Já teve medo de estar ficando louco?
Recentemente tive contato com grandes trabalhos artísticos que têm como temática a saúde mental. Exemplos: o filme “Nise – O Coração da Loucura” e o livro “Holocausto Brasileiro – Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”.
Tive também a enorme satisfação de prestigiar um espetáculo do grupo Girandolá: “Juquery: Memórias de Quase Vidas”, realizado no Hospital Psiquiátrico do Juqueri. O trabalho, que já está em sua terceira temporada, é realizado em um espaço (uma enorme rotunda) que de fato abrigou internos no passado.
Antes do início do espetáculo, é possível apreciar uma exposição pelos corredores e em alguns antigos quartos (ou seria melhor dizer antigas celas?). Também é possível conversar sobre o processo de pesquisa com os integrantes.
Impossível evitar a reflexão sobre a insanidade e o seu tratamento, além de pensar sobre a justificativa da loucura como forma de tirar do convívio social aqueles que não se enquadram.
Hoje, quando olhamos para o passado (não tão passado assim), ficamos abismados com todas as desumanidades que ocorreram e que na época eram consideradas normais.
Quais são as atrocidades que acontecem hoje e que encaramos como normais, mas que não o são? Pensemos, já que não há tempo para perdermos nos lamentando pelos erros que foram comedidos algumas décadas atrás.
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Olhar para a dor do outro, principalmente se nossas vidas não fogem (ou nunca fugiram) de um tipo de padrão de normalidade, exige força de vontade para ampliar a própria percepção sobre o que acontece à nossa volta.
A reflexão mais pertinente é: o que podemos fazer hoje com a consciência que temos do mundo?