sem Fronteiras