Alimentação consciente Mindful Eating Nutrição

Como você se alimenta? – Passo 3

People eat healthy meals at festive table served for party. Friends celebrate with organic food on wooden table top view. Woman pass dish plate to man
Escrito por Juliana Ferraro

Continuamos esta série de artigos sobre alimentar-se conscientemente. Agora chegamos ao momento de falar sobre ingerir e digerir os alimentos.

Ah, sentar-se à mesa! Não na televisão. Não no computador. Não andando. Não no carro. Senta e come! É daí que vem o movimento slow food e muitos milhares de estudos comprovando sobre os benefícios de tomar seu tempo para sentar e comer, além de provar também os malefícios de comer enquanto está fazendo outras coisas.

“Ah, sentar-se à mesa! Não na televisão. Não no computador. Não andando. Não no carro. Senta e come! É daí que vem o movimento slow food e muitos milhares de estudos comprovando sobre os benefícios de tomar seu tempo para sentar e comer”

Eu mesma noto os efeitos. O primeiro efeito disso se reflete na percepção de quando estou saciada. Quando estou sentada apenas comendo na mesa e olhando para a comida, me sinto logo saciada. Diferentemente das vezes em que como respondendo mensagens no celular ou assistindo a vídeos. Pior ainda, assistindo televisão. Quando como assim, meu estômago parece um buraco sem fundo, porque volto e pego mais alguma coisa para comer até me sentir super cheia, ficando letárgica.

O certo mesmo é comer até ter 75% do estômago cheio. Não tudo, porque o estômago é como um liquidificador: se ele estiver super cheio, não vai bater ou vai vazar todo o conteúdo quando você ligar. Se o estômago está totalmente cheio, não funcionará direito, não absorverá nutrientes, e, além disso, vai trabalhar mais do que deveria e você se sentirá cansado. É por isso que todo mundo quer dormir depois de uma feijoada. O sistema digestivo precisa de tanta energia a mais para trabalhar, que o cérebro e o resto do corpo desligam.

Mas pra que gastar tanta energia só em digerir comida? Lá na Índia, onde estudei Yoga, meus professores falavam sempre que temos que parar de pensar com o estômago. O que acontece é que temos uma capacidade enorme no cérebro que não é utilizado, porque gastamos energia em outras coisas e a que ocupa mais tempo é a digestão. Por isso também não é bom comer pesado de noite ou pouco tempo antes de se deitar, senão, em vez de descansar e se reparar durante a noite, seu corpo vai continuar trabalhando para digerir e você acorda cansado no dia seguinte.

Além disso, falando mais uma vez sobre a energia do que você come, quando se sentar à mesa, concentre-se, veja a comida, sinta seu cheiro, use todos os seus sentidos para perceber o que vai ser levado para dentro. Desde esse momento de contemplação do alimento o corpo já começa a se preparar e a criar enzimas necessárias para a digestão.

Lembra do que falei sobre o experimento da água no último artigo? Então coloque isso em prática e, mesmo se não tem uma religião e não tem uma reza, agradeça ao alimento. Lembre-se sempre de todas as pessoas e seres vivos que fizeram parte do processo de produção do seu alimento. Se você come carne, agradeça ao animal que foi sacrificado para te dar alimento. Agradeça ao produtor, a quem transportou, a quem vendeu e arrumou no mercado. Imagina quanta gente esteve envolvida no processo. Além disso, o planeta Terra está nos oferecendo essa benção: nosso sustento. As águas, as chuvas, o solo, os ventos, tudo.

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Rapidamente você pode fazer isso. Agradeça mentalmente e comece a degustar tudo o que vem junto com uma simples colher de arroz e feijão. Agradeça quem fez preparou o alimento, colocando tempo e energia para que a refeição ficasse pronta. Isso pode mudar totalmente a vibração da sua comida e te trazer muita cura.

Seu corpo agradece, Mama Gaia agradece!

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Sobre o autor

Juliana Ferraro

Juliana Ferraro é psicóloga por formação e viajante por amor às coisas novas da vida. Seu contato com diferentes línguas e culturas começou quando ela ainda trabalhava no Club Méditerranée. Depois fez um mochilão pelo mundo em busca de autoconhecimento. Em pouco mais de um ano conheceu diversos países asiáticos, em especial a Índia, onde fundou uma paixão profunda pela yoga e pela meditação. No Brasil: morou, deu aulas de yoga e se formou como massoterapeuta, em Paraty, RJ. Foi nessa época que concluiu quatro cursos de dez dias de meditação Vipassana e se aprofundou na prática de Ashtanga Yoga. Hoje, ela está estudando Ashtanga Yoga no KPJAYI, em Mysore, Índia. E dá aulas de Ashtanga Yoga online.

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