Convivendo

Louco ou são, eis a questão

Young woman with depression isolated on white background
Escrito por Sol Felix
Já teve medo de estar ficando louco?

Recentemente tive contato com grandes trabalhos artísticos que têm como temática a saúde mental. Exemplos: o filme “Nise – O Coração da Loucura” e o livro “Holocausto Brasileiro – Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”.

Tive também a enorme satisfação de prestigiar um espetáculo do grupo Girandolá: “Juquery: Memórias de Quase Vidas”, realizado no Hospital Psiquiátrico do Juqueri. O trabalho, que já está em sua terceira temporada, é realizado em um espaço (uma enorme rotunda) que de fato abrigou internos no passado.

“Olhamos para o passado (não tão passado assim) e ficamos abismados com todas as desumanidades que ocorreram e que na época eram consideradas normais”

Antes do início do espetáculo, é possível apreciar uma exposição pelos corredores e em alguns antigos quartos (ou seria melhor dizer antigas celas?). Também é possível conversar sobre o processo de pesquisa com os integrantes.

Impossível evitar a reflexão sobre a insanidade e o seu tratamento, além de pensar sobre a justificativa da loucura como forma de tirar do convívio social aqueles que não se enquadram.

Hoje, quando olhamos para o passado (não tão passado assim), ficamos abismados com todas as desumanidades que ocorreram e que na época eram consideradas normais.

Headache

Quais são as atrocidades que acontecem hoje e que encaramos como normais, mas que não o são? Pensemos, já que não há tempo para perdermos nos lamentando pelos erros que foram comedidos algumas décadas atrás.

Você também pode gostar:

Olhar para a dor do outro, principalmente se nossas vidas não fogem (ou nunca fugiram) de um tipo de padrão de normalidade, exige força de vontade para ampliar a própria percepção sobre o que acontece à nossa volta.

A reflexão mais pertinente é: o que podemos fazer hoje com a consciência que temos do mundo?

Sobre o autor

Sol Felix

Atriz formada pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul e Designer Gráfico (Universidade Paulista). Nesta vida, resido em São Paulo desde sempre. Não sou viciada em tecnologia e amo chocolate amargo. Acredito, de forma encantada, que o ser humano é, por excelência, Arte e Artista.